Atualmente,
tem havido uma “inversão” de valores: a ética e a moral cristãs, antes
aprovadas pela sociedade, vêm sendo sistematicamente substituídas por
princípios amorais mundanos (Is 5.18-25; Cl 2.8). Em 2 Pedro 1.3-10, a Palavra
de Deus estabelece os princípios éticos, as virtudes e valores necessários à
boa conduta dos filhos de Deus.
I – INVERSÃO DOS VALORES
BÍBLICO-CRISTÃOS
1. CAUSAS DA INVERSÃO DOS
VALORES.
Ao
folhearmos alguns jornais e revistas seculares, constatamos o quanto os valores
éticos e morais cristãos têm sido desprezados pela sociedade moderna.
A) ASCENSÃO DO RELATIVISMO
MORAL.
Segundo esta teoria filosófica, não existe norma moral ou ética válida para
todas as pessoas. As normas variam de cultura para cultura, de pessoa para
pessoa. Cada um vive conforme as regras que estabeleceu para si mesmo. Assim,
há uma ética para o cristão, outra para o ateu e uma terceira para os que não
se enquadram nas anteriores. Não existem, de acordo com esse pensamento mundano,
normas, verdades ou valores que sirvam para todas as pessoas em todos os
lugares.
B) MANIFESTAÇÃO SOCIAL DO
PLURALISMO.
O pluralismo reconhece que há uma multiplicidade de culturas, religiões e
posições éticas e morais conflitantes. Essa doutrina filosófica, todavia, diz
que essas posições contraditórias podem coexistir, como se cada uma delas
trouxesse uma parte da verdade e, nenhuma, a verdade completa ou absoluta.
Assim,
a verdade encontra-se em cada sistema religioso, filosófico ou moral. Então,
segundo esse pensamento, o cristianismo traz uma parte da verdade, o budismo
outra e assim sucessivamente. Segundo o pluralismo, assumir e respeitar
diferentes valores em uma sociedade em constante mudança é uma manifestação de
empatia e tolerância com o outro.
C) CRESCENTE MUNDANISMO. O mundanismo faz constante
oposição à igreja e aos valores cristãos (Tg 4.4; 1 Jo 2.15-17). A sociedade
organizada e rebelada contra Deus, tem estabelecido suas próprias leis, sem a
menor consideração aos mandamentos divinos. O que temos visto, infelizmente, é
o sagrado e o religioso curvarem-se ante o profano e o secular, até mesmo em
certas denominações evangélicas.
2. OS VALORES CRISTÃOS
INVERTIDOS.
Há
uma lista considerável de princípios bíblicos que não apenas foram desvalorizados,
mas ultrajados pela sociedade pós-moderna. Vejamos:
A) QUANTO AO
CASAMENTO: Atualmente, em algumas
sociedades, já se aceita a união entre pessoas do mesmo sexo. A Bíblia é
implacável neste caso: “Vocês não sabem que os perversos não herdarão o Reino
de Deus? Não se deixem enganar: nem imorais, nem idólatras, nem adúlteros, nem
homossexuais passivos ou ativos... herdarão o Reino de Deus” (1 Co 6.9-10 –
NVI).
B) QUANTO À FAMÍLIA: As virtudes cristãs
concernentes à família estão sendo substituídas por valores anticristãos:
filhos que não respeitam os pais; pais permissivos quanto à moralidade; e a
substituição do culto à moralidade; e a substituição do culto doméstico por
entretenimentos perniciosos etc.
QUANTO À IGREJA: Nesses “tempos trabalhosos”,
muitas comunidades cristãs valorizam mais o “ministério” bem-sucedido do
pregador que a santidade e o testemunho mantido por ele; mais o marketing
ministerial do que os verdadeiros sinais do poder de Deus. Pregadores santos e
tementes a Deus são preteridos por aqueles que buscam o louvor próprio em vez
da glória de Cristo.
