É UMA QUIMERA supor que algum dia a corrupção
será erradicada da face da Terra. Somente será extinta na plenitude dos
tempos,“quando isto que é corruptível se revestir de incorruptibilidade, e isto
que é mortal se revestir de imortalidade” (1 Co 15.54).
O Brasil se destaca entre os países mais
corruptos do mundo. Não se faz necessário que a ONG Transparência Internacional
o diga. As pesquisas apenas confirmam o que é público e notório. Entre os menos
corruptos a Dinamarca está em primeiro lugar; o Brasil, em 69º.
A corrupção, termo que envolve depravação moral
e ética, suborno e devassidão, dá-se em razão do desejo do homem de adquirir
poder, dinheiro e toda sorte de benefício ao arrepio da lei.
A proposta corrupta do diabo encheu de ambição
o coração de Eva, passou para Adão e perverteu toda a humanidade (Gn 3.4-5).
Daí porque Deus disse a Noé: “A
imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice” (Gn 8.21). O
homem já nasce com tendências a ser corrupto, passivo ou ativo, ou as duas
coisas.
O povo sabe muito que existe um “jeitinho”
brasileiro de conseguir benefícios sem obedecer ao rigor das leis. Ética e
moral que se danem. Vale tirar proveito em tudo.
Quando se pensa em participar de um concurso
público promovido por alguma prefeitura ou pelo Estado, logo se pensa num
esquema facilitador: um político capaz de dar um empurrãozinho; um despachante
ou um secretário que cria dificuldades e vende facilidades, e assim por diante.
Do contrário, o processo não anda. Isto é público e notório.
Muitos dos que se mostram indignados com a
corrupção no meio político cometem no dia a dia suas pequenas falcatruas, e o
fazem de forma natural. Parece até que corrupção e degeneração moral só podem
ser abomináveis quando envolvem uma vultosa soma de dinheiro. Mas não é assim.
Não duvido de que muitos dos indignados patriotas fariam o mesmo tivessem
oportunidade. Um corrupto e desonesto em potencial mostra sua cara,
quando:
Fazem registros falsos na Declaração Anual do
Imposto de Renda; Suborna o guarda de trânsito para evitar o pagamento de uma
multa;
Subornam policiais;
Emitem notas fiscais frias em troca de
benefício pecuniário;
Passam recibos ou emite notas fiscais com valor
superior ao devido;
Solicitam ao contador que forneça declarações
falsas sobre sua renda, a fim de obterem financiamentos imobiliários;
Nas vendas às repartições públicas, concordam
em “doar” cinco, dez ou quinze por cento à autoridade responsável pelo
pagamento;
Apresentam aos empregadores atestados médicos
falsos;
No final dos cursos, apresentam monografias
produzidas por outrem, como se fossem de sua própria lavra;
Fazem declarações falsas para conseguirem
aposentadoria;
Compram e vendem mercadorias sem nota fiscal
para burlar o fisco;
Conhecem com antecedência as questões de uma
prova a que irá se submeter;
Não devolvem ao legítimo dono quantias e/ou
objetos encontrados em algum lugar.
Poderia continuar citando casos e mais casos em
que o povo demonstra que não está com essa moral toda para indignar-se com os
corruptos. A corrupção que envolve cem reais é a mesma que envolve um milhão.
Onde entra um boi, entra uma boiada. Reflitamos no que disse o Apóstolo:
“Fazei todas as coisas sem murmurações nem contendas; para que sejais
irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio duma geração
corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo” (Fp 2.14-15).
Pr. Airton Evangelista da Costa
Por
Litrazini
Graça e
Paz
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