Vida irrepreensível, palavras irresistíveis e obras irrefutáveis. Estêvão foi o primeiro diácono da igreja
primitiva e também o primeiro mártir do Cristianismo. Foi um homem que viveu de forma plena.
Era cheio do Espírito Santo, cheio de sabedoria, cheio de fé, cheio de
graça e cheio de poder. Estêvão
viveu de forma superlativa e morreu de forma exemplar. Sua vida inspira ainda
hoje milhões de pessoas. Seu legado atravessa os séculos. Sua voz ainda ecoa em
nossos ouvidos e suas obras ainda nos deixam perplexos.
Seu
discurso diante do sinédrio é o sermão com o maior número de citações bíblicas
de toda a Escritura. Embora tenha sido eleito para a diaconia das mesas,
exerceu também a diaconia da palavra. Conhecia a palavra, vivia a palavra e
pregava com poder a palavra. Sua serenidade diante da perseguição era notória.
Sua coragem para enfrentar a morte era insuspeita.
Enquanto seus inimigos rilhavam os dentes contra ele, seu rosto
transfigurava como o rosto de um anjo. Mesmo sendo apedrejado pelo seus
algozes, orou por eles, à semelhança de Jesus. Em vez de evocar sobre eles a
maldição, pediu a Jesus para não colocar na conta deles seus próprios pecados.
Perdão e não vingança era o lema de sua vida.
Três marcas indeléveis
distinguem esse protomártir do Cristianismo.
Em primeiro lugar, sua vida
era irrepreensível (At 6.3).
“Mas, irmãos, escolhei dentre vós sete
homens de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria, aos quais
encarregaremos deste serviço”. Estêvão era homem de boa reputação. Seu
caráter era irrepreensível e sua conduta ilibada. Era homem impoluto e sem
jaça. Sua vida referendava seu ministério. Sua conduta era a base do seu
trabalho. Seu exemplo, o fundamento de sua liderança espiritual. Estêvão viveu
o que pregou. Não havia nenhum abismo entre suas palavras e suas obras. Era
íntegro e pleno.
Em segundo lugar, suas
palavras eram irresistíveis (At 6.10). “E não podiam resistir à sabedoria e
ao Espírito, pelo qual ele falava”. Por ser um homem cheio do Espírito, de
sabedoria, de fé, de graça e de poder, Estêvão era boca de Deus. Cada palavra
que saia de sua boca tinha o peso de uma tonelada. Seus inimigos podiam até
discordar dele, mas jamais refutá-lo.
Estêvão tinha conhecimento e também sabedoria. Tinha luz na mente e fogo no coração.
Suas palavras eram ao mesmo tempo ternas e doces e também fortes e cortantes.
Ao mesmo que trazia cura para os quebrantados, feria os de coração endurecido;
ao mesmo tempo que confortava os aflitos; perturbava os insolentes.
Em terceiro lugar, suas
obras eram irrefutáveis (At 6.8). “Estêvão, cheio de graça e poder, fazia prodígios e
grandes sinais entre o povo”. Estêvão pregava aos ouvidos e também aos olhos.
Falava e fazia, ensinava e demonstrava. Suas obras irrefutáveis testificavam de
suas palavras irresistíveis.
Por ser um homem que vivia cheio do Espírito, de fé, de sabedoria, de
graça e de poder, Deus operava por meio dele grandes milagres. Os milagres não são o
evangelho, mas abrem portas para testemunhá-lo.
Muitos estudiosos da Bíblia afirmam que a vida irrepreensível de Estêvão
e o seu poderoso testemunho na hora da morte impactou decisivamente o coração
de Saulo de Tarso, que mais tarde, convertido a Cristo, transformou-se no maior
bandeirante da fé.
Que Deus nos dê homens do mesmo calibre de Estêvão, homens que ousem
viver de forma plena num mundo cheio de vazio.
-
Hernandes Dias Lopes
Por Litrazini
Graça
e Paz
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