Não atentando nós nas coisas que se
vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se
não vêem são eternas. 2 Coríntios 4:18
Sociólogos, economistas, políticos e cientistas sociais têm se preocupado
com a trágica realidade das favelas urbanas. Na verdade, elas são o retrato de
uma sociedade desigual e excludente.
As favelas urbanas são também a vergonha explícita da nossa iniqüidade
social.
Tirar o homem da favela é o grande desafio urbano/humanístico.
É deplorável ver o homem na favela, também é lamentável constatar o
crescimento de uma "favela" no coração do homem.
Tirar a favela de dentro do homem é um grande desafio para os terapeutas,
teólogos, conselheiros, educadores, em fim, para todos que tem um compromisso
com a existência e dignidade humana.
A "favela interior" é o resultado do crescimento de um tipo
diferente de pobreza, marcada pela ausência de sentimentos, valores e atitudes
nobres, cada vez mais escassos em nossa sociedade materializada.

Pelo menos, três diferentes tipos de pobreza interior denunciam a existência
de uma "favela" dentro de nós.
Primeiro, é a pobreza de
espírito, não tomada aqui como uma virtude ressaltada por Jesus Cristo, no
Sermão do Monte mas, como um espírito pobre, cuja pobreza se dá pelo excesso de
egoísmo, maldade, mesquinhez, avareza, arrogância e outros sentimentos desta natureza.
Alguém pode ter muito
dinheiro, bens ou propriedades, todavia, se possuir um espírito pobre, vive
numa grande miséria.
São pessoas desprovidas da
verdadeira riqueza, que é a riqueza do "ser", onde os sentimentos,
valores e atitudes nobres constituem o maior patrimônio.
Uma segunda pobreza interior
que denuncia a "favela" que habita em nós, é a pobreza espiritual. É
o coração humano vazio de fé, esperança, enfim, vazio de Deus. A ausência de Deus no ser humano empobrece a sua
vida.
A fé é de um valor
imensurável e enriquece a existência na medida em que liberta a vida dos
limites da matéria, abrindo as cortinas do infinito e do sobrenatural. "Tudo é possível ao que crer".
Por fim, a
"favela" que existe dentro do homem é fruto também da pobreza afetiva
provocada pela ausência do amor. Quem não ama vive mergulhado numa verdadeira
miséria existencial, desprovido de tudo que dignifica e enobrece a vida.
O amor produz a compaixão, o
perdão e a solidariedade. O amor enriquece a vida!
Esforçar-se para tirar o
homem da favela e tirar do seu caminho o lixo que a sociedade produz é uma
tarefa tão nobre quanto urgente.
Todavia, é também urgente e
igualmente nobre, o esforço para retirar a "favela" de dentro do
homem, e limpar a sua alma do lixo produzido pelos sentimentos mesquinhos e
pela ausência de Deus.
A verdadeira riqueza é a
presença de Deus em nós.
Estêvam Fernandes Oliveira
Por Litrazini
Graça e Paz
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