Jamais teríamos condições de conhecer os
ardis do nosso adversário, sua astúcia e forma de combate. Mas Deus sabe como
ele trabalha e o que devemos fazer para destruir seus mísseis incendiários.
TODA E QUALQUER ESTRATÉGIA MILITAR para uma
guerra, ainda que de pequena dimensão, inclui o conhecimento do poder de fogo
do adversário. Disso depende o êxito da empreitada.
Faz-se necessário também conhecer de
antemão os pontos fracos e fortes do inimigo. As nações mais poderosas do
planeta usam satélites espiões que informam qualquer movimento do adversário.
Com isso, avaliam a conveniência de atacar pelos flancos, pela direita, pela
esquerda, pelos ares, por terra ou pelas águas.
Se o inimigo possui lançadores de mísseis
de longo alcance, urge que essas fortalezas sejam destruídas logo no início do
combate. O aparato bélico precisa ser mortífero, com poder de destruição
superior ao do inimigo. Assassinos dispostos a matar ou morrer, munidos de
AR-15, não podem ser enfrentados com policiais armados com revólveres 38.
A Igreja de Cristo trava uma batalha
constante contra o diabo, nosso adversário invisível e poderoso: “Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo,
vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa
tragar” (1 Pe 5.8). A sobriedade (sóbrio = grego sõphrõn) diz respeito ao
autodomínio, equilíbrio, mente sã.
A batalha está deflagrada desde o princípio.
Não há como fugir a essa realidade. A partir do momento em que nos alistamos
como soldados de Cristo, assumimos a posição de combate e de firme resistência.
O adversário “busca a quem possa tragar”.
Os leões, por instinto, possuem uma
estratégia para atacar uma manada. Espreitam aquela caça desprevenida,
descuidada, menos atenta, mais afastada do rebanho. E atacam com fúria e
certeza de sucesso. O diabo busca as presas mais vulneráveis.
Jamais teríamos condições de conhecer os
ardis do nosso adversário, sua astúcia e forma de combate. Mas Deus sabe como
ele trabalha e o que devemos fazer para destruir seus mísseis incendiários.
“Revesti-vos
de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas
ciladas do diabo” (Ef 6.11). Ele age com astúcia,
isto é, pela força do engano, como hábil enganador. A armadura precisa ser
completa: “toda a armadura”. Não apenas uma parte dela. Um soldado não enfrenta
um bandido armado apenas com o cassetete, ou apenas com uma arma de fogo. Deve
usar a armadura no seu todo, como faziam os antigos soldados romanos. É assim
que Deus quer que façamos. O inimigo é perigoso. Não fosse, Deus não nos faria
advertência tão cuidadosa.
“Porque
não temos que lutar contra carne e sangue; mas, sim, contra os principados,
contra as potestades, contra os príncipes as trevas deste século, contra as
hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais” (v.12). A nossa luta não é contra pessoas visíveis. Seria até mais
fácil. O conflito espiritual é contra Satanás e uma multidão de espíritos
malignos. Estamos engajados nessa luta.
“Porque
as armas de nossa milícia não são carnais, mas, sim, poderosas em Deus, para
destruição das fortalezas” (2 Co 10.4).
A nossa vitória foi obtida na cruz, pelo
próprio Cristo, que nos redimiu do domínio do maligno. Porém, trava-se dentro
de nós uma luta contra os desejos corruptos, os prazeres ímpios do mundo, as
tentações e contra as forças do mal.
Deus nos indica a estratégia que devemos
seguir. Precisamos estar com a verdade e a justiça; ter a fé como escudo para
apagar “os dardos inflamados do
inimigo”; usar a “espada do
Espírito, que é a palavra de Deus”, vigiando e orando. (Ef 6.14-18).
Temos nessa relação armas de defesa e de
ataque. A espada, simbolizando a Palavra, é arma de ataque e de defesa. No
deserto, Satanás usou da palavra para tentar dobrar Jesus. Com a mesma Palavra,
Jesus rebateu e o expulsou de sua presença (Mt 4.1-10). Portanto, convém que
saibamos manejar bem essa espada. Os soldados conhecem suas armas por dentro e por
fora: “Procura apresentar-te a Deus
aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a
palavra da verdade” (2 Tm 2.15).
O poder das trevas é constituído de uma
multidão muito bem organizada. É o império do mal com suas categorias e ordens.
Cristo nos livrou desse poder, “em que
noutro tempo andastes, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das
potestades do ar, do espírito que, agora, opera nos filhos da desobediência”
(Ef 2.2).
Cristo outorgou poderes à Igreja para em Seu
nome expulsar demônios (Mc 16.17). Agimos por procuração. O poder está no
outorgante. Para os que crêem, o nome de Jesus tem efeito devastador; é como um
míssil lançado sobre as hostes inimigas. Agimos como soldados sob as ordens do
Leão da Tribo de Judá, o Senhor dos senhores:
“Sofre,
pois, comigo, as aflições, como bom soldado de Jesus Cristo” (2 Tm 2.3). Como soldados, estamos dispostos a sofrer, a enfrentar
adversidades; a viver uma vida de renúncia, de rígida disciplina e de árduo
trabalho. Não há como retroceder. Só os fracos fogem à luta.
“A luta é combate que os fracos abate, que
os fortes, os bravos só pode exaltar” (Gonçalves Dias).
Não há fraqueza ao que luta destemido nessa
batalha. Mas se houver fraqueza, devemos nos gloriar nelas, para que em nós
habite o poder de Cristo. E diz o apóstolo: “Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades,
nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando estou fraco
então sou forte” (2 Co 12.9-10).
Pr. Airton Evangelista da Costa
Por Litrazini
Graça e Paz
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