A
VONTADE DO HOMEM E O REI DA GLÓRIA
Para aprender a confiar as nossas vidas a Deus leva tempo e esforço. Nós sabemos que nós estamos
onde estamos porque Deus, soberanamente, nos chamou e nos colocou ali, e
sabemos que estaremos onde estaremos já que Deus, soberanamente, nos colocará
lá. Mas somente quando começarmos a enxergar Deus em Cristo como nosso Rei é
que iremos aprender descansar verdadeiramente em Sua vontade.
Se
entendermos genuinamente que Deus é Rei, nós não nos indignaremos com os
malfeitores (Salmo 146.3) e não colocaremos nossa confiança em príncipes nem
dependeremos da ajuda humana (Salmo 146.3). Em vez disso, como corpo de Cristo,
iremos sorrir no futuro porque confiamos verdadeiramente em seu gracioso e
justo reino (Salmo 2.4; Provérbios 31.25).
É
realmente possível cultivar esse espírito dependente e confiante em Deus cujo
Reino é infindável (Salmo 145.13), enquanto assistimos ao mundo ao nosso redor
se destruir em rebelião e futilidade? Com certeza é! É quando tiramos tempo
para conhecer o nosso Deus, olhar sua beleza e cultivar intimidade com Ele que
nós começaremos a ver um espírito confiante se desenvolvendo em nós. Só então
ele ajustará a vontade de nosso coração à Sua vontade.
Quem
é o Rei? O salmista nos diz que Ele é: “O
Senhor forte e poderoso, o Senhor poderoso nas batalhas… O Senhor dos
exércitos, Ele é o Rei da Glória” (Salmo 24.8, 10)! O Deus a quem adoramos
e servimos é o “Rei eterno, imortal,
invisível, Deus único (1 Timóteo 1.17a) “que habita em luz inacessível” (1
Timóteo 6.16). Ele está assentado em Seu trono. Seu manto enche o templo.
Querubins o cercam e nunca cessam de cantar louvores a Ele, clamando dia e
noite: “Santo, Santo, Santo é o Deus dos
Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória (Isaías 6.3).
Enquanto há o prazer em conhecer a Deus, também é penoso buscar
conhecê-lo. À
medida que começamos a conhecê-lo, a contemplar a Sua glória e admirar Sua
majestade, Ele começa a revelar os pecados de nossos corações (Lucas 5.1-8,
especialmente o v. 8). Muitas vezes falhamos em confiar nele, em adora-lo
como devemos e em depender dele como nosso Rei. Isso tudo é uma parte necessária
de nosso aprendizado em depender Dele.
Ele
odeia o nosso pecado. Ele fica descontente, como nosso Pai, quando falhamos com
Ele. Mas ele nos adotou à sua família por meio do seu Filho amado. Ele nos fez
seus filhos. Ele nos vestiu com justiça e o manto real de seu Filho. Que Ele
iria derramar seu amor sobre criaturas pecadoras, que ele iria nos fazer
“sacerdotes reais e Nação Santa” e que ele nos chamaria de filhos é algo
espiritualmente humilhante e inspirador.
Por que ele faria isso por nós? A única resposta é que ele é o Rei e,
por isso, faz o que bem entender. Em sua misericórdia e graça, Deus Pai quer
uma noiva pra seu Filho, o Rei. Jonathan Edwards resumiu o propósito de Deus na
criação, queda, redenção e consumação: Deus criou o mundo para o seu Filho, e
procurará para ele uma esposa ou noiva a quem irá outorgar o seu amor, pois o
mútuo prazer entre a noiva e o noivo é o fim da criação.
E como Samuel Rutherford belamente também expressou: Nem os olhos da
noiva, nem sua vestimenta, mas a face do seu querido esposo. Não olharei para a glória,
mas para a graça do meu Rei. Não para a coroa dada, mas para a sua mão
perfurada. O Cordeiro é toda a glória da terra do Emanuel.
Como
devemos responder à obra do Rei da graça e da glória? O que podemos dar a ele?
Nosso Rei “não se deleita em sacrifícios; do contrário, eu os to daria”, mas um
“espírito quebrantado e um coração
contrito” ele não desprezará (Salmo 51.16-17). Quando olharmos para o Rei
em sua beleza, desfrutarmos de seu maravilhoso trabalho e entregarmos nossas
necessidades a Ele, então começaremos a desejar o que ele quer para nós.
AQUI
ESTÃO TRÊS COISAS QUE O NOSSO REI DESEJA PARA NÓS:
1.
