Enquanto apedrejavam Estêvão, este orava: “Senhor Jesus, recebe o meu
espírito”. Então caiu de joelhos e bradou: “Senhor, não os consideres culpados
deste pecado”. E tendo dito isso, adormeceu. (Atos 7.59-60)
A
morte de Estêvão foi plena de Cristo. Em seguida ao discurso de Estêvão, Lucas
registra mais três frases ditas por ele:
Vejo os céus abertos e o Filho do homem em pé, à direita de Deus (v.
56). Talvez Jesus tenha se levantado para dar as boas-vindas ao seu primeiro
mártir.
Sem
disposição para ouvir Estêvão glorificar a Jesus, o concílio lançou-se contra
ele e o arrastou para fora da cidade, para apedrejá-lo. Foi então que ele disse
a segunda frase.
Senhor Jesus, recebe o meu espírito (v. 59). Sua oração foi
semelhante à que Jesus orou antes de morrer:
“Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito” (Lc 23.46). Depois disso, ele
caiu de joelhos e bradou:
Senhor, não os consideres culpados deste pecado (At
7.60). Essa frase lembra as primeiras palavras de Jesus na cruz, também
registradas por Lucas.
De
fato, há vários pontos semelhantes entre a morte de Jesus e a morte de Estêvão.
Em ambos os casos, foram contratadas falsas testemunhas e ambos foram acusados
de blasfêmia. Os dois oraram pedindo que Deus perdoasse seus algozes e
recebesse seus espíritos.
Lucas
conclui sua narrativa dizendo que Estevão “adormeceu” (v. 60) — “uma
inesperadamente bela e suave descrição para uma morte tão brutal”, escreveu F.
F. Bruce.
A
maioria das pessoas se interessa pela vida de Estêvão por ele ter sido o
primeiro mártir cristão. Lucas, porém, está mais interessado em outro detalhe,
a saber, no papel vital que Estêvão desempenhou para a expansão da igreja
cristã. Ele já havia mostrado através do Antigo Testamento que Deus estava
ligado a um povo, não a um lugar. Agora, Jesus estava pronto para acompanhar
seu povo para onde quer que eles fossem.
Essa
certeza é indispensável para a obra missionária. Deus assumiu um compromisso
com a sua igreja (prometendo que nunca a deixaria) e com a sua Palavra
(prometendo que ela nunca passaria).
Mas
a igreja de Deus são as pessoas, não os edifícios, e a Palavra de Deus são as
Escrituras, não as tradições. Os edifícios e as tradições poderão passar, mas o
essencial deve ser preservado.
Não
podemos permitir que eles aprisionem o Deus vivo ou impeçam sua missão no
mundo.
Retirado
de A Biblia Toda, o Ano Todo [John
Stott]. Editora Ultimato.
Por
Litrazini
Graça
e Paz
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