Exaltado
à direita de Deus, ele recebeu do Pai o Espírito Santo prometido e derramou o
que vocês agora veem e ouvem. Atos
2.33
O dia de Pentecostes foi um evento de múltiplos aspectos. Primeiramente, ele
foi o último ato do ministério salvífico de Jesus antes da parúsia e nesse
sentido, foi um evento único, tanto quanto o dia de Natal, a Sexta-Feira da
Paixão, o domingo de Páscoa ou o dia da ascensão. Ele marcou o início de uma
nova era do Espírito e preparou os apóstolos para que exercessem sua função de
mestres.
O dia de Pentecostes pode ser considerado também como
o primeiro reavivamento, no qual Deus visitou seu povo poderosamente.
A narrativa de
Lucas começa com um breve relato dos acontecimentos. O Espírito de Deus veio
sobre os discípulos, e sua vinda foi acompanhada de três sinais sobrenaturais:
o som de um vento forte, línguas como que de fogo, e capacidade de falar em
outras línguas.
Mas, o que seria essa glossolalia? Primeiramente, não foi
consequência de intoxicação alcoólica, como alguns disseram, em tom de
zombaria. Não foi também (como alguns têm sugerido) um milagre de ouvir. De
fato, “cada um os ouvia falar em sua
própria língua” (v. 6), mas eles só ouviram porque antes aconteceu um fenômeno
de fala. Não se tratava também de algumas palavras sem nexo interpretadas
erroneamente por Lucas como sendo uma linguagem.
De acordo com Lucas, o que aconteceu de fato foi que
eles receberam uma habilidade sobrenatural para falar uma língua conhecida, mas
que eles nunca haviam aprendido, e proclamar as maravilhas de Deus através
dela.
Lucas procura
enfatizar a variedade de culturas e línguas da multidão ali reunida. Embora
fossem todos judeus da dispersão que estavam em Jerusalém, eles vinham “de todas as nações do mundo” (v. 5),
ou seja, do mundo greco-romano situado ao redor da bacia do Mediterrâneo.
É óbvio que não estavam presentes pessoas de “todas as nações” no sentido literal,
mas representantes de várias nações, pois Lucas inclui deliberadamente em sua
lista os descendentes de Sem, Cam e Jafé, e apresenta uma “lista de nações”
comparável à encontrada em Gênesis 10.
Desde a época dos pais da igreja primitiva a bênção de
Pentecostes tem sido considerada como uma reversão deliberada e dramática da
maldição de Babel. Na
torre, os idiomas humanos foram confundidos, e as nações se espalharam; em
Jerusalém, a barreira da língua foi superada de maneira sobrenatural, como um
sinal de que as nações se uniriam em Cristo.
Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar. De
repente veio do céu um ruído, como que de um vento impetuoso, e encheu toda a
casa onde estavam sentados. E lhes apareceram umas línguas como que de fogo,
que se distribuíam, e sobre cada um deles pousou uma. E todos ficaram cheios do
Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito lhes
concedia que falassem.
Habitavam então em Jerusalém judeus, homens piedosos, de
todas as nações que há debaixo do céu.
Ouvindo-se, pois, aquele ruído, ajuntou-se a multidão; e estava confusa,
porque cada um os ouvia falar na sua própria língua. E todos pasmavam e se
admiravam, dizendo uns aos outros: Pois quê! não são galileus todos esses que
estão falando? Como é, pois, que os ouvimos falar cada um na própria língua em
que nascemos? Nós, partos, medos, e elamitas; e os que habitamos a Mesopotâmia,
a Judéia e a Capadócia, o Ponto e a Ásia, a Frígia e a Panfília, o Egito e as
partes da Líbia próximas a Cirene, e forasteiros romanos, tanto judeus como prosélitos, cretenses e árabes-ouvímo-los em nossas
línguas, falar das grandezas de Deus. E todos pasmavam e estavam perplexos,
dizendo uns aos outros: Que quer dizer isto? E outros, zombando, diziam: Estão
cheios de mosto. (Atos 2.1-13)
Retirado de A Bíblia Toda O Ano Todo (John Stott). Editora Ultimato. 2007.
Por Litrazini
http://www.kairosministeriomissionario.com/
Graça e Paz
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