A depressão é uma doença séria que, especialmente nas
últimas décadas, tem atingido pessoas de todas as idades, classes sociais,
religiões, sendo considerada um mal do século 21. Ela pode levar o indivíduo a
um estado de agonia e melancolia profundas e até ao suicídio.
Do ponto de vista médico, a depressão, ou transtorno
depressivo maior, é um problema que tem diversas causas e que se apresenta com
uma grande variedade de sintomas. Os mais comuns são humor rebaixado,
acompanhado de tristeza, angústia e sensação de vazio, e redução da capacidade
de sentir satisfação/prazer.
Existem vários tipos de depressão; as mais conhecidas
são a depressão maior, a crônica (ou distimia), a atípica, a pós-parto, a
sazonal (durante estações do ano), a menstrual e a senil.
A depressão é um problema endógeno (bioquímico e
emocional) que altera a forma como a pessoa enxerga a si própria e os outros,
interpreta a realidade e manifesta suas emoções. Essa disposição mental
normalmente afeta todo o metabolismo da pessoa, podendo diminuir sua imunidade
e aumentar a chance de ela desenvolver doenças como infarto, derrame e
diabetes, por exemplo.
Trata-se de uma doença de fundo psicobioemocional, que
afeta a autoestima e a autoimagem da pessoa, a fisiologia do corpo e da mente
dela, comprometendo seu raciocínio, sua memória e concentração.
Assim, alguém em estado depressivo normalmente não tem
vontade de fazer nada e pode ver-se dominado por desânimo, apatia,
desesperança, sentimentos de perda e fracasso, falta de energia ou impaciência
para realizar até as tarefas mais simples, como tomar banho, ver televisão ou
comunicar-se com alguém. E, se não houver um tratamento adequado, o quadro
depressivo poderá perdurar por semanas, meses e até anos, prejudicando a saúde
e os relacionamentos da pessoa e gerando consequências irreversíveis.
Às vezes, essa doença demora a ser diagnosticada e
tratada devido à dificuldade de sua identificação, tendo em vista os diversos
sintomas e o preconceito com que o problema é encarado tanto na sociedade como
na igreja.
Um dos principais motivos de as pessoas deprimidas
terem receio de procurar algum tipo de ajuda é o fato de temerem ser
estigmatizadas pela família, pelos amigos ou colegas de trabalho que, por falta
de informação, costumam confundir depressão com frescura, preguiça,
desmotivação e incapacidade de lutar pela vida, ou problemas espirituais.
A pessoa deprimida fica triste e apática, e pode
deixar de orar, de ler a Bíblia, de ir à igreja, e até ser levada a pensar que
Deus a abandonou. Então, no meio eclesiástico, ela pode ser rotulada como
“espiritualmente fraca” por aqueles que não compreendem as causas e a gravidade
da depressão e costumam espiritualizar tudo, considerando todas as doenças
psicoemocionais como obra satânica.
Mas a verdade é que a depressão pode atingir qualquer
um. Sendo o homem é uma unidade psicossomática, tem um corpo, uma alma e um
espírito, que estão intrinsecamente interligados. Por isso, doenças emocionais
e espirituais podem acarretar enfermidades físicas, e vice-versa.
Existem inúmeras doenças psicossomáticas causadas por
culpa devido a pecados não confessados (Salmo 32). No entanto, nem toda
enfermidade mental ou emocional é causada por culpa ou por espíritos malignos.
É preciso investigar cada caso, para averiguar a causa do problema e buscar o
tratamento mais adequado.
Toda pessoa com bom senso sabe que regularmente deve
consultar médicos, fazer exames e check-ups de saúde, e buscar aconselhamento
com um neurologista, psiquiatra, psicólogo, se perceber que necessita de um
tratamento terapêutico e medicamentoso.
Não há nada de vergonhoso nisso; ao contrário, quanto
antes ela identificar o problema e buscar uma solