“Cuidado, você está caindo para cima,
você começou um processo de queda.” “Porventura, sou eu, Senhor?” (Mateus 26:22b)
“Acaso, sou eu, Mestre? Respondeu-lhe
Jesus: “Tu o disseste”.
(Mateus 26:25b)
“E digo-vos que, desta hora em diante,
não beberei deste fruto da videira, até aquele dia em que hei de beber, de
novo, convosco no reino de meu Pai. E, tendo cantado o hino, saíram para o
monte das Oliveiras.”
(Mateus 26:29-30)
Há
pouco mais de dois mil anos o Senhor Jesus celebrou sua última ceia aqui na
Terra. Aquela era uma semana importante. Aqueles eram dias de Páscoa, dias
de festa. À noite, em um jantar íntimo, em torno de uma mesa especial,
preparada pela divina providência, Jesus transformou aquele jantar em uma
Santa Ceia.
Em
um determinado momento, Jesus aos discípulos dirige a palavra: “Um de vocês vai me trair”. Os
doze trocam olhares e perguntam ao Mestre: “Porventura,
sou eu, Senhor?” Judas também a faz e Jesus responde: “Você está dizendo que é você”.
Para
nós, está claro que Jesus responde a Judas: “É você”. Mas ali ninguém
percebe. Todos saem em dúvida. O nome de Judas é uma helenização do
nome hebraico Judá, que significa “abençoado”, “louvado”. No grego é “loúdas”.
Entre os apóstolos, o seu nome é o segundo que mais aparece nos
Evangelhos, depois do nome de Pedro. O nome repete-se por 20 vezes.
A
função de Judas era importante na igreja: tesoureiro. Era o homem de confiança
de Jesus e de todos os discípulos. Era certamente o mais bem preparado
dentre eles. Tinha o melhor currículo.
Ele
estava entre os 70 enviados, de dois em dois, que fizeram milagres,
curaram enfermos, expulsaram demônios e que voltaram para Jesus alegres,
dizendo: “Senhor, pelo teu nome, até
os demônios se nos sujeitam.” (Lucas 10:17)
Ao
que Jesus respondeu: “Mas, não vos
alegreis porque se vos sujeitem os espíritos; alegrai-vos antes por
estarem os vossos nomes escritos nos céus”. (Lucas 10:20).
Assim
como os demais 11 discípulos, Judas também foi escolhido por Jesus, sob
a mesma revelação e direção do Espírito Santo. Não houve erro! Jesus
disse que o nome de Judas estava escrito no livro dos céus; ele foi escolhido;
o seu nome significa abençoado; ele fez milagres e libertou pessoas da opressão
e de demônios, em nome de Jesus; ele era uma pessoa de confiança do
ministério. Como é que se explica que tenha tido o fim que teve?
Ninguém
cai “do nada”. A queda não implica em um único ato, mas sim em
um processo. Este processo é uma construção, um edifício. Temos a
impressão que a queda se constrói para baixo. Contudo, o diabo não tem nenhum problema
em deixar você construir uma queda para cima, porque quanto mais você
sobe, maior será o prejuízo da queda.
No
capítulo 12 de João, por exemplo, quando Maria lava os pés de Jesus com
unguento, um óleo perfumado muito caro, Judas mostra sua fraqueza: “Por que não se vendeu este unguento
por trezentos dinheiros e não se deu aos pobres?”, questionou ele.
Fica
muito claro que Judas está mais apegado ao dinheiro que ao gesto concreto
que manifestava a missão de Jesus. Judas desencadeou um processo de
queda. Em determinado momento, ele começa a apresentar desvios, como no
exemplo acima.
Há
muita gente que está prosperando, mas está caindo; está crescendo, mas está
caindo; está pregando melhor, mas está caindo; está cantando melhor, mas
está caindo. Mas elas não merecem cair. Às vezes, falta alguém cheio de
amor a Jesus, para lhe dizer: “Cuidado, você está caindo para cima, você
começou um processo de queda.”
Qualquer
processo de queda pode ser quebrado, desde que se tome uma posição:
do lado de Jesus. No dia a dia, nas situações mais difíceis, devemos nos
perguntar: “De que lado Jesus está?”.
Judas
que o nome era louvado, abençoado, acabou se tornando uma marca ruim,
um nome ruim, porque fez uma escolha que desencadeou na vida dele uma
consequência. Ele estava com Jesus na Santa Ceia, mas após cantar o hino e
receber a bênção apostólica, tomou uma direção diferente.
E,
você, vai para qual lado?
Roberto
de Lucena
Por
Litrazini
Graça
e Paz
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