"A Reforma religiosa do século dezesseis, foi
deflagrada quando o monge agostiniano," Martinho Lutero, fixou nas
portas da igreja de Wittenberg, na Alemanha, as noventa e cinco teses contra as
indulgências e os desmandos do papado. A Reforma não foi uma inovação na
igreja, mas uma volta à doutrina dos apóstolos. Não foi um desvio de rota, mas
uma volta às Escrituras. A Reforma colocou a igreja de volta nos trilhos da
verdade.
Quais foram as grandes ênfases da Reforma?
Em primeiro
lugar, a singularidade das Escrituras.
O conhecido Sola Scriptura, acentua que as Escrituras
são a nossa única regra de fé e prática e que devemos rejeitar,
peremptoriamente, qualquer doutrina que não esteja fundamentada na Palavra de
Deus.
Não podemos acrescentar nada às Escrituras nem retirar
delas qualquer de seus ensinamentos. A Palavra de Deus é inspirada, inerrante,
infalível e suficiente. Sua origem não é humana, mas divina. É inerrante quanto
ao seu conteúdo, infalível quanto às suas profecias e suficiente quanto ao seu
propósito. Não precisamos nem podemos acrescentar nossas experiências nem as
tradições da igreja à Palavra de Deus. Não são nossas experiências que
legitimam as Escrituras, mas elas é que julgam as nossas experiências.
Em segundo
lugar, a singularidade da Fé.
O conhecido Sola Fide, enfatiza que a salvação é
recebida por meio da fé e não através das obras. Não somos aceitos por Deus por
causa das nossas obras. Somos aceitos em Cristo, por causa de seus méritos, e
recebemos essa salvação gratuita por meio da fé.
A fé não é a causa meritória da nossa salvação, mas a
causa instrumental. Não somos salvos por causa da fé, mas através da fé. A
causa meritória da salvação é o sacrifício substitutivo de Cristo, enquanto a
fé se apropria dos benefícios desse sacrifício. A fé é a mão estendida de um
mendigo para receber o presente do Rei.
Vale destacar que a fé salvadora é, também, um dom de
Deus. O apóstolo Paulo é meridianamente claro a esse respeito: “Pela graça sois salvos, mediante a fé, e
isso não vem de vós, é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie”
(Ef 2.8,9).
Em terceiro
lugar, a singularidade da graça.
O conhecido Sola Gratia, destaca que não somos salvos
pelas obras que fazemos para Deus, mas pela obra que Cristo fez por nós. Graça
é um dom precioso concedido a alguém que não merece, mas precisa.
Deus nos amou quando éramos fracos, ímpios, pecadores
e inimigos. Deus nos buscou quando estávamos perdidos. Deus nos deu vida quando
estávamos mortos. Atraiu-nos para ele, quando todas as inclinações da nossa
carne eram inimizades contra ele. Seu amor foi incompreensível, pois sendo nós
filhos da ira, ele nos amou infinitamente, e enviou-nos seu Unigênito Filho para
morrer em nosso lugar, para nos adotar como filhos e nos receber em sua
família, constituindo-nos filhos do seu amor. Isso é graça! Graça bendita,
maravilhosa graça!
Em quarto lugar,
a singularidade de Cristo.
O conhecido Solus Christus, evidencia que Jesus
Cristo, o Filho de Deus, é o único Mediador entre Deus e os homens. Ele é a
Porta do céu, o Caminho que nos leva ao Pai. Por sua morte na cruz, rasgou o
véu do santuário e abriu-nos um novo e vivo caminho para Deus.
Jesus é o único Salvador e não há nenhum outro nome
dado entre os homens pelo qual importa que sejamos salvos. Jesus é único Senhor
do universo. Diante dele se dobra todo joelho no céu, na terra e debaixo da
terra, para que toda língua confesse que ele é o Senhor para a glória de Deus
Pai.
Em quinto lugar,
a singularidade de Deus.
O conhecido Soli Deo Gloria, destaca que tudo foi
criado por Deus e existe para a glória de Deus. O fim último da nossa própria
existência é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre. O homem não é o centro do
universo, Deus é.
A salvação é pela graça, pela fé, para as obras, com o único propósito
de que Deus seja glorificado por toda a eternidade. Diz o apóstolo
Paulo: “Porque dele, por meio dele e
para ele são todas as coisas”.A Deus, portanto, honra, glória e louvor, agora,
e pelos séculos eternos!
Autoria: Hernandes Dias Lopes
Por Litrazini
Graça e Paz
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