Mostra-me,
Senhor, o fim da minha vida e o número dos meus dias, para que eu saiba quão
frágil sou. (Sl 39.4.)
Será mesmo de algum proveito conhecer de
antemão o número de anos que ainda temos pela frente?
Se somos portadores de alguma doença
terminal, talvez seja bom saber o tamanho da sobrevida, para tomarmos alguma
providência de ordem secular, afetiva e religiosa.
Mas se estamos em pleno vigor, longe da
idade avançada, não queremos nem pensar no assunto.
Tanto a pessoa marcada para morrer como a
marcada para viver precisam saber que vão morrer, seja daqui a pouco tempo como
daqui a muito tempo.
A certeza da morte é bem melhor que a
mentira de que não vamos morrer. Quanto menor a distância entre o tempo
presente e o momento da morte, maior é a consciência da nossa fragilidade —
algo realmente saudável.
Para algumas pessoas, porém, essa
diminuição não amansa o caráter, mas alvoroça a indignação, a revolta, a
incredulidade, a secularização e os ímpetos pecaminosos.
São duas reações diferentes: uma de
submissão, outra de briga. São duas filosofias de vida diferentes: uma diz
comamos e bebamos porque vamos morrer, e outra diz busquemos o Senhor enquanto
estamos vivos.
A cada dia de vida que vai embora, mais
distantes ficamos do primeiro parto e mais próximos ficamos do segundo parto.
No primeiro parto, somos expulsos do útero, que se tornou pequeno demais para
um nenê de sete, oito ou nove meses. No segundo parto, somos expulsos de um corpo
corruptível e mortal para um corpo novo, incorruptível e imortal, mesmo que
haja um intervalo pequeno ou grande entre uma coisa e outra.
Retirado de Refeições Diárias com o
Sabor dos Salmos. Editora Ultimato.
Por Litrazini
Graça e Paz
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