Seria
desastroso somente afirmar a deidade de Jesus Cristo ignorando que o divino “Verbo se fez carne, e habitou entre nós”
(Jo 1.14).
As Escrituras afirmam igualmente que Cristo era divino e humano. Para o cristão, a
humanidade de Cristo possui tremenda importância, além até da suprema
necessidade de salvação. De fato, como John Flavel ressalta a respeito
dessa doutrina, nós podemos colocar o mundo sobre ela.
Cristo
em Sua divina natureza assumiu humanidade. Isso significa que Ele tomou sobre
Si mesmo uma natureza que era verdadeiramente humana. Ele permaneceu o que Ele
era (divino) enquanto tomou para Si o que ainda não tinha sido (humano). Ele
tornou-se ossos dos nossos ossos e carne da nossa carne em todos os aspectos,
ainda que sem pecado.
AS
ESCRITURAS REVELAM A REAL NATUREZA DE CRISTO DO NASCIMENTO À SEPULTURA.
Ele
nasceu (Lc 2.7).
Ele
cresceu à maturidade (Lc 2.40).
Ele
teve fome (Lc 4.2).
Ele
trabalhou (Jo 5.17).
Ele
estava cansado e dormiu (Lc 8.23).
Ele
comeu e bebeu (Lc 24.42-43).
Ele
entristeceu-se e chorou (Mc 14.34).
Ele
experimentou dor e sofrimento (Lc 22.44) no corpo e na alma (Mt 26.38; 1 Pe
2.24).
Ele
morreu (Mc 15.37) e foi enterrado (v. 45–46).
HÁ
PELO MENOS SEIS RAZÕES PELAS QUAIS CRISTO TINHA DE SER VERDADEIRAMENTE HOMEM:
Para
satisfazer a exigência da justiça de Deus de que a natureza que
pecara também fosse a natureza a pagar pelo pecado.
Para
poder sofrer e morrer pelos Seus eleitos.
Para
poder ser nosso Sumo Sacerdote que se sacrifica e simpatiza conosco.
Para
estar sujeito à lei em Sua obediência.
Para
ser nosso Parente mais próximo a fim de redimir-nos.
Para
ser o Segundo Adão que nos restaura de nossa queda.
HÁ
MUITAS APLICAÇÕES DA ENCARNAÇÃO DE CRISTO PARA O CRENTE. No volume um de sua Obras
Completas, John Flavel delineia várias das afeições por Cristo que o crente
experimenta.
VENERAÇÃO. “Venere o amor do
Pai, e o Filho, que ofereceu tanto por suas almas”. Flavel nota que o amor de
Deus se expressa principalmente nisto: que Cristo tomou sobre Si a forma de
servo e tornou-se obediente até a morte. O Pai com tanto fervor “desejou nossa
salvação que ele ficou contente em rebaixar o amado de sua alma a um estado tão
vil e desprezível” quanto a humanidade. O Filho tornou-se alguém sem reputação
– “quão assombroso é o amor de Cristo, que se diminuiu assim para
exaltar-nos!”.
ADMIRAÇÃO.
Contemple a sabedoria de Deus em conceber tais meios para a salvação de
Seu povo. Isso
até “prende a atenção dos anjos e dos homens para si” como algo inimaginável.
Que a Palavra se tornasse carne e habitasse entre nós – “oh, quão sábio é o
método de nossa restauração!”.
DELEITE. Prove a
“incomparável doçura” do Cristianismo que nos permite descansar nossas
“consciências trêmulas” em uma firme fundação. Embora a miséria de Seu estado e
a angústia de Sua alma o oprima, o crente pode seguramente confiar na
encarnação. Cristo uniu Sua pessoa divina com nossa carne; “a partir disso, é
fácil imaginar que dignidade e valor deve haver naquele sangue; e como o eterno
amor, brotando triunfantemente dele, floresce em perdão, graça e paz”.
CONSOLAÇÃO. Assumindo uma
natureza humana e experimentando o sofrimento e a miséria da humanidade, Cristo
agora é tocado pelo sentimento de nossas enfermidades (Hb 4.15). Ele
é um Sumo Sacerdote misericordioso (Hb 2.17-18). Flavel escreve: “Deus e homem
em uma pessoa! Oh, que excelsa alegre conjunção! Como homem, ele é cheio de um
senso experimental de nossas enfermidades, necessidades e fardos; e, como Deus,
ele pode suportar e suprir tudo isso”.
FELICIDADE. A encarnação de
Cristo deveria trazer muitos filhos à glória (Hb 2.10). “Com isso, nós
vemos, a que alturas Deus vai para edificar a felicidade do homem
- em ter ele lançado os fundamentos dela no tão profundo, na
encarnação de seu próprio Filho”. A alma do homem alegra-se na salvação, mas o
corpo também será glorificado. Cristo assumiu a carne para demonstrar “como
Deus pretende honrá-la e exaltá-la” na eternidade.
CONFORTO. Flavel conclui com
este último ponto: “Quão maravilhoso é este conforto, que aquele habita em
nossa carne é Deus?”. O cristão que luta pode dizer: “Mas, seja eu um
pecador, e pior que o principal dos pecadores, sim, um demônio condenado, eu
estou certo de que meu bem amado é Deus, e meu Cristo é Deus. E quando eu digo
que meu Cristo é Deus, eu disse tudo, nada mais posso dizer. Pudera eu
erigir sobre essa afirmação – Meu Cristo é Deus – o quanto ela pode
sustentar: Eu colocaria o mundo inteiro sobre ela”.
JOEL
BEEKE / Traduzido por Josaías Jr | Reforma21.org
Por
Litrazini
Graça
e Paz
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