A
natureza humana é de tal forma constituída, que a presença de outra pessoa é
fundamental para vivenciarmos nossas experiências.
Nascemos
compartilhando o espaço social com a nossa família, onde iniciamos o processo
de socialização, que proporcionará oportunidades de aprendizagem e crescimento.
Durante o período do nosso desenvolvimento, recebemos educação, criamos
objetivos e expectativas para o futuro, tendo como referencial os papéis que
iremos desenvolver em nossa vida adulta. Normalmente, estão incluídos em nossos
objetivos uma boa formação e a constituição de uma família a partir do encontro
de um “grande amor”, com romantismo suficiente para felicidade eterna. São
projetos que nem sempre combinam com o plano maior que Deus tem para as nossas
vidas. “O coração do homem considera o
seu caminho, mas o Senhor lhe dirige os passos” (Provérbios 16.9). É
importante que tenhamos confiança e coragem para entregarmos o nosso futuro
àquele que é o Senhor da nossa vida.
Vivemos
tempos de modernidade pagã, onde os valores essenciais para relacionamentos
duradouros estão em segundo plano. Homens e mulheres vivem relações
descartáveis, visando prazer, egoísmo e dinheiro. Desta forma, encontramos
inúmeras mulheres infelizes, convivendo com a solidão. Além disso, outras
contingências da vida podem levar uma mulher a estar só. Encontramos aquelas
que não se casaram, outras que ficaram viúvas e, ainda, outras tantas com o
coração machucado pela infidelidade do esposo, em condições de divorciada ou
convivendo na mesma casa, mas em profunda solidão.
Segundo pesquisas, as grandes cidades criam ou contêm pessoas solitárias
de todas as faixas etárias. Esse
estado de espírito leva as pessoas que o alimentam a um distanciamento cada vez
maior dos seus semelhantes.
Solidão é a palavra que usamos para expressar o sentimento de dor que
tem origem num vazio interior não preenchido, e que nos dá a sensação de que
estamos incompletas. Sentir
solidão significa estar sozinha contra a própria vontade. E uma palavra de
forte conotação negativa, capaz de provocar arrepios só de ser pronunciada.
Contudo, existe um “estar só” saudável. São momentos importantes da nossa
vida, quando, por exemplo, precisamos ficar a sós com Deus, quando refletimos,
ponderamos, decidimos, e criamos. São momentos muito ricos e produtivos da
nossa experiência. Alguns acontecimentos são tão pessoais, que por mais que
estejamos rodeados de pessoas, o momento é só nosso: quando aceitamos Cristo,
por exemplo.
Em
contrapartida, temos necessidades de comunicação. Ansiosas por reconhecimento,
aprimoramos nossas aptidões para um relacionamento mais eficiente com os
outros.
As pessoas que alimentam a solidão provocam um distanciamento cada vez
maior dos seus semelhantes
Você
que é só e não tem com quem compartilhar seus sentimentos, pode perfeitamente
se identificar com nosso Senhor Jesus Cristo. Mais do que ninguém, Ele te
entende. Além dos momentos de estar só por opção, para falar com o Pai, Jesus
experimentou também andar por caminhos muito solitários, mas segundo a Bíblia
Sagrada, eram estas as palavras dEle nessas ocasiões: “E aquele que me enviou está comigo; o Pai não tem me deixado só,
porque eu faço sempre o que lhe agrada” (João 8.29).
É
difícil, às vezes, aceitar a vida que Deus nos proporciona se ela foge do que
consideramos ideal para nós. Com uma ótica espiritual, percebemos que o mais
importante não é o que a vida tenha nos oferecido ou não. O essencial é saber
que o Senhor é soberano na nossa vida, e dEle vem o que é melhor para nós.
Nossas atitudes devem refletir o testemunho de uma filha de Deus muito amada,
que sabe entender o propósito que o Pai tem para a sua vida, vivendo a Palavra
que diz: “E sabemos que todas as
coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus” (Romanos
8.28).
Faça
uma reflexão e junte todos os ingredientes que compõem o seu existir:
capacidades espiritual, intelectual, física e emocional; acrescente as
possibilidades e disponibilidade que a sua condição oferece, e organize o seu
tempo de tal maneira que você consiga visualizar o sentido da sua vida.
Estabeleça, segundo o propósito de Deus, objetivos positivos e
desenvolva estratégias para conseguir alcançá-los, colocando todos os seus
talentos em ação. Você
estará bem ocupada no presente, confiando que o Senhor providenciará o seu
futuro, será uma bênção para muitas pessoas e receberá outras tantas para
enriquecer a sua existência.
A certeza de que nada nos acontece por acaso, quando entregamos a
direção da nossa vida a Deus, traz paz interior e tranquilidade suficiente para
sermos felizes. A
autoestima e a valorização pessoal devem expressar o reconhecimento do amor de
Deus para conosco. Ele nos fez, sustentou a nossa vida para que chegássemos até
aqui, e cuida com muito carinho dos pequenos e grandes problemas,
oferecendo-nos oportunidades de crescimento através deles. Então, podemos
perceber claramente o valor que temos para Deus. Os sentimentos de menos valia,
autoestima distorcida e autocomiseração não terão mais lugar em nossa vida.
Com
Cristo no centro do nosso viver, estar só significa apenas uma das condições
possíveis na vida cristã de uma mulher. O amor romântico poderá falhar como
neutralizador da solidão, mas o calor do amor de Cristo, quando enche o coração
de uma mulher, é capaz de derreter o iceberg formado pela solidão que tem
congelado tantos corações femininos.
O
amor de Cristo é o melhor antídoto que conheço para a solidão. “O meu mandamento é este: Que vos ameis uns
aos outros, assim como eu vos amei” (João 15.12).
Sônia
Pires Ramos
Por Litrazini
Graça e Paz
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