Andei
procurando por fósseis da nostalgia. Encontrei preservado o que deveria ter
sido destruído no passado, e destruído o que poderia ter ficado preservado até
agora"(Mery Medeiros).
Existem
feridas, ou seja, dores que carregamos em nossos corações daquilo que
vivenciamos em nossa infância, lembranças do que poderia ter sido melhor ou
diferente e sentimentos de impotência pelo que foi perdido no passado.
O QUE SÃO OS TRAUMAS DE
INFÂNCIA?
Segundo
Alexandre Salvador, membro da Sociedade Paulista de Psicanálise, o trauma é a
incapacidade do sujeito de superar determinados acontecimentos de sua vida,
pois as cargas que foram impostas em certos eventos causaram impactos
emocionais mais intensos do que o indivíduo poderia suportar.
Esses
traumas podem impedir o crescimento da pessoa em muitos sentidos da vida,
devido ao fato de inibir as energias para se viver uma vida plena.
Exemplos
de traumas:
1.
Morte repentina do pai, mãe ou algum parente muito próximo à criança;
2.
Acidentes de trânsito intensos com pessoas feridas;
3.
Separação dos pais;
4.
Brigas e xingamentos constantes dos pais;
5.
Afastamento dos pais, ou seja, falta de afeto de um ou de ambos os pais;
6.
Surras ou gritos constantes com a criança;
7.
Ofensas de colegas da escola e/ou professores;
Entre
outros tipos de acontecimentos que podem ter ocorrido na infância e
desencadeiam "travas" ou insegurança no indivíduo.
O
enfraquecimento do EU
Os
conflitos internos que podem acontecer a pessoas com traumas, muitas vezes
podem passar despercebidos até mesmo pela própria pessoa que está vivenciando o
trauma, dessa forma, a observação e conversa de alguém muito próximo a essa
pessoa pode ajudar muito nessa percepção.
A
neurose causada por essa ferida, gera um enfraquecimento do EU nas pessoas, ou
seja, uma desordem de autocensura entre os desejos próprios e as ideias
colocadas pelas pessoas externas (família, amigos, colegas).
Essas
"travas" aparecem nos momentos mais inesperados do dia a dia, e
questiona-se: Por quê? De onde vem esses medos e receios? Medo de ser feliz,
medo de amar, medo de se entregar, medo de ceder, entre outros.
Alguns
comportamentos presenciados na infância pela criança podem sim determinar as
escolhas que ela fará no futuro, especialmente no que se refere ao seu cônjuge.
Mas
podemos escolher ficar presos e amarrados ao passado, ou redescobrir um futuro
muito mais iluminado, mais bonito, mais paciente, com um amor verdadeiro e
puro, aquele amor sincero que nos permite crescer juntos, o amor doação.
PLANTANDO NOVAS SEMENTES
Precisamos recriar momentos, compreender as circunstâncias já passadas,
esquecer alguns fatos, perdoar algumas falhas, redescobrir novas possibilidades,
enfrentar os medos e anseios.
Para
que tenhamos a capacidade de fazer essas coisas, não podemos lidar com os
problemas de forma superficial, apenas fingindo que não estão ali, ou então
mascarando nossas dores com medicações. Se os problemas são profundos nossa
intervenção precisa ser tão ou mais profunda.
Uma
pessoa com medo de aranhas, precisa aprender a matá-las para que esse medo
desapareça. Alguém com medo de amar, precisa se entregar de corpo e alma para
outra pessoa. Corre-se o risco da aranha picar, mas a vida é para ser vivida.
O AMOR TUDO CRÊ
Conforme
ensina Alexandre Salvador, as sequelas mais comuns que permanecem em adultos
com traumas são: achar que está sempre desamparado; medo de ser abandonado;
medo de ficar sozinho; torna-se uma pessoa insegura; tímida e com medo de
arriscar.
Se
você ama alguém que sente algum desses tipos de traumas, ajude-o a ser mais
resiliente, ou seja, a recuperar sua capacidade de vencer obstáculos, de lidar
com seus problemas e encontrar soluções saudáveis. O amor, o carinho e a
atenção da família e amigos é essencial para o fortalecimento do EU.
Normalmente
surge-se a necessidade de terapia para que o indivíduo consiga organizar aquilo
que ficou enfraquecido no decorrer da vida.
JOSUÉ
GONÇALVES
Por
Litrazini
Graça
e Paz
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