Porque, quando estive com vocês, resolvi
esquecer tudo, a não ser Jesus Cristo e principalmente a sua morte na cruz. (1 Coríntios 2.2, NTLH)
Qualquer
pessoa que estude o cristianismo pela primeira vez logo ficará impressionada com
sua ênfase na morte de Jesus e, como já vimos, particularmente com o espaço
desproporcional que os evangelistas dedicam à sua última semana de vida.
Os
autores dos Evangelhos haviam aprendido essa ênfase com o próprio Jesus. Em
três ocasiões distintas e solenes Jesus predisse sua morte dizendo: “Era necessário que o Filho do Homem
sofresse muitas coisas… e… fosse morto” (Mc 8.31). Era necessário que isso
acontecesse — ele insistiu — porque havia sido predito nas Escrituras do Antigo
Testamento.
Jesus
também se referiu à sua morte como a sua “hora”, a hora para a qual ele viera
ao mundo. No começo, ele repetiu que ela ainda “não havia chegado”, mas
finalmente pôde dizer que “sua hora chegara”.
Talvez
o mais impressionante de tudo isso seja o fato de Jesus ter determinado, de
modo deliberado, como gostaria de ser lembrado.
Ele
instruiu seus discípulos a tomar, partir e comer o pão em memória de seu corpo,
que seria partido por eles, e a tomar, derramar e beber o vinho em memória de
seu sangue, que seria derramado em favor deles.
A
morte era representada por ambos os elementos. Nenhum simbolismo poderia ser
mais claro. Como ele queria ser lembrado? Não por seu exemplo ou seu ensino,
não por suas palavras ou obras, nem mesmo por seu corpo vivo ou pelo sangue que
corria em suas veias, mas por seu corpo entregue e seu sangue derramado no
sacrifício da cruz.
Assim,
a igreja acertou na escolha do símbolo do cristianismo. Ela poderia ter
escolhido qualquer outra entre muitas opções — por exemplo, a manjedoura,
simbolizando a encarnação; a carpintaria, que comunica a dignidade do trabalho
manual; ou a toalha, símbolo do serviço humilde. No entanto esses símbolos
foram ignorados em favor da cruz.
A
escolha da cruz como o símbolo supremo do cristianismo foi totalmente
extraordinária porque na cultura greco-romana a cruz era objeto de vergonha..
Porque
Cristo enviou-me, não para batizar, mas para evangelizar; não em sabedoria de
palavras, para que a cruz de Cristo se não faça vã. Porque a palavra da cruz é
loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus.
Porque está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios, E aniquilarei a
inteligência dos inteligentes. Onde está o sábio? Onde está o escriba? Onde
está o inquiridor deste século? Porventura não tornou Deus louca a sabedoria
deste mundo?
Visto como na sabedoria de Deus o mundo não conheceu a Deus pela sua sabedoria,
aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação. Porque os judeus
pedem sinal, e os gregos buscam sabedoria; Mas nós pregamos a Cristo
crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos. Mas para
os que são chamados, tanto judeus como gregos, lhes pregamos a Cristo, poder de
Deus, e sabedoria de Deus. Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os
homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens. (1 Coríntios
1:17-25)
Retirado
de A Bíblia Toda, o Ano Todo [John Stott]. Editora Ultimato.
Por
Litrazini
Graça
e Paz
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