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quarta-feira, 16 de abril de 2014

O jardim da vida

Quais são as sementes que você tem no coração? Quais são as plantas que nasceram neste solo e que tem tornado o seu viver pesado?

Comparando nossa vida a um jardim, como ela está hoje? Esse jardim pode ficar melhor?

Existe uma da frase que diz: “Não existe vento favorável para quem não sabe aonde quer chegar”. De fato, pra quem não sabe o que quer, não existe uma ideia boa, não tem uma pregação que sirva para alguma coisa, não tem uma música bonita que faça bem e produza vida. Pra quem não sabe o que quer nada serve, tudo cai numa vala, tudo cai num buraco sem fundo porque não há perspectiva na vida. Então não há nada que podemos falar que a pessoa considere importante e que vai ajudá-la a chegar em algum lugar, até porque essa pessoa não tem planos nem perspectiva na vida.

Se você não tem sonhos e metas, fica difícil identificar o que pode ser bom ou ruim. Se você olha pra vida e não tem perspectiva de nada, então não há nada que alguém possa fazer para te ajudar. 

Muitos vivem num eterno “deixa a vida me levar”. Mas será que esse “deixa a vida me levar” é uma boa meta e boa perspectiva para a nossa vida? Essa frase é irresponsável. Deixar a vida nos levar pra onde? Pra que lugar? Não podemos deixar a vida nos levar. Quem deixa a vida levar jamais pode reclamar da onde a vida foi parar. Alguns dizem: “Eu não gostaria que a minha vida viesse parar aqui!”. Mas o que essa pessoa fez para que a vida não parasse aonde parou? Se não fez nada e abandonou a vida, então não tem o direito reclamar. Por que não adianta reclamar? Porque você não lutou contra, não remou contra e apenas deixou o barco ir embora. 

Interessante é ver que quando as coisas dão errado, muitos crentes dizem: “Não sei o que Deus está querendo me dizer”. Essas pessoas nunca consultaram a Deus pra nada, e quando as coisas dão errado dizem: “Estou tentando entender agora qual vontade de Deus”. A vontade de Deus é que você pense, que você seja uma pessoa mais responsável, e não seja inconsequente deixando a vida te levar de qualquer maneira. Mas Deus respeita a nossa liberdade e nossas escolhas.

Se você largar a vida não reclame da onde ela vai parar, e também não coloque Deus no final dos processos como o culpado, como se tudo Deus tivesse um propósito e que geralmente Ele usa de coisas ruins para ensinar a gente. 

Existe uma lei na física, a lei da termodinâmica que diz: “As coisas deixadas por si só tendem a se desorganizar”. Ou seja, aquilo que é largado não se organiza, o que é abandonado não fica melhor. Você trabalhou para ter um bonito jardim na sua casa, se ficou bonito é porque teve trabalho, houve envolvimento do jardineiro com o jardim. Mas se você largar o jardim e não der proteção, entrará praga e destruirá tudo. Assim é a vida, deixada por si só não se organiza, mas se desorganiza.

O poeta Mário Quintana disse: “O segredo é não correr atrás das borboletas... É cuidar do jardim para que elas venham até você”. O poeta está comparando a nossa vida com um jardim e é a nossa função cuidar desse jardim. A nossa função não é amarrar as borboletas e trazê-las na força, mas é cuidar do jardim. Um jardim bem cuidado fica bonito, é inspirador, e vale a pena passear por entre ele. Esse princípio também se aplica as outras dimensões da vida. Se não cuidarmos do corpo, da saúde, do casamento, das amizades, e deixarmos ao ‘Deus dará’, a tendência é tudo se desorganizar.

O JARDIM
O texto que lemos de Gálatas nos incentiva a cuidarmos do jardim, que é vida. Esse texto nos convida a dar as mãos para Deus e fazer uma parceria e compromisso com Ele para cuidarmos bem do jardim (vida). A proposta da verdadeira espiritualidade bíblica é uma proposta que tem Deus, tem oração, tem submissão aos valores do reino de Deus, tem uma transformação de vida. Mas não há transformação sem a nossa participação. A nossa vida pode ser transformada sim, mas isso não acontece sem o nosso envolvimento. Nada vai acontecer na nossa vida se não nos dispusermos a cuidar do jardim.

Pensando metaforicamente com o texto de Gálatas que diz que “aquilo que o homem plantar ele vai colher”, podemos dizer que “aquele que não cuida do solo e não escolhe a semente, não pode reclamar da qualidade do fruto”. Então precisamos prestar atenção qual é o solo, como está o solo, e quais são as sementes que estamos jogando neste solo. Quem não faz esse exercício não pode reclamar da qualidade do fruto. Muitos não cuidam do solo nem da semente, e quando vem o fruto que não queriam, logo dizem: “eu preciso descobrir qual é a vontade de Deus”. A vontade de Deus é que cuidemos do solo e da semente. 

Se você estiver plantando sementes boas, sementes de paz, fique tranquilo, não há o que temer. Quem sabe o que está plantando de bom não tem medo da colheita, pois ele sabe o que quer, pra onde vai e aonde quer chegar. O que é que você deseja para sua história de vida? Quais são os seus planos? 

CULTIVANDO O JARDIM
É verdade que diversos fatores podem interferir ou ter interferido na pessoa que você é hoje. Mas também é verdade que isso tudo não precisa definir a sua vida inteira. As sementes ruins que colocaram em você não precisam definir quem você é. Sabe por quê? Porque planta ruim a gente arranca e mata. O solo é teu e você pode fazer o que quiser com ele. Cuidado, alguém pode ter plantado algo ruim em você e você pode estar cultivando isso. De repente lançaram a semente da amargura no seu coração e você está dando vasão a isso, e essa semente vai crescer e te vencer se não for arrancada a tempo. 

Santo Agostinho disse: “Você não pode impedir que um pássaro pouse em sua cabeça, mas pode impedir que faça ninho”. Não temos como impedir um pássaro pousar na nossa cabeça, mas se ele vai construir um ninho nela aí já é um decisão nossa. Ideias perniciosas, pensamentos ruins, projetos horrorosos, todos nós temos, eles aparecem na nossa cabeça e não tem como evitar. A questão é quando a gente permite que essa ideia horrorosa construa um ninho na nossa cabeça e comece a dominar a nossa vida. 

A grande mensagem do reino de Deus é que qualquer que tenha sido a plantação que aconteceu dentro de você pode ser destruída e pode ser feita uma nova. O momento difícil que você está enfrentando, você pode arrancar e fazer de novo. 

Quais são as sementes que você tem no coração? Quais são as plantas que nasceram neste solo e que tem tornado o seu viver pesado? Por que você não arranca as sementes ruins que foram lançadas no seu jardim? Há vários tipos de sementes, e somos nós que iremos escolher quais delas darão frutos em nós.

Pr. Ronaldo Bezerra

Por Litrazini


Graça e Paz

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