A Bíblia declara ser um livro dotado de autoridade
divina, resultante de um processo pelo qual homens movidos pelo Espírito Santo
escreveram textos inspirados (soprados) por Deus. Vamos agora examinar em minúcias o que
significa essa declaração.
A
inspiração é verbal.
Independentemente de outras afirmações que possam ser
formuladas a respeito da Bíblia, fica bem claro que esse livro reivindica para
si mesmo esta qualidade: a inspiração verbal. O texto clássico de 2Timóteo 3.16
declara que as graphã, i.e., os textos, é que são inspiradas. "Moisés escreveu todas as palavras do
Senhor..." (Êx 24.4). O Senhor ordenou a Isaías que escrevesse num livro
a mensagem eterna de Deus (Is 30.8). Davi confessou: "O Espírito do Senhor fala por mim, e a sua palavra está na minha
boca" (2Sm 23.2). Era a palavra do Senhor que chegava aos profetas nos
tempos do Antigo Testamento. Jeremias recebeu esta ordem: "... não te esqueças de nenhuma palavra" (Jr 26.2).
No Novo Testamento, Jesus e seus apóstolos ressaltaram
a revelação registrada ao usar repetidamente a expressão "está escrito" (v. Mt 4.4,7; Lc 24.27,44). O apóstolo Paulo
testemunhou: "... falamos, não com
palavras de sabedoria humana, mas com as que o Espírito Santo ensina..."
(1Co 2.13). João nos adverte quanto a não "tirar
quaisquer palavras do livro desta profecia" (Ap 22.19).
As Escrituras (i.e., os escritos) do Antigo Testamento
são continuamente mencionadas como Palavra de Deus. No célebre sermão da montanha, Jesus
declarou que não só as palavras, mas até mesmo os pequeninos sinais diacríticos
de uma palavra hebraica vieram de Deus:
"Em verdade vos digo que até que a terra e o céu passem, nem um jota ou um
til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido" (Mt 5.18).
Portanto, o que quer que se diga como teoria a
respeito da inspiração das Escrituras, fica bem claro que a Bíblia reivindica
para si mesma toda a autoridade verbal ou escrita. Diz a Bíblia que suas palavras vieram
da parte de Deus.
A
inspiração é plena.
A Bíblia reivindica a inspiração divina de todas as
suas partes. É
inspiração plena, total, absoluta. "Toda
Escritura é divinamente inspirada..." (2Tm 3.16). Nenhuma parte das
Escrituras deixou de receber total autoridade doutrinária. A Escritura toda
(i.e., o Antigo Testamento integralmente), escreveu Paulo, "é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender,
para corrigir, para instruir em justiça" (2Tm 3.16). E foi além, ao
escrever: "... tudo o que outrora
foi escrito, para o nosso ensino foi escrito" (Rm 15.4).

Tudo quanto a Bíblia ensina, quer no Antigo, quer no
Novo Testamento, é integralmente dotado de autoridade divina. Nenhum ensino das
Escrituras deixou de ter origem divina. O próprio Deus inspirou as palavras
usadas para exprimir os ensinos proféticos. Repitamos: a inspiração é plena, a
saber, completa e integral, abrangendo todas as partes da Bíblia.
A
inspiração atribui autoridade.
Fica, pois, saliente o fato de que a inspiração
concede autoridade indiscutível ao texto ou documento escrito. Disse Jesus: "... a Escritura não pode ser
anulada..." (Jo 10.35). Em numerosas ocasiões o Senhor recorreu à
Palavra de Deus escrita, que ele considerava árbitro definitivo em questões de
fé e de prática. O Senhor recorreu às Escrituras como a autoridade para ele
purificar o templo (Mc 11.17), para pôr em cheque a tradição dos fariseus (Mt
15.3,4) e para resolver divergências doutrinárias (Mt 22.29). Até mesmo Satanás
foi repreendido por Cristo mediante a autoridade da Palavra escrita de Deus: "Está escrito [...] Está escrito [...]
Está escrito...". Jesus contra-atacou as tentações de Satanás com a
Palavra de Deus escrita (Mt 4.4,7,10).
Algumas vezes, Jesus declarou o seguinte: "... era necessário que se cumprisse
tudo o que de mim estava escrito na lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos"
(Lc 24.44). Todavia,
é em outra declaração de Jesus que encontramos apoio ainda mais forte do Senhor
à autoridade inquestionável das Escrituras: "É mais fácil passar o céu e a terra do que cair um til sequer da
lei" (Lc 16.17).
A Palavra de Deus não pode ser anulada. Provém de Deus e está
envolta na autoridade divina que o próprio Deus lhe concedeu.
Extraído do livro INTRODUÇÃO BÍBLICA de Norman L.
Geisler / William E. Nix
Por Litrazini
http://www.kairosministeriomissionario.com/
Graça e Paz
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