Durante
a caminhada de Jesus sobre a terra, sem dúvida milhares de pessoas se
aproximaram dele com o intuito de segui-lo, mas logo desistiram.
Nos
três anos em que realizou sua missão terrestre foi ouvido por cidades inteiras
e curou e alimentou multidões. Mas ao final só restaram cerca de cento e vinte
ovelhas fieis e perseverantes (Atos 1:15). E choca mais ainda concluir que
entre os que foram alimentados, libertos e curados por ele, haviam muitos que
no dia em que ele foi apresentado por Pilatos, pediram pela liberdade de
Barrabás e pela morte de Jesus na cruz.
Observando
a passagem indicada, começamos a entender os motivos de tanta rejeição, e as
causas de, porque, ainda hoje, seguir a Cristo não é uma tarefa fácil ou
confortável.
1. A QUESTÃO DE VALORES.
Jesus
deixa claro, não era um pregador dos tesouros dessa terra. Ao contrário, expõe
sua humildade. Não confundir humildade com miséria. A humildade de Cristo se
refletia na sua natureza. Ele é o maior rei do universo, mas veio, lavou os pés
de seus discípulos para mostrar que o maior é quem serve mais. Essa é a
verdadeira noção de humildade. Mesmo sabendo quem era e o poder que possuía,
entregou sua vida em favor do próximo sem cobrar nada além da obediência à
Palavra de Deus.
Os
reis da terra são seguidos por aquilo que eles podem dar aos seus seguidores.
Poder, ouro, propriedades, ascensão social, status, proteção. Jesus mostrou que
com ele seria diferente. Ele disse “Meu
reino não é deste mundo” (João 18:36). Logo, entendemos que o melhor de
Deus não é vivido nesta vida. O Reverendo Paul Washer tem um frase que fala
sobre isso: “Se você é filho do Rei, nada nesta terra pode lhe satisfazer, a
satisfação está nas coisas do alto”.
Jesus
sabia quem falava com ele naquele momento. Quando dá a primeira resposta, sabe
o que e quem quer atingir. O primeiro homem que falou com ele representa as
milhares de criaturas espalhadas pela terra que teimam em se aproximar de Jesus
em busca de bens materiais, prosperidade e sucesso. Que não entendem que o
maior tesouro de Deus, que a Bíblia chama de “Dom de Deus” (Efésios 2:8), que é
graça pela qual somos salvos do pecado e da morte, não pode ser comprada por
dinheiro nenhum desta terra, nem por ouro ou prata.
Você
consegue imaginar Jesus pregando hoje, na TV, igual os pregadores que estão lá,
fazendo do Evangelho uma fonte de negócios? Se aproveitando da misericórdia de
Deus em curar e libertar para comercializar bênçãos? Mas a grande pergunta é:
onde ele se sentiria mais à vontade?
A
mensagem aqui é: seguir a Cristo não é confortável, não tem regalias, teremos
que servir e não ser servidos, se quisermos colher teremos que semear
2. A QUESTÃO DA PRIORIDADE.
Por
não entender o contexto dessa passagem, muitos incrédulos criticam a postura de
Jesus. Mas é preciso entender o que realmente aconteceu. Quando o homem disse
“Deixa que primeiro eu vá sepultar meu pai”, é óbvio que seu pai não estava
morto. Se estivesse morto seu filho estaria lá o sepultando. Esse termo, na
verdade significava que Jesus deveria esperar por ele até que o pai daquele
homem morresse e fosse sepultado para que ele então o seguisse. Veja que esse
segundo personagem, ao contrário do primeiro, foi chamado. E deu uma desculpa
esfarrapada. Como milhares dão todos os dias…
Jesus não engoliu a desculpa. Os mortos a que ele se refere em sua resposta são
os mortos de espírito. Aqueles que não conhecem a Deus. Muitas pessoas ainda
dão às costas para Jesus esperando pelo marido, pela esposa, pelo namorado,
pelo pai, pela mãe, enfim, são mortos esperando por outros mortos. Quando é e
deve ser a prioridade maior na vida de qualquer pessoa. Imagine se todos os
filhos que estão na igreja fossem esperar que seus pais se convertessem para
vir a Cristo, como seria? E se todas as esposas esperassem por seus maridos
para vir a Cristo, como seria, e vice-versa?
A
mensagem aqui é: amamos nossos familiares e Jesus disse: amará o teu próximo como a ti mesmo. Mas antes de dizer isso, ao
ser confrontado por um doutor da lei, sobre qual seria o maior mandamento, em Mateus
22:36, ele respondeu, no versículo 37: “Amarás
o Senhor teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu
entendimento” e, no versículo seguinte ele completa “Esse é o primeiro e grande mandamento” (v. 38).
3. A QUESTÃO DO VELHO HOMEM.
O
personagem seguinte se referiu aos que estavam em sua casa. Seu círculo mais
íntimo, inclusive seus amigos mais próximos. Queria dar mais um abraço em sua
vida pregressa. Estava com dificuldades em modificar sua vida a partir dali. De
abrir mão do passado. De se libertar da vida pregressa. Era como aqueles que
dizem “Vou ser crente, mas antes vou me divertir no carnaval mais essa vez” ou
“Vou ser crente, mas antes vou aproveitar minha juventude”. E às vezes não se
volta do carnaval. E outras vezes a juventude acaba antes do esperado, com uma
gravidez indesejada ou uma doença transmitida em um momento de irresponsabilidade
ou embriaguez…
A
frase de Jesus “Ninguém, que lança mão
do arado e olha pra trás, é apto para o reino de Deus”… Mostra isso. É
impossível servi-lo com os olhos voltados para o passado. Nosso passado não
interessa a Cristo, portanto não deve interessar mais a nós (Isaías 43:25).
Nossos
pecados foram perdoados e devem ser enterrados junto com a velha criatura.
Devemos entender que nossa maior riqueza é exatamente essa segunda chance de
recomeçar tudo de novo, junto a Cristo, ouvindo suas palavras, fazendo como
Paulo (Filipenses 3:13). Caso contrário nunca poderemos aproveitar por completo
das bênçãos de estar na presença de Deus.
Daí
a figura do arado. Se aramos olhando para trás, o arado ficará torto,
irregular. É o que acontece quando deixamos de olhar para Cristo para olhar em
volta.
Milton
Curvina Neto
Por
Litrazini
Graça
e Paz
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