Sem um telescópio à mão, o poeta hebreu afirma que “os céus manifestam a glória de Deus” (Sl 19.1). O máximo que ele podia
alcançar com os olhos eram a imensidão da abóbada celeste, a parte clara do
dia, a parte escura da noite, as nuvens, o sol, a lua, as poucas estrelas
próximas, o arco-íris, os relâmpagos, os eclipses, as chuvas de pedras e, caso
se locomovesse em direção aos polos, a aurora polar. Isso já seria mais do que
suficiente para o salmista declarar que o firmamento de fato anuncia o
resplendor de Deus.
Com os grandes e modernos telescópios e os muitos observatórios astronômicos
espalhados por aí, os poetas de hoje teriam de fabricar novas palavras para
enaltecer o Criador dos céus e da terra que agora existem.
O que mais impressiona hoje não são a beleza e a regularidade dos movimentos
dos corpos celestes que conseguimos enxergar a olho nu. O que pasma, confunde e
humilha o ser humano é a imensidão do universo. Como lembra o poeta Ferreira
Gullar: “Só na Via Láctea, há bilhões de outros sóis e, no universo, há bilhões
de galáxias infinitamente maiores que a Via Láctea, com bilhões de sóis”.
Outro “poeta” brasileiro, o físico Marcelo Gleiser, tenta fazer com que
entendamos a distância entre a Terra e o sistema estelar mais próximo, na
constelação do Centauro: “Viajando na espaçonave mais veloz que temos, a 50 mil
quilômetros por hora, demoraríamos cerca de 100 mil anos para chegarmos lá!”.
Só a nossa Galáxia -- um sistema de estrelas, poeira e gás unido pela gravidade
-- “tem 200 bilhões de estrelas e possivelmente trilhões de planetas e luas”,
acrescenta Gleiser.
Não é só o macro que nos põe de joelhos diante da glória de Deus. O micro faz o mesmo. Com o
auxílio de microscópios eletrônicos e microscópios óticos, é possível ver
coisas incrivelmente pequenas, invisíveis a olho nu. Existem cristais
microscópicos com dimensões de décimos de milímetros, bem como seres
microscópicos como bactérias, algas e protozoários, organismos com dimensões
inferiores a um mícron -- a milésima parte de um milímetro. A menor coisa que
se pode ver com um microscópio ótico possui dimensão da ordem de 0,3 mícrons.
Deve haver coisas ainda menores.
Em
seu livro “Por que a Ciência não Consegue Enterrar Deus”, John Lennox, docente
de matemática na Universidade de Oxford, diz que “no corpo humano há cerca de
10 trilhões de células, e que o comprimento total do DNA é de 20 trilhões de
metros, número que nossa mente nem consegue imaginar” (p. 194). Os microscópios
são capazes de ampliar esses organismos até 10 milhões de vezes para torná-los
visíveis. Há tanta coisa imensamente grande como tanta coisa imensamente
pequena!
Olhando para cima, para baixo e para os lados, por fora e por dentro, de perto
e de longe, com os olhos e com as mãos, de baixo para cima e de cima para
baixo, somos colocados numa encruzilhada a respeito de Deus. E ainda falta
muita coisa para ver -- maravilhas acima das alturas e maravilhas abaixo dos
abismos.
Aquele que aprender a olhar
com os olhos da fé verá o mais glorioso de tudo: o Criador e Sustentador de
todas as coisas visíveis e invisíveis!
Elben
César / Ultimato
Por
Litrazini
Graça
e Paz
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