O
caminho que Abraão encontrou para proclamar quem era Deus e qual era o projeto
de Deus para os homens foi exatamente o contrário dos habitantes de Babel. Em
Abraão, Deus não encontrou um construtor de torres com motivação de tornar seu
próprio nome célebre, encontrou um construtor de tendas e de altares.
Infelizmente,
a igreja dos nossos dias, perdeu este sentido de vida provisória e de peregrinação
aqui na Terra. Hoje, as doutrinas que permeiam a igreja geram sentido de
eternidade. A benção, a segurança, a torre, são buscadas e, na maioria das
vezes, "ordenadas" para hoje. O homem precisa sentir-se bem já.
Se
Deus tem projetos apenas para o futuro ou para a eternidade, então Ele é
inútil! É o que se deduz desta ênfase tão forte na "benção" como
sinônimo de bem estar para o "agora". Talvez, esta seja uma das
razões pelas quais a maioria dos cristãos estão tão desesperados e ansiosos por
dinheiro, como se fossem cidadãos de Babel.
A
cidade nos ouve, nos olha e, na maioria das vezes, conclui que não somos
diferentes dela, buscamos o mesmo espaço terrestre; o mesmo dinheiro, a mesma
torre. Desapareceram os construtores de tenda, permaneceram os construtores de
torres.
Além
de tendas, Abraão construía altares. Vários altares foram edificados por
Abraão, sempre que Deus lhe falava. (Gn 12:7) O altar era a conseqüência, a
reação de gratidão e de adoração pelo que Deus era e fizera em sua vida. Neste
caso, o caminho também era contrário ao de Babel. Babel era construída para ir
ao encontro de Deus, enquanto que os altares instituídos por Deus são
construídos como sinais de gratidão, oferta, adoração, como declaração que Ele
veio até nós.
O
sentido bíblico da adoração, nos nossos dias, também tem sido esquecido por
nossas igrejas. Muitos pensam ser o culto, a adoração, quando o culto deveria
ser apenas a expressão coletiva da adoração! Outros fazem a adoração depender
das circunstâncias, se recebem o que esperam geralmente coisas materiais, bens,
saúde então adoram a Deus. A maioria porém, participa, ora, canta, se torna
mais fervorosa, sempre na expectativa de receber as bênçãos de Deus, como
benefícios pessoais e quase sempre de ordem material.
Esta
expectativa de "bênçãos" leva a igreja a gerar um ambiente místico,
emocional, às vezes, manipulador, de tal maneira que, os líderes, se tornam uma
espécie de animadores de grupos e detentores da torneira que libera as bênçãos
para o povo.
Nestas
formas de adoração, os atributos de Deus tais como a Santidade, o Amor, a
Soberania e outros são esquecidos. Deus é visto como um ser
"subornável". Para muitos, Deus muda de opinião de acordo com a
quantidade de orações, cultos, jejuns, ofertas, etc, que lhes são oferecidos.
Para outros, Deus torna-se dirigível à medida que, mesmo pecadores, se arvoram
em ser detentores do poder de Deus. Para outros, Deus é manipulável e
absolutamente submisso à vontade de alguns, que da cidade vivem a dar ordens a
Deus através das suas orações aparentemente humildes.
A
cidade nos ouve e nos olha, parte dela começa a acreditar que o acesso a Deus
está na capacidade do homem de se disciplinar, de ter força de vontade, de
querer ir a Ele. Os cristãos desta cidade pensam que são bonzinhos, por darem
ofertas, e cumprirem suas obrigações religiosas. Para eles Deus não fica
nervoso, acreditam que serão abençoados e receberão bens materiais, pois se
consideram privilegiados.
O
Chamado De Abraão é o Nosso Chamado. Quando verdadeiramente nos convertermos a
Deus e nos tornamos construtores de tendas e de altares a cidade saberá,
realmente, quem é Deus!
Naamã
Mendes
Por
Litrazini
Graça
e Paz
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