"Os dias
todos da vida de Adão foram novecentos e trinta anos"(Gn 5:5); Matusalém
viveu "novecentos e sessenta e nove
anos" (Gn 5:27); e a média da idade dos que tiveram uma vida normal
foi superior a 900 anos.
Contudo,
a própria Bíblia reconhece que a maioria das pessoas chega até os 70 ou 80
anos, quando ocorre sua morte natural. “Os dias da nossa vida chegam a setenta anos, e se alguns, pela sua
robustez, chegam a oitenta anos, o orgulho deles é canseira e enfado, pois cedo
se corta e vamos voando.” (Sl 90:10).
Antes
de mais nada, a referência no Salmo 90 é ao tempo de Moisés (1400 a.C.) e ao
tempo posterior, quando a longevidade tinha decrescido para 70 ou 80 anos para
a maioria, embora o próprio Moisés tenha vivido 120 anos (Dt 34:7).
Alguns
sugerem que aqueles "anos" seriam realmente apenas meses, o que
reduziria 900 anos ao período normal de vida de 80 anos. Entretanto, isso não é
plausível por duas razões.
A
segunda é que, como Maalaleel gerou um filho com a idade de 65 anos (Gn 5:15) e
Cainã, aos 70 anos (Gn 5:12), isso significaria que eles estariam com menos de
seis anos de idade ao terem filhos, o que é biologicamente impossível.
Outros
sugerem que esses nomes representam linhas de famílias ou clãs que se
mantiveram por gerações antes de terminarem. Entretanto, isso não faz sentido,
por vários motivos.
Primeiro,
alguns desses nomes (como por exemplo Adão, Sete, Enoque, Noé) são de
indivíduos cujas vidas foram narradas no texto (Gênesis 1-9).
Segundo,
linhas familiares não "geram" linhas familiares com nomes diferentes.
Terceiro,
linhas familiares não "morrem", como aconteceu com cada um daqueles
indivíduos (cf. 5:5,8,11 etc).
Quarto,
a referência a ter "filhos e filhas" (5:4) não é compatível com essa
teoria de clãs.
Conseqüentemente,
tudo indica que o melhor é considerarmos serem anos mesmo (embora fossem anos
lunares de 12x30=360 dias), e isso por diversas razões:
(1)
Antes de mais nada, posteriormente a vida foi reduzida a 120 anos como uma
punição dada por Deus (Gn 6:3).
(2)
Depois do dilúvio, a duração da vida foi diminuindo gradativamente dos 900 anos
(Gn 5) para os 600 (Sem: Gn 11:10-11), para os 400 (Sala: Gn 11:14-15), para os
200 (Reú: Gn 11:20-21).
(3) Biologicamente, não há razão por que o
homem não possa ter vivido centenas de anos. Os cientistas lutam muito mais
para resolver o problema do envelhecimento e da morte do que o da longevidade.
(4)
A Bíblia não é a única a falar de centenas de anos como idade dos antigos.
Há
também registros do grego antigo e das eras egípcias que fazem menção a isso.
Extraído
do Manual popular de dúvidas, enigmas e contradições da Bíblia / Por Litrazini
Graça e
Paz
Há que levar em conta que o genoma humano não carregava a degeneração causada por doenças
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