Ao criar o ser humano, Deus o fez com o
propósito de que o homem, a mulher e seus descendentes vivessem em harmonia e
equilíbrio espiritual, emocional, físico e material, e desfrutassem de amor,
alegria, paz, saúde e segurança. Porém, o primeiro casal, Adão e Eva,
desobedeceu às orientações que Deus lhe havia transmitido quanto a se alimentar
do fruto de determinada árvore que havia no jardim do Éden:
E ordenou o Senhor Deus ao homem,
dizendo: De toda a árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore da
ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres,
certamente morrerás (Gn 2.16-17).
O pecado, consequência de ambos terem errado o
alvo, ou de terem se desviado do objetivo que Deus havia programado para a
humanidade, deu origem ao conflito, que se tornou inerente à famílias, casais,
empresas, igrejas e outros grupos sociais.
Ninguém pode negar a existência de conflitos.
Eles são reais em todos os segmentos da vida.
A partir da queda, o primeiro casal desenvolveu
emoções como o medo, a vergonha, a culpa, a raiva, o ódio e a rejeição. Ao
serem questionados por sua postura equivocada, Adão e Eva não assumiram os seus
erros. O homem acusou a mulher. Esta, por sua vez, acusou a serpente. Surgiu
entre ambos o espírito de acusação, que originou os conflitos.
Segundo a definição de Max Weber, intelectual
alemão considerado um dos fundadores da Sociologia e autor do
livro Sociologia do conflito, a relação social é um comportamento
recíproco de vários indivíduos. Estes podem expressar-se sob a forma de
entendimento e amor, ou, ao contrário, de desacordo e ódio. Toda relação social
carrega um duplo potencial de amor e ódio.
Portanto, considerar o conflito uma relação
social que faz parte das relações humanas determina nossa atitude diante dele.
O conflito provém do fato de que o indivíduo não pode ter direito a tudo ao
mesmo tempo. Essa seleção social, afirma Weber, “é eterna”.
Enfim, nenhuma sociedade é perfeitamente
homogênea, exceto nas utopias. Nossa existência é feita de múltiplas relações.
Com determinadas pessoas nossa relação é o próprio “paraíso” na terra. Com
outras, é o verdadeiro “inferno”, em termos de agonia e desentendimentos.
Temos necessidade de sermos aceitos pelos
outros, mas, inevitavelmente, surgem desacordos, pois somos todos diferentes
uns dos outros. Cada um tem suas histórias, valores, crenças e hábitos
peculiares.
Assim, ao longo de toda a vida, colidiremos com
aqueles aos quais estamos ligados de maneira íntima na família, no trabalho, no
círculo de amizades ou na igreja. O conflito, normal e inevitável, manifesta-se
no tempo e no espaço. Sempre houve e haverá motivos para conflitos em todas as
áreas de nossa vida.
Dra. Elizete Malafaia
Por
Litrazini
Graça
e Paz
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