Se você foi ferido(a) por uma traição e o outro lhe
pediu perdão de forma sincera e agora você deseja restaurar seu relacionamento,
continue nessa caminhada de crescimento, EM MEIO À DOR, pois os mais belos
cristais são apenas os que suportam as mais altas temperaturas.
Muitas pessoas que são traídas por seus cônjuges
passam a viver vidas amarguradas e fechadas em si mesmas, acreditando que
jamais poderão voltar a confiar no outro e, por conseguinte, jamais terão
novamente vidas plenas. Todavia quando o infrator realmente se arrepende de seu
feito e pede perdão, é necessário buscar um caminho de reconstruir o que foi
demolido pelo dano.
Sei também que o processo de construção da confiança é
sempre um processo lento, mas deve ser perseguido com perseverança. Há sempre
três estágios intimamente ligados numa situação de “traição” (ainda que
virtual). O primeiro é o perdão, o segundo é a restauração da confiança e o
terceiro é o esquecimento.
1. O perdão
O PERDÃO é algo que fazemos em benefício de NÓS
MESMOS! Por quê? Porque o perdão nos livra da compulsão da repetição, ou seja,
ficamos livres de ficar repetindo para nós mesmos que fomos machucados, que
fomos enganados, que estamos sofrendo por causa disto, que somos criaturas
infelizes, que o outro é mau, etc. Nos livrarmos disso é sempre sinal de saúde emocional! Quando eu
posso, honesta e sinceramente, dizer “fui ferido(a), fui magoado(a), não
merecia isso mas aconteceu, agora quero parar de repetir isso e DECIDO perdoar
o outro”, então passo para uma nova dimensão – a dimensão da liberdade que
posso experimentar.
Entretanto somos relutantes em perdoar porque perdoar
é ARRISCAR-SE a ser ferido novamente. E se o outro fizer de novo? Vou passar
por idiota? Como vai ficar minha auto-estima?
É preciso correr este risco se queremos gozar de saúde
emocional. Temos que estar conscientes que, se o outro repetir o erro, o maior
prejudicado será ele mesmo, pois estará cada vez mais se isolando na
marginalidade, perdendo os relacionamentos mais significativos e tornando-se
uma pessoa fechada em si mesma, amarga e que provavelmente vai terminar a vida
sozinha e abandonada, pois nenhuma pessoa ÍNTEGRA cria vínculos profundos com
quem constantemente machuca os que lhe são preciosos. Jesus nos incentivou a
perdoar 70 x 7 – para NOSSA saúde emocional. Se perdoamos ficamos mais
saudáveis e o outro, cada vez que erra fica mais doente.
2. A confiança
A CONFIANÇA é passo seguinte. Ela só vai acontecer se
a pessoa que nos ofendeu demonstrar, através de atitudes concretas, que sua
vida foi mudada e que houve aprendizagem com o erro. São os pequenos detalhes
que devemos observar e que vão restaurando a confiança. A forma de olhar, a ternura,
o diálogo – tudo isso deve ir mudando. Claro que não muda de um dia para o
outro; é um processo lento e progressivo. Entretanto devemos estar abertos à
possibilidade do ver mudanças no outro e atentos aos detalhes que evidenciam
estas mudanças. Muitas vezes as pessoas dizem “o outro não vai mudar nunca”, e
repetem isso tantas vezes (acho que para elas mesmas se convencerem) que
comunicam ao outro uma DESESPERANÇA.
Devemos lembrar que as Escrituras nos alertam que “não
devemos ser como os que não têm esperança”! E quando comunicamos desesperança
ao outro em relação à sua mudança, também o outro acaba ACREDITANDO nisso e não
se esforçando o suficiente para mudar. Fecha-se um círculo vicioso onde o outro
não muda: eu deixo de acreditar na mudança, comunico desesperança e esta
comunicação provoca uma paralisação e uma não mudança no outro.
3. O esquecimento
Por último, o ESQUECIMENTO é algo que virá com o
tempo. E aqui temos que fazer uma distinção bem clara. Não é o esquecimento dos
FATOS e sim a mudança das EMOÇÕES ligadas aos fatos. É como se eu lembrasse o
fato, mas ele NÃO causasse mais DOR EMOCIONAL. Eu lembro que fui machucado, que
fui ferido, mas que isso hoje já não me dói mais. Que houve uma mudança em
minha atitude mental em relação o ocorrido – que chamamos de RE-significação.
Isso faz parte de um processo de aprendizagem e crescimento pessoal para
chegarmos cada vez mais próximos da “estatura de Cristo”, ele que é chamado de “varão de dores e que sabe o que é padecer”.
Se você foi ferido(a) por uma traição e o outro lhe
pediu perdão de forma sincera e agora você deseja restaurar seu relacionamento,
continue nessa caminhada de crescimento, EM MEIO À DOR, pois os mais belos
cristais são apenas os que suportam as mais altas temperaturas!
Carlos “Catito” / Ultimato
Por Litrazini
Graça e Paz
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