O
evangelho foi concebido para fazer com o eu aquilo que a cruz fazia com aqueles
que nela eram postos: matar completamente. Essa é a boa notícia na qual Paulo
exultava: "Estou crucificado com Cristo".
A
cruz não é uma saída de incêndio pela qual escapamos do inferno para o céu, mas
é um lugar onde nós morremos em Cristo. É só então que podemos
experimentar "o
poder da sua ressurreição" (Fp 3.10), pois apenas mortos podem ser
ressuscitados. Que alegria isso traz para aqueles que há tempo anelam escapar
do mal de seus próprios corações e vidas; e que fanatismo isso aparenta ser
para aqueles que desejam se apegar ao eu e que, portanto, pregam o evangelho
que Tozer chamou de "nova cruz".
Paulo
declarou que, em Cristo, o crente está crucificado para o mundo e o mundo para
ele (Gl 6.14). É linguagem bem forte! Este mundo odiou e crucificou o Senhor a
quem nós amamos – e, através desse ato, crucificou a nós também.
Nós
assumimos uma posição com Cristo. Que o mundo faça conosco o que fez com Ele,
se assim quiser, mas fato é que jamais nos associaremos ao mundo em suas
concupiscências e ambições egoístas, em seus padrões perversos, em sua
determinação orgulhosa de construir uma utopia sem Deus e em seu desprezo pela
eternidade.
Crer
em Cristo pressupõe admitir que a morte que Ele suportou em nosso lugar era
exatamente o que merecíamos. Quando Cristo morreu, portanto, nós morremos nEle:
"...julgando nós
isto: um morreu por todos, logo todos morreram. E ele morreu por todos, para
que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles
morreu e ressuscitou" (2 Co 5.14-15).
"Mas eu não estou morto", é a reação
veemente. "O eu ainda está bem vivo." Paulo também reconheceu
isso: "...não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço" (Rm
7.19). Então, o que é que "estou crucificado com
Cristo" realmente
significa na vida diária? Não significa que estamos automaticamente "mortos para o pecado, mas
vivos para Deus em Cristo Jesus" (Rm 6.11). Ainda possuímos uma vontade e
ainda temos escolhas a fazer.
O PODER SOBRE
O PECADO
Primeiramente,
temos paz com Deus "pelo
sangue da sua cruz" (Cl 1.20). A penalidade foi paga por completo;
assim sendo, nós não tentamos mais viver uma vida reta por causa do medo de, de
outra sorte, sermos condenados, mas sim por amor Àquele que nos salvou. "Nós amamos porque ele
nos amou primeiro" (1 Jo 4.19); e o amor
leva quem ama a agradar o Amado, não importa o preço. "Se alguém me ama,
guardará a minha palavra" (Jo 14.23), disse o nosso Senhor.
Quanto
mais contemplamos a cruz e meditamos acerca do preço que nosso Senhor pagou por
nossa redenção, mais haveremos de amá-lO; e quanto mais O amarmos, mais
desejaremos agradá-lO.
Em
segundo lugar, ao invés de "dar
duro" para
vencer o pecado, aceitamos pela fé que morremos em Cristo. Homens mortos não
podem ser tentados. Nossa fé não está colocada em nossa capacidade de agirmos
como pessoas crucificadas mas sim no fato de que Cristo foi crucificado de uma
vez por todas, em pagamento completo por nossos pecados.
Em
terceiro lugar, depois de declarar que estava "crucificado com Cristo", Paulo acrescentou: "logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que
agora tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo
se entregou por mim" (Gl 2.20).
O
justo "viverá por fé" (Rm 1.17; Gl
3.11; Hb 10.38) em Cristo; mas o não-crente só pode colocar sua fé em si mesmo
ou em algum programa de auto-ajuda, ou ainda num guru desses bem esquisitos.
Dave Hunt
Por
Litrazini
Graça
e Paz
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