II – FUNDAMENTOS DOS VALORES
CRISTÃOS
1. OS VALORES CRISTÃOS.
Os
valores cristãos estão pautados nas Sagradas Escrituras e são opostos aos do
mundo. Enquanto cremos na existência de um só Deus, cujas leis regem não apenas
o Universo, mas nossas vidas, planos e vontades, a cultura mundana nega a
existência do Altíssimo, e seus adeptos vivem como se o Senhor realmente não
existisse (Sl 14.53).
2. OS TRÊS FUNDAMENTOS. Os princípios cristãos
possuem, pelo menos, três fundamentos básicos: são universais, absolutos e
imutáveis.
A) UNIVERSAIS. Os valores cristãos são
universais por estarem fundamentados na moral divina. Nosso Deus é um ser
moral. Seus atributos atestam que Ele é santo (Lv 11.44; 1 Sm 2.2), justo (2 Cr
12.6; Ed 9.15), bom (Sl 25.8; 54.6), e verdadeiro (Jr 10.10. Jo 3.33).
Portanto, o Senhor é o padrão moral daquilo que é santo – oposto ao pecado -,
daquilo que é justo – oposto á injustiça-, daquilo que é bom – oposto ao que é
mau, e daquilo que é verdadeiro – oposto à mentira. Tudo o que é puro, justo e
verdadeiro têm sua origem no caráter moral de Deus. Por conseguinte, os valores
morais são universais, porque procedem de um Legislador Moral universal.
B) ABSOLUTOS. Absoluto é aquilo que não
depende de outra coisa, mas existe por si mesmo. Os valores cristãos são
absolutos porque procedem de um Deus pessoal que não depende de qualquer outro
ser para existir. Ele é eterno (Dt 33.27; Sl 10.16); existe por si mesmo (Êx 3.14),
e tem a vida em si mesmo (Jo 5.26). Deus também é absoluto porque não está
sujeito às épocas (1 Tm 1.17; 2 Pe 3.8; Jd v. 25). Ele governa eternamente o
Universo (Sl 45.6; 145.13), e seu reinado é de justiça (Hb 1.8).
C) IMUTÁVEIS. Imutável é a qualidade
daquilo que não muda. Os valores cristãos são imutáveis porque o Senhor Deus é
imutável. Ele não muda (1 Cr 29.10; Sl 90.2), é o mesmo em todas as épocas (Hb
13.8; Tg 1.17). Suas leis se conformam cão seu caráter moral, pois ele é fiel
(2 Tm 2.13). Portanto, devemos viver conforme a orientação de sua Palavra.
III – COMO REAGIR À INVERSÃO
DE VALORES
1. DENUNCIAR O PECADO E OS
VALORES MUNDANOS.
Devemos confrontar com a Palavra de Deus os princípios amorais e antiéticos
difundidos através de filmes, peças teatrais, novelas, músicas e revistas (Hb
4.12; Ez 44.23). Certo diretor afirmou que “o cinema e a televisão suplantaram
a igreja como grandes comunicadores de valores e crenças”.
Mas,
quais são esses valores e crenças? Geralmente, são padrões e crenças
anticristãs. A Igreja, “coluna e firmeza da verdade” (1 Tm 3.15), tem como
missão, não apenas anunciar o evangelho, mas denunciar os pecados e os valores
mundanos dos homens (1 Tm 1.18-20).
2. ENSINAR E VIVER OS VALORES
DO REINO DE DEUS.
Como Igreja do Senhor, temos a obrigação viver e ensinar os mais elevados
princípios éticos e morais do Reino de Deus (Lv 20.7; 1 Pe 1.16). A verdadeira
mensagem do evangelho não se conforma aos discursos politicamente corretos, mas
aos elevados padrões da santidade divina (Mt 5.20; 48; 1 Tm 3.15; 6.11).
Os
elevados preceitos exarados na Palavra de Deus são imutáveis e servem de regra
para orientar os homens em todas as gerações (Is 30.21; Mt 24.35; 2 Tm 3.16).
Esses valores são insubstituíveis, e devem ser coerentes com o testemunho
cristão – a igreja deve viver o que prega e pregar o que vive.
Fonte:
Casa Publicadora das Assembléias de Deus
Por
Litrazini
Graça
e Paz
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