OUVI-LO. Ninguém pode saber a vontade secreta de Deus, é claro; mas
negligenciar ouvir o Rei revelando sua vontade por meio de Sua Palavra é uma
grande rebelião. Frequentemente
eu me vejo procurando o último livro cristão sobre piedade ou ouvindo o
conselho de mulheres sábias antes de olhar para as palavras do Rei, “em quem todos os tesouros da sabedoria e
do conhecimento estão ocultos” (Colossenses 2.3).
A Palavra de
Deus é “viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e
penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta
para discernir os pensamentos e propósitos do coração” (Hebreus
4.12). Nenhuma
outra Palavra é verdadeira e efetiva para nos guiar em nossas vidas. Não há
outro Conselheiro que nunca precisou de conselheiro (Isaías 40.13-14).
Assim como James Motgomery Boice lindamente colocou em seu hino “Give Praise
to God”: “Ninguém pode aconselhar a Deus, toda sabedoria e verdades estão
reveladas perante seus olhos afiados. Ele guia nossos passos para frente e para trás. Ele é
nosso firme conselheiro”. Nós precisamos o conselho e a ajuda Dele. Que
Deus nos dê graça para nos voltarmos às suas sábias palavras em nosso tempo de
necessidade.
2. CONFIAR NELE. Tudo sobre o nosso
Rei demanda que nós confiemos nele. Não há maior ato de dependência do que se
voltar a Ele em fé e oração. É muito fácil que nossos tolos corações se voltem
para a sabedoria do mundo antes de olharmos para o onisciente Rei para sermos
guiados.
“Pois ele
conhece a nossa estrutura e sabe que somos pó” (Salmo
103.14). Nós
não temos um Rei “que não possa
compadecer-se das nossas fraquezas” (Hebreus 4.15). Ele é o Filho de
Deus e o Filho do Homem, “Nasceu para se
entregar por seu povo, nasceu uma criança e um Rei”. Ele entende nossa
fragilidade. Quando nos lembramos da grande humilhação experimentada para a
nossa redenção, nós somos encorajados a confiar toda a nossa vida a ele. Quando
nos lembramos que ele desceu tão baixo, a ponto de nascer sobre uma manjedoura,
que ele foi a Jerusalém em um jumento e que ele se sujeitou à coroa de
espinhos, como não sermos convencidos que ele se importa conosco e que “Ele sabe nossas necessidades antes que lhe
peçamos” (Mateus 6.8). Ele já assegurou para nós “a linda herança” (Salmo
16.6).
Quanto mais conhecemos seu caráter real e seus caminhos soberanos, mais
seremos capazes de dizer: “se isso agradar ao Rei” (Ester 1.19; 3.9; 5.4; 8;
7.3; 8.5; 9.13; Ne 2. 7),
quando chegarmos a Ele em oração.
3. OBEDECÊ-LO. Se você está
procurando a vontade de Deus para a sua vida, por que você não iria gostar de
conhecer Aquele que deu a vida por você, de aprender o que Ele espera de você
por meio de Sua Palavra e, então, obedecê-la?
Essa é a resposta apropriada para uma pessoa que começa a compreender o
que o Rei fez por nós. O
Evangelho não é que obedecemos para conseguir algo Dele. Pelo contrário, o
evangelho é que nós recebemos tudo dele e, portanto, nós lhe obedecemos em
gratidão pela abundância de sua graça e misericórdia, em Cristo, para conosco.
Você
quer conhecer a vontade de Deus para onde a sua vida está neste momento? Confie
em Jesus. Você quer saber a vontade de Deus para o seu futuro?
Então
confie em Jesus. Jesus é o Rei que venceu a morte e o pecado. Nós sabemos que
seu objetivo é trazer muitos filhos para a glória, subjugar os inimigos dele e
os nossos e glorificar o próprio nome. E nós sabemos que ele não descansará até
que seja vitorioso. Ele é o Rei da graça e da glória.
Nós não devemos descansar até que a vontade e os propósitos Dele se
tornem os nossos. Que
Deus nos dê graça para nos submetermos a sua vontade e batalharmos com ele até
que possamos cantar um louvor incessante: “Toma minha vontade e submete-a a
tua. Ela já não será mais minha. Tome meu coração para si. Ele será seu trono
real. Ele será seu trono real!”
MEGHAN RAYNO/ Traduzido por Victor Bimbato | Reforma21.org
Por
Litrazini:
Graça
e Paz
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