“Venham comigo para um lugar deserto e descansem um pouco”. Mc. 6.31
Nós precisamos de recalibrações regularmente. Você tem transporte para pegar; negócios para conduzir; vendas para fechar; máquinas, organizações e orçamentos para administrar. Você tem que correr.
Depois de resistir à tentação do diabo no deserto e da dura rejeição de sua cidade natal, Jesus viajou para Cafarnaum, onde os cidadãos lhe deram uma recepção calorosa.
“Todos ficavam maravilhados com o seu ensino” ( Lc. 4.32).
“E as notícias a respeito de Jesus se espalharam por toda aquela região” (versículo 37 NTLH).
“Depois de anoitecer, todos os que tinham amigos enfermos, com várias doenças, os levaram a Jesus. Ele pôs as suas mãos sobre cada um deles e os curou” (versículo 40 NTLH).
Cristo poderia querer mais? Multidões encantadas, crentes recém-curados e milhares que irão para onde ele conduzir. Então Jesus...
Preparou um movimento? Organizou uma equipe de comando? Mobilizou uma sociedade de ação política?
Não. Ele dispensou os especialistas em relações públicas colocando a multidão no espelho retrovisor e mergulhando em uma vida na selva, um abrigo escondido, um edifício vazio, um lugar deserto.
O versículo 42 identifica o motivo: “as multidões... insistiram que não as deixasse”.
Mais de uma vez ele exerceu controle sobre a multidão. “Jesus viu a multidão em volta dele e mandou os discípulos irem para o lado leste do lago” ( Mt.8.18 NTLH).
Quando a multidão zombou do seu
poder de ressuscitar uma menina, ele expulsou as pessoas do local. “Logo que a multidão saiu, Jesus entrou no
quarto em que a menina estava, pegou-a pela mão, e ela se levantou” (Mateus
9:25 NTLH).
Depois de um dia de ensino, “Jesus deixou a multidão e voltou para
casa” (Mateus 13:36 NTLH).
Apesar de estar rodeado por
possivelmente vinte mil fãs, ele os despediu: “Então Jesus mandou o povo embora” (Mateus
15:39 NTLH).
Cristo repetidamente escapava do
barulho da multidão a fim de ouvir a voz de Deus.
Ele resistiu à contra corrente do
povo ancorando à rocha do seu propósito: usando sua singularidade (“pregar...
noutras cidades também”) para demonstrar a importância de Deus (“o reino de
Deus) em todos os lugares que ele pudesse.
E você não está feliz por
ele o ter feito? Suponha que ele tivesse atendido à multidão e montado
acampamento em Cafarnaum, raciocinando, “Eu achava que o mundo todo fosse meu
alvo e a cruz meu destino. Mas a cidade inteira me diz para ficar em Cafarnaum.
Podem todas estas pessoas estar erradas?”
Sim elas podem! Em oposição à
multidão, Jesus virou as costas ao pastorado em Cafarnaum e seguiu a vontade de
Deus. Fazer isto significava deixar alguns doentes sem cura e alguns confusos
sem ensino. Ele disse não às coisas boas para que ele pudesse dizer sim à coisa
certa: seu chamado sem igual.
Não é uma escolha fácil para
qualquer um.
Pode ser que Deus queira que você
saia de sua Cafarnaum, mas você está ficando. Ou pode ser que ele queira que
você fique, mas você está saindo. Como você pode saber a menos que você
silencie a multidão e se encontre com Jesus em um lugar deserto?
“Deserto” não necessariamente
significa desolado, apenas quieto. Simplesmente um lugar para o qual você, como
Jesus, vai. “Ao romper do dia, Jesus
foi” (Lc 4.42). “Ir” pressupõe uma decisão da parte de Jesus. “Eu preciso ir embora. Pensar. Refletir.
Remapear o meu curso”. Ele determinava o tempo, escolhia um lugar. Com
determinação, ele apertava o botão de pausa na sua vida.
O diabo implanta taxímetros nos
nossos cérebros. Nós ouvimos o implacável tic, tic, tic nos dizendo para
correr, correr, correr, tempo é dinheiro... culminando neste borrão que ruge
chamado raça humana.
Mas Jesus ficava contra a maré, contrariando
com estas palavras: “Venham a mim, todos
os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso” (Mt.
11.28). Siga o exemplo de Jesus, que “retirava-se
para lugares solitários, e orava” (Lc. 5.16).
Deus descansou depois de seis
dias de trabalho e o mundo não entrou em colapso. O que nos faz pensar que isso
acontecerá se nós descansarmos? (Ou temos medo de que isso não aconteça?)
Siga Jesus para o deserto. Mil e
uma vozes gritarão como macacos em bananeiras dizendo para você não ir.
Ignore-as. Atenda-o. Deixe seu trabalho. Contemple o dele. Aceite o convite do
seu Criador: “Venham comigo para um
lugar deserto e descansem um pouco” (Nc. 6.31).
Autor: Max Lucado
Por Litrazini
Graça e Paz
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