Nos
últimos tempos, muito se tem falado sobre autoestima. E, de alguma forma,
homens e mulheres a tem desejado arduamente. No entanto, algumas pessoas
confundem amor-próprio com individualismo e egoísmo.
Ansiosas
e empolgadas com a possibilidade de gostarem mais de si mesmas, assim como de
reconhecerem com mais propriedade as suas qualidades, elas têm perdido a noção
do equilíbrio entre dar espaço para que o outro seja e o seu próprio eu.
Tais
pessoas passaram a valorizar a idéia de que devem amar-se como são e,
especialmente, que merecem ser amadas exatamente da maneira que são. O
resultado é que estão equivocando-se quanto aos conceitos de relacionamento,
amor e felicidade.
Alguns
dizem coisas do tipo: “Se fulano realmente me ama, deve aceitar-me como sou”.
Existe uma enorme diferença entre aceitar o outro como ele é, e engolir tudo o
que este faz sem argumentar, sem colocar-se, sem reagir a nada. Quando você diz
“não vou mudar simplesmente porque fulano acha que estou errado”, sem ao menos
refletir e considerar o que está sendo dito, não é sinal de amor-próprio, e sim
de falta de humildade (além de arrogância).
Relacionamentos
e amor são veículos importantes para que consigamos perceber nossas limitações
e nossas dificuldades. Entretanto, se nos colocarmos como donos da razão (ainda
que a tenhamos), tornamo-nos cegos para a oportunidade de reavaliar-nos, de
ceder em alguns pontos e de admitir nossos enganos muitas vezes.
Precisamos
ser mais flexíveis para perceber nossos enganos. Há momentos em que o outro tem
razão. Quando nos permitimos reconhecer isso, podemos construir, por meio dos
relacionamentos, a verdadeira auto-estima, e não muros que nos distanciem das
pessoas, tornando-nos prepotentes e bem pouco atraentes.
A
auto-aceitação é um sentimento excelente, desde que inclua a noção de que cometemos
erros e, principalmente, de que só podemos ser felizes se, na mesma medida,
soubermos aceitar o outro com suas diferenças e opiniões. Foi o que o Senhor
Jesus ensinou.
A
lei se resume em amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
Este amar a si mesmo só pode ser de fato uma conquista rumo ao amadurecimento
quando se compreende que não se pode crescer sem a presença das pessoas, sem a
troca de experiências, sem ceder e argumentar, sendo flexível, na medida justa
do respeito ao próximo.
Existe
uma grande diferença entre individualidade — singularidade, nosso jeito de ser
— e o individualismo —considerar apenas a nós mesmos, sem reconhecer a
individualidade do outro, tornando-nos egoístas. Assim, passamos a repelir as
pessoas, o que nos deixa solitários. É isto justamente que o diabo deseja e
mais tem realizado.
Estamos
inseridos em uma sociedade onde as pessoas só estão pensando e vivendo em
função dos seus interesses. Alguns, caso seja preciso, destroem os seus
semelhantes. Em Mateus 7.12 está escrito: Portanto,
tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós, porque
esta é a lei e os profetas.
Como
conseqüência, temos visto o aumento dos transtornos afetivos, do divórcio, dos
assassinatos, dos roubos, da impiedade. Em busca de uma autoestima saudável,
algumas pessoas estão se tornando altamente egoístas, avarentas, insensíveis.
Que
possamos entender que a nossa autoestima só é saudável quando nos damos conta
de que precisamos uns dos outros para estabelecer trocas nas áreas espiritual,
emocional, física e material. Assim, cumpriremos a recomendação em Efésios
5.2a: Andai em amor, como também Cristo
vos amou.
Dra.
Elizete Malafaia
Por
Litrazini
Graça
e Paz
Nenhum comentário:
Postar um comentário