Era noite. Havia chegado a festa da
Páscoa. O clima estava pesado. Jerusalém, apinhada de peregrinos, estava
prestes a contemplar a mais dolorosa cena de sua sofrida história. No cenáculo,
Jesus passava suas últimas instruções para os discípulos antes de mergulhar nas
densas trevas da fatídica noite de sua prisão.
Judas já havia vendido sua consciência por dinheiro
para entregar o Mestre. Os
discípulos estavam perturbados e aflitos. Nas caladas da noite, o sinédrio
judaico, tomado de inveja, maquinava planos para condenar Jesus à morte. Aquela
hora estava agendada na eternidade. Para aquele momento Jesus tinha vindo ao
mundo.
Jesus haveria de glorificar o Pai com
sua morte e abrir para nós a porta da redenção. Jesus acalma os discípulos,
falando-lhes da Casa do Pai e do lugar que iria preparar para eles.
Tomé, assaltado pela dúvida afirma não saber o caminho
para onde Jesus vai. Respondeu-lhe
Jesus: “Eu sou o caminho, e a verdade, e
a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14.6). Três verdades benditas
são aqui destacadas:
1. Jesus é o caminho que nos conduz a Deus
Jesus não é uma senda incerta, uma trilha insegura, um
atalho duvidoso, uma estrada perdida, uma rota dentre outras, um caminho
qualquer, mas o Caminho. Não
existem vários caminhos para Deus. Não existem várias sendas para a
bem-aventurança eterna.
Jesus é o único caminho para o Pai. Ele é a única vereda que
nos conduz à eternidade de glória. Fora dele ninguém pode chegar ao céu. Jesus
é o único mediador entre Deus e os homens. Ele é o caminho, ele é a porta, ele
o único que pode nos tomar pela mão e nos reconciliar com Deus.
2. Jesus é a verdade que dirige os nossos passos
Os gregos definiam a verdade em termos da harmonia de
idéias, na esfera do pensamento. Para os hebreus, a verdade tinha uma relação direta com o
campo da vivência. A verdade do grego era expressão da lógica, enquanto a
verdade do hebreu era uma expressão existencial.
Jesus não é apenas uma verdade conceitual, mas a
perfeita expressão da harmonia entre o humano ser e a augusta Divindade, entre
a vontade divina e o humano querer. Jesus não é apenas a verdade que satisfaz a nossa mente,
mas a verdade que dirige os nossos passos.
Jesus é a verdadeira expressão do verdadeiro Deus. Ele é Deus feito carne. Ele
é a exegese de Deus. Ele é Deus Emanuel. Jesus é a verdade que liberta, a
verdade que transforma e a verdade que satisfaz.
3.
Jesus é a vida que devemos viver
Jesus é o autor da vida. Ele é o criador e o mantenedor da
vida. Nele nos movemos e existimos. À parte de sua providência pereceríamos
inevitavelmente. Mas, Jesus também é o autor da vida espiritual. Ele veio para
nos trazer vida e vida em abundância. Ele morreu a nossa morte para vivermos a
sua vida. Por sua morte e ressurreição, ele venceu a morte e trouxe à luz a
imortalidade. Agora, todo aquele que nele crê tem a vida eterna.
A essência da vida eterna é conhecer a Deus e a Jesus,
o seu Filho eterno. Não
há vida espiritual à parte de Jesus. Nossas cerimônias são vazias sem Jesus.
Nossos rituais são desprovidos de significado sem Jesus. Nossa religião é vã
sem Jesus. Ele não apenas dá vida, ele é a vida! Sem Jesus os homens, mesmo
vivos, estão espiritualmente mortos; mas, em Jesus recebem vida plena,
abundante e eterna.
Jesus é absolutamente singular. Ele é
a segunda Pessoa da Trindade. Ele é o Filho eternamente gerado do Pai. Ele é o
Messias prometido. Ele é o Salvador do mundo. Ele é o Senhor da História. Ele é
o dono da Igreja. Ele é o Rei que governa as nações e voltará em majestade e
glória. Ele o caminho que nos conduz a Deus. Ele é a verdade que sacia nossa
mente, inspira nossa conduta e guia os nossos passos. Ele é a vida que
recebemos e que devemos ser e viver por toda a eternidade.
Hernandes Dias Lopes
Por Litrazini
Graça e Paz
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