Sem
dúvida alguma, a comunhão é um dos aspectos mais importantes e fundamentais do
cristianismo, e isso é facilmente comprovado através das inúmeras passagens
encontradas nas escrituras, tanto no antigo, quanto no novo testamento.
A
palavra comunhão, vem do termo grego “koinonia” (κοινωνία), e dependendo do
contexto, pode significar: companheirismo, participação, comunicação, ter algo
em comum ou compartilhar.
Muitos
enxergam a comunhão com o corpo de Cristo (a igreja), como uma espécie de
termômetro do nosso relacionamento com Deus, ou seja, se temos comunhão com
nossa igreja local, podemos ter comunhão com Deus, se temos dificuldade em ter
comunhão com nossa igreja, com certeza nosso relacionamento com Deus está
afetado. Então a comunhão é vertical e horizontal.
Atualmente,
vivemos dias onde os relacionamentos têm se tornado cada vez mais superficiais.
A famosa era da tecnologia, que na maioria das vezes, nos afasta de quem está
perto e nos “aproxima” de quem está longe.
Isso
e outras coisas, tem afetado também a comunhão na igreja de Cristo,
impossibilitando que criemos laços profundos, não nos permitindo ter
experiências afetivas de qualidade. Através do exemplo da igreja primitiva
registrado em Atos 2:42-47, percebemos que uma igreja saudável é aquela que
cresce em 3 sentidos: para cima (adoração), para dentro (comunhão) e para fora
(evangelização). Esse crescimento tríplice só é possível de se experimentar
através de uma comunhão genuína.
No
Salmo 133 o rei Davi expõe de maneira muito clara, o porquê viver em comunhão é
tão poderoso, vejamos:
É BOM E
AGRADÁVEL
– Assim como um pai se alegra em ver seus filhos convivendo em harmonia, é bom
e agradável para Deus nos ver vivendo em comunhão. Além de fortalecer os laços
e relacionamentos, ela é uma excelente ferramenta evangelística. Dificilmente
alguém permanece numa igreja se não consegue construir laços verdadeiros de
amizade. Sobre isso o pastor Hernandes Dias Lopes disse o seguinte: "A
evangelização sem a comunhão é como uma sala de obstetrícia, onde os bebês
recém-nascidos são abandonados à sua própria sorte."
É COMO O ÓLEO
-
Imagino eu, que quando Davi escreveu este Salmo, começou relatando o quão é
importante os irmãos viverem em união; mas, no entanto, não ficou satisfeito em
escrever só esta frase e começou a pensar:
Como
eu posso mostrar para este povo, o nível de importância que é viver em unidade?
Como
ele se dirigia ao povo judeu, resolveu usar como analogia algo que fazia parte
do dia a dia deles, e que é muito rico em simbologias, o óleo.
Coincidentemente,
a utilidade do óleo também era tríplice: como símbolo espiritual, como remédio
e como cosmético.
•
Da mesma forma, a comunhão é a expressão exterior, da ação interior do Espírito
Santo em nossas vidas. (“Nisto todos
conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros. ” João
13:35)
•
Da mesma forma, a comunhão produz cura na alma e alívio nos momentos de dor.
•
Da mesma forma, a comunhão embeleza os relacionamentos de amizade.
Outro
ponto importante é que esse óleo à que ele se refere, era:
•
Precioso e caro – Não era qualquer óleo e sim o usado para consagração do
sacerdote.
•
Percorria todo o corpo – O óleo descia em abundancia da cabeça aos pés de Arão,
demonstrando unidade de todo o corpo.
E
por último, trazendo para os nossos dias, um motor, uma engrenagem, tem o seu
funcionamento comprometido quando não está devidamente lubrificado. Da mesma
forma, a igreja, o corpo de Cristo, não funcionará bem e terá muitos “atritos”
em suas partes sem a ação do óleo do Espirito Santo.
É COMO O
ORVALHO –
Outra analogia usada por Davi foi a do orvalho de Hermon, que é o monte mais
alto de Jerusalém. Durante a maior parte do ano seu pico é coberto de neve,
fazendo com que caia uma grande quantidade de orvalho nas regiões
circunvizinhas. Esse orvalho é tão abundante, que as tendas dos viajantes que
acampam a sua volta, aparecem molhadas como se tivesse chovido sobre elas
durante a noite. Outro detalhe, é que esse orvalho além de regar toda a região
a sua volta, gerando vida durante o ano inteiro, chega até os montes de Sião
que estão à quilômetros de distância.
Aqui
também temos um tríplice significado, pois o orvalho tem as seguintes
propriedades, ele: refrigera, fertiliza e gera vida.
•
Da mesma forma, a comunhão refrigera e traz conforto nos momentos de calor.
•
Da mesma forma, a comunhão traz os nutrientes e vitaminas necessárias.
•
Da mesma forma, a comunhão gera vida, dá frutos!
E
finalmente, da mesma forma que o orvalho atinge os montes de Sião, que ficam à
mais de 200 km de distância do monte Hermon, assim é o poder da comunhão, ela
não só abençoa quem está próximo, mas também quem está longe.
GERA BENÇÃO E
VIDA -
Davi finaliza dizendo que Ali, em Sião, o Senhor ordena sua benção e para
sempre. Sião era o lugar onde se encontrava Jerusalém, onde se encontrava o
tabernáculo, onde se encontrava a igreja de Deus no AT e era o símbolo da união
espiritual do povo de Israel. No Novo Testamento, Sião passa a simbolizar o
reino espiritual de Deus, a Jerusalém celestial (Hebreus 12:22; Apocalipse
14:1).
1
Pedro 2:6 diz o seguinte: "Pois
isso está na Escritura: Eis que ponho em Sião uma pedra angular, eleita e
preciosa; e quem nela crer não será, de modo algum, envergonhado." Quando
estamos ligados, uns aos outros, em comunhão, o Senhor não só nos abençoa, como
também gera vida, em nós e através de nós. Que o “Ali”, seja aqui.
Essa
reflexão nos leva a alguns questionamentos:
1º
Estou em comunhão com Deus e com a Igreja?
2º
É possível estar em comunhão com Deus, porém não estar com a Igreja?
3º
Me sinto realmente envolvido com o Corpo de Cristo (Igreja)?
Caso
você sinta que está sem comunhão com Deus, hoje é uma grande oportunidade para
mudar isso. Você pode começar a desfrutar dessa vida de comunhão a partir de
agora.
Ricardo
Soares
Por
Litrazini
Graça
e Paz
Nenhum comentário:
Postar um comentário