"Quem nos separará do amor de
Cristo?"
(Rm 8.35).
Aí
está. Eis a questão. Aqui está o que queremos saber. Queremos saber por quanto
tempo resistirá o amor de Deus. Paulo poderia ter começado com isto. Deus
realmente nos ama para sempre? Não apenas num domingo de páscoa, quando nossos
sapatos estão brilhando, e nossos cabelos, penteados? Queremos saber (bem no
fundo, não queremos realmente saber?), como Deus se sente a meu respeito,
quando sou um tolo. Não quando estou animado, positivo, e pronto a tentar
resolver o problema da fome mundial. Não, então. Sei como Ele se sente nessas
ocasiões. Até eu gosto de mim, então.
Quero
saber como Ele se sente a meu respeito, quando vou atrás de qualquer coisa que
se move; quando meus pensamentos estão ao nível a sarjeta; quando minha língua
está tão afiada que cortaria uma pedra. Como Ele se sente a meu respeito,
então?
Essa
é a questão. Esse é o ponto. Essa é a razão maior de você ler este artigo. Oh,
você não o disse; você pode nem mesmo sabê-lo. Mas eu posso vê-lo em seu rosto.
Posso ouvi-lo em suas palavras. Ultrapassei os limites esta semana? Terça-feira
passada, quando tomei vodca até não poder andar... Quinta-feira, quando meus
negócios me levaram onde não havia o que negociar... No verão passado, quando
amaldiçoei Deus junto ao túmulo do filho que ele me dera?
Fui
levado tão longe? Demorado demais? Escorregões demais?
É
isso o que quero saber. Pode alguma coisa separar-me do amor que Cristo tem por
nós?
Deus
respondeu nossa pergunta antes que a houvéssemos formulado. Para que lhe
enxergássemos a resposta, Ele iluminou o céu com uma estrela. Para que a
ouvíssemos, encheu a noite com um coro; e para que nela acreditássemos, fez o
que homem algum jamais sonhara. Ele se fez carne e habitou entre nós.
Ele
pôs a mão no ombro da humanidade e disse: "Você são um tanto
especiais."
Sem
se limitar pelo tempo, Ele nos vê. Todos. Das matas da Virgínia ao centro
comercial de Londres; dos vikings aos astronautas; do homem das cavernas aos
reis; do construtor de cabanas ao acusador, e ao amontoador de pedras, Ele nos
vê. Vagabundos e esfarrapados, Ele nos viu antes que houvéssemos nascido.
E
Ele ama o que vê. Inundado pela emoção. Acima do orgulho, o Criador das
estrelas volta-se para nós, olha um por um, e diz: "Você é meu filho. Eu o
amo ternamente. Estou consciente de que um dia você se afastará de mim, e
andará ausente. Porém quero que saiba que já lhe providenciei um caminho de
volta."
E
para prová-lo, Ele fez algo extraordinário.
Descendo
do trono, Ele removeu seu manto de luz, e envolveu-se em pele: pigmentada pele
humana. A luz do universo penetrou a escuridão, banhou o ventre. Ele, a quem os
anjos adoram, aninhou-se na placenta de uma camponesa, nasceu numa noite fria,
e então, dormiu num cocho.
Maria
não sabia se lhe dava leite ou louvor; deu-lhe portanto ambas as coisas, já que
Ele era, tanto quanto ela imaginava, faminto e santo.
José
não sabia se o chamava de filho, ou de Pai. Por fim, chamou-o de Jesus, já que
fora esse o nome mencionado pelo anjo, e já que ele não tinha a mais leve idéia
de como chamar a um Deus, que ele podia embalar nos braços.
Nem
Maria, nem José, o disse tão abruptamente quanto minha Sara, mas não pense que
suas cabeças não se inclinavam, e suas mentes não ponderavam:
"Deus,
o que o Senhor está fazendo neste mundo?"
Pode
alguma coisa fazer-me parar de amar você?" Pergunta Deus. "Observe-me
falar sua língua, dormir em sua terra, e sentir suas dores.
Você
pergunta se eu entendo como se sente? Olhe dentro dos olhos dançantes do menino
de Nazaré; é Deus indo pra escola. Pense no pequenino à mesa de Maria; é Deus
derramando o leite.
"Você
pergunta até quando durará o meu amor? Encontre sua resposta numa cruz
alcantilada, sobre um monte escarpado. Esse que você vê lá em cima é o seu
Criador, o seu Deus, furado com pregos, e sangrando. Coberto de cuspe, e
encharcado em pecado. É o seu pecado que estou sentindo. É a sua morte que
estou morrendo. É a sua ressurreição que estou vivendo. É como eu amo
você."
"Pode
alguma coisa interpor-se entre você e eu?" Indaga o Primogênito.
Ouça
a resposta, e firme o seu futuro sobre as triunfantes palavras de Paulo: "Pois estou convencido de que nem a
morte nem a vida, nem anjos nem demônios, nem o presente nem o futuro, nem
quaisquer poderes, nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na
criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus
nosso Senhor" (Rm 8.38,39).
Max
Lucado
Por
Litrazini
Graça
e Paz
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