Os evangelhos nos mostram
que Jesus morreu no meio do povo. Aquele que nasceu e cresceu entre o povo, que
os curou e anunciou-lhes as boas novas do evangelho agora morria entre eles.
Ele morreu como nós
morremos. Teve sede, como nós temos; se cansou, suou e teve fome como qualquer
um de nós. Ele foi humilhado, não como um Deus onipotente, mas como um homem. O
Deus Todo Poderoso, em seu filho Jesus, se fez homem. John Stott escreve
acertadamente:
Jesus não permaneceu no
céu; veio para o mundo. A Palavra não foi proferida do céu “...a Palavra tornou-se carne...”. E a seguir “...viveu ente nós...”.
Ele não veio para uma visita rápida nem se apressou em voltar para o seu lar.
Tampouco permitiu que... [o] vissem somente a distância. Ficou no mundo para o
qual veio.
Ele deu aos homens a
chance de ver a sua glória. Ele escandalizou os lideres religiosos da de sua
época ao misturar-se com a camada da população que eles evitavam.
Os lideres religiosos o
apelidaram de “amigo de publicanos e
pecadores”. Ele colocou as mãos nos intocáveis leprosos. E, depois, Ele,
que em seu nascimento “tornara-se carne”, em sua carne tornou-se pecado... [por
nós]. Ele assumiu a nossa natureza... as nossas transgressões, a nossa
condenação, a nossa morte .
Ele se aproximou de nós
não como um Deus Todo Poderoso trovejando e abalando céus e terra, jogando
raios ou fulminando pessoas, mas como um amigo, como um de nós, como um simples
carpinteiro palestino. Jesus veio nos revelar Deus, e para isso, se fez homem.
Sujou os pés de poeira, viveu no meio de pessoas simples como camponeses, pescadores e agricultores; queimou-se debaixo do sol escaldante da Palestina e sendo “gente como a gente” viveu como um de nós; morreu como um de nós.
Ele mostrou que Deus chora, quando ele mesmo chorou na morte de seu amigo Lázaro.
Demonstrou que Deus se compadece diante da fome humana, quando por duas vezes alimentou uma multidão faminta. Que Deus está do lado dos pobres e “favelados”, quando escolheu nascer e viver na Galiléia (a periferia da Palestina).
Ele nos mostrou que Deus perdoa quando ele mesmo perdoou as prostitutas, os publicanos e pecadores. Revelou-nos o carinho de Deus pelas crianças, quando as pegou no colo e as abençoou. Ele mostrou que Deus nos ama, quando decidiu enfrentar a crucificação.
A morte de Jesus aponta inevitavelmente para o que parece um absurdo, uma heresia: um Deus humilde. “O Deus que veio à terra não veio num redemoinho arrasador, nem num fogo devorador” .
O Criador de todas as coisas se humilhou vivendo e morrendo entre nós. “Pois subsistindo em forma de Deus, não teve por usurpação o ser igual a Deus, antes a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz” (Filipenses 2.6-8).
“O Deus que trovejava, que
podia movimentar exércitos e impérios como peões num tabuleiro de xadrez”
apareceu na Palestina, a dois mil anos atrás, vivendo como um humilde
carpinteiro despido de toda a sua Glória e Majestade.
“Deus entra na história
pela porta de um casebre, pelo barraco do carpinteiro” José. “O Senhor do
céu e da terra não se interessa pelos palácios dos reis. O Criador de tudo não
se impressiona com as obras dos grandes do mundo.
Ele dispensa palácios,
templos e exércitos”. Ele se interessa pelas pessoas.
Aliás, Ele veio em busca
delas; não como um Ser Superior, mas como um frágil homem.
Ele se aproximou de nós
como um de nós: isso sim é grandeza! “E
o verbo se fez carne e habitou entre nós e vimos a sua glória como a do
unigênito do Pai” (Jo 1.14).
Autoria: Kassio F. P.
Lopes
Por Litrazini
Graça e Paz
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