O que é ansiedade
Para buscarmos
algumas pistas fundamentais sobre a natureza da ansiedade, devemos analisar as
palavras confortantes do pastor do primeiro século que escreveu a um rebanho
ansioso.
Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo:
alegrai-vos. Seja a vossa moderação conhecida de todos os homens. Perto está o
Senhor. Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas,
diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de
graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso
coração e a vossa mente em Cristo Jesus. (Filipenses 4:4-7.)
Logo descobrimos uma
ordem de seis palavras que poderiam ser interpretadas literalmente como:
"Parem de se preocupar com tudo!" A palavra grega para
"ansioso" é merimnao, que significa "estar distraído ou
dividido". Em latim, a palavra usada é anxius que engloba o sentido de
engasgar ou estrangular. A palavra em alemão wurgen deriva da palavra inglesa
worry (preocupação). A dificuldade da ansiedade ameaça estrangular-nos,
tirando-nos a vida, deixando-nos asfixiados pelo medo enquanto tentamos
respirar a esperança.
Jesus usou termos
semelhantes quando se referiu à preocupação em sua parábola do semeador em Marcos
4. O Ilustrador Mestre pintou um quadro na mente dos seus ouvintes sobre um
semeador espalhando as suas sementes em quatro diferentes tipos de solo. Nessa
parábola, Ele menciona uma semente crescendo entre os espinhos. Quando faz
isso, Jesus enfatiza tanto a natureza real quanto o poder destrutivo da
ansiedade. Ele disse: "Outra parte
caiu entre os espinhos; e os espinhos cresceram e a sufocaram, e não deu
fruto", (v.7; ênfase do autor).
Depois, quando os
discípulos perguntaram a Jesus sobre o significado da parábola, Ele interpretou
as suas próprias palavras. Quanto às sementes jogadas entre os espinhos, Ele
explicou: "Os outros, os semeados
entre os espinhos, são os que ouvem a palavra, mas os cuidados do mundo, a
fascinação da riqueza e as demais ambições, concorrendo, sufocam palavra, ficando ela infrutífera."
(w. 18-19; ênfase do autor.)
Aquele que jogava as
sementes semeou a Palavra. O semeador é Jesus e os seus ensinamentos, mas a
referência também pode incluir qualquer pessoa que semeie a verdade por meio do
ensino e da pregação.
O solo seria o
coração e a mente daqueles que ouvem a verdade quando ela está sendo semeada. A
ansiedade brota como mato e espinhos, crescem em volta da Palavra de Deus,
sufoca a vida e a paz que ela traz. Numa lição vivida sobre as sementes e o
solo, Jesus faz uma ligação direta entre os efeitos devastadores da ansiedade e
desse estrangulamento. Eles nos sufocam!
O que a ansiedade faz
Tenho minha própria
definição de ansiedade. A ansiedade é um desconforto doloroso da mente que se
alimenta de medos iminentes.
Sua forma mais branda
nos agita, a mais séria nos causa pânico. Agora é um bom momento de fazermos
uma pausa e irmos mais fundo. Por que a ansiedade é algo tão errado e
espiritualmente debilitante? Quero fazer três afirmações que nos ajudam a
responder essa pergunta. Espero que elas sirvam de base para uma ilustração da
época bíblica.
"A ansiedade enfatiza o ponto de vista
humano e estrangula o de Deus; desse modo sentimos medo".
Quando nos
preocupamos, o nível de percepção dos eventos humanos que nos rodeiam fica tão
alto que a perspectiva de Deus é sufocada. A preocupação estrangula a
perspectiva divina em nossa rotina diária, o que nos deixa tensos.
"A ansiedade sufoca a nossa habilidade
de distinguir as circunstâncias secundarias do que é essencial; sendo assim,
ficamos distraídos".
Em meio a detalhes
preocupantes, acrescentamos mais medo, dúvidas, tarefas, expectativas e
pressões. Por fim, perdemos o foco do que realmente importa. Ficamos distraídos
por eventos menores e, ao mesmo tempo, deixamos de lado o que é essencial.
As pessoas que dão
frutos são aquelas que geralmente estão relaxadas. As improdutivas, por outro
lado, são tensas já que permitiram que preocupações secundárias emaranhassem a
sua mente como num espinheiro que leva à distração.
"A ansiedade drena a nossa alegria e
faz com que julguemos os outros em vez de aceitá-los; assim, tornamo-nos
pessoas negativas".

As preocupações
funcionam como o mau colesterol, entupindo as artérias do nosso coração
espiritual e o fluxo de amor e graça para com os outros. Por fim, enquanto os
espinhos aumentam, ficamos mais negativos, amargos e limitados, o que não traz
benefício a ninguém.
Nessas horas
difíceis, quando a ansiedade se esgueira enchendo a nossa mente de medo,
distração e amargura, precisamos buscar aquele que oferece a paz que excede
todo o entendimento.
Extraído do livro Rompendo
Dificuldades de Charles R. Swindoll
Por Litrazini
Graça e Paz
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