A
Epístola aos Hebreus faz questão de registrar que alguns heróis da fé da antiga
aliança foram “acorrentados e jogados na
cadeia” (Hb 11.36, NTLH). E Jesus deixou claro que seus discípulos poderiam
ser também perseguidos e presos (Lc 21.12). Não é pequeno o número de
personagens bíblicos que foram parar em prisões. Os mais notáveis são:
JOSÉ
Potifar,
oficial de faraó e capitão da guarda, acreditou na calúnia de sua esposa e
lançou José, o administrador de seus bens, na prisão destinada aos
“prisioneiros do rei”. A palavra “prisão” no original hebraico permite que se
chame esse lugar de “masmorra” (RA, TEB) ou “calabouço” (NVI, BP). Não se sabe
por quanto tempo José ficou preso. Teria menos de 30 anos de idade na ocasião.
O filho de Jacó e Raquel era um detento tão simpático e abençoado por Deus que
se tornou, a mando do carcereiro, responsável por todos os demais presos (Gn
39.20-23).
JEREMIAS
Por
anunciar o juízo iminente de Deus contra a nação, por meio de Nabucodonosor,
rei da Babilônia, o profeta Jeremias foi espancado e preso numa casa
transformada em prisão. O
profeta foi colocado numa “cela subterrânea da prisão” (NVI), numa “cela cavada
na terra” (NTLH), num “calabouço abobadado” (BJ) ou no “interior de uma
cisterna” (TEB).
Jeremias
trocou de prisão algumas vezes. Depois de “muito tempo” na cela subterrânea, o
profeta foi transferido para o pátio da guarda. Por continuar a proclamar que
Jerusalém certamente seria entregue ao exército do rei da Babilônia, o preso
foi lançado por meio de cordas para dentro de uma cisterna na qual não havia
água, mas somente lama. Pouco tempo depois, o rei Zedequias ordenou que o
retirassem da cisterna antes que ele morresse e o colocou no pátio mais uma
vez.
Quando
se deu a queda de Jerusalém, o comandante da guarda imperial de Nabucodonosor
libertou Jeremias das correntes, deu-lhe provisões e um presente. Era o mês de
julho de 586 antes de Cristo (Jr 37.1–40.6).
JOÃO BATISTA
Por
ter denunciado a relação incestuosa de Herodes Antipas, o tetrarca, com
Herodias, sua sobrinha e cunhada, João Batista, o precursor de Jesus, foi
encarcerado. Algum tempo depois, a jovem Salomé, filha de Herodias, por
sugestão da mãe, pediu ao tio que lhe desse num prato a cabeça de João Batista.
Então, o tetrarca mandou decapitar João na prisão. A cabeça do morto foi
entregue à jovem, que a levou à sua mãe, e o corpo sem a cabeça foi entregue
aos discípulos de João para ser sepultado (Mt 14.1-12).
PAULO
Antes
de ser preso várias vezes e em diferentes lugares (Filipos, Jerusalém, Cesaréia
e Roma) e antes de sua dramática conversão no ano 35 da era cristã,
provavelmente aos 30 anos de idade, Paulo fez com os primitivos cristãos o que
mais tarde outros fariam com ele. Em sua fúria descontrolada, o jovem Saulo ia
atrás dos cristãos de casa em casa, de sinagoga em sinagoga, tanto em Jerusalém
como em cidades estrangeiras, e “arrastava
homens e mulheres e os lançava na prisão” (At 8.3; 22.4; 26.10).
A
primeira prisão de Paulo, ocorrida em Filipos por ocasião da primeira viagem
missionária, é quase uma piada. Embora detido no cárcere interior (o mais
distante da porta) e com os pés colocados entre dois blocos de madeira, pouco
depois da meia-noite daquele mesmo dia, Paulo não estava mais na cela, mas na
casa do carcereiro, à mesa, tomando uma gostosa refeição, depois de ter suas
costas ensangüentadas lavadas pelo próprio hospedeiro (não mais seu
carcereiro).
O
apóstolo ficou detido dois anos em Cesaréia (At 24.27) e mais dois anos na
primeira prisão em Roma.
Em Roma , Paulo permaneceu numa prisão domiciliar, sob a
guarda de apenas um soldado. Nessa casa alugada, entre 60 e 62 depois de
Cristo, Paulo escreveu as chamadas Cartas da Prisão (Efésios, Filipenses e
Colossenses) e “pregava o reino de Deus e ensinava a respeito do Senhor Jesus
Cristo abertamente e sem impedimento algum” (At 28.31).
Acredita-se
que Paulo teria sido preso mais uma vez em Roma, “como criminoso”, não numa
casa alugada, mas na prisão Mamertima, próxima ao Fórum, pouco antes de ser
executado, talvez em 68 depois de Cristo. Dessa casa de detenção, ele teria
escrito a Segunda Epístola a Timóteo. Como não conseguia ficar calado quanto às
boas novas, Paulo, em suas prisões, evangelizou carcereiros, militares, guardas
(os atuais agentes penitenciários) e presos, como o carcereiro de Filipos e o
escravo Onésimo (At 16.29-31; Fm 10).
Transcrito
Por Litrazini
Graça
e Paz
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