“Perto está o Senhor. Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus” Fp. 4.5-7
Um sorriso espontâneo acolhe o visitante. Henriette está deitada na cama. Há quarenta anos seu corpo jaz paralisado por um reumatismo deformador.
– Não fique com pena de mim; eu não me queixo. Deus está próximo. Sua vontade é boa, Sua presença me acalma. É isso o que essa doença tem me ensinado; sem ela não teria esse conhecimento. Há muitos anos não peço mais por minha cura, não é possível se ter tudo, e eu recebi a fé. Um corpo imóvel dói menos que uma fé morta…
Com Henriette é impossível ter uma conversa banal. Falar da doença, suas causas e efeitos não tem cabimento. Há coisas mais interessantes e profundas a se conversar. Ela roga a Deus durante horas, não por si mesma, mas por seu marido, e por centenas de pessoas que coloca nas mãos do Senhor.
– Existem tantos desgraçados!, diz ela.
A única coisa que pede para si é paciência para aceitar a prova e não reclamar.
“E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo. Por isso sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte” (2Co.12.9-10)
Henriette, há quarenta anos paralisada, não inspira pena, pois seu rosto radiante dá a impressão de uma vida interior borbulhante.
– Tudo é fácil quando estamos perto de Deus. No início dessa doença, não foi nada fácil. Demorei anos para compreender que se pode ser feliz em qualquer circunstância, se tão somente aceitarmos a vontade de Deus. Suportei muitos sofrimentos.
Agora, quando olho o caminho percorrido, tenho a sensação de ter feito uma interminável escalada. Mas tive um bom Guia, o Senhor Jesus, que não deixava de me dizer para olhar para o alto. Por que eu desejaria voltar para baixo? Antes era religiosa, mas não verdadeiramente crente. Uma pobre lâmpada sem corrente elétrica!
São quarenta anos de dor física e moral, enfrentando uma doença incurável e degenerativa. Quarenta anos sentindo-se uma carga para outros, em uma dependência física cada vez maior.
Em 1988, Henriette foi o para o lar celestial. Para ela, bem como para todos os crentes, “as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada” (Rm. 8.18).
Extraído do Devocional boa Semente
Por Litrazini
Graça e Paz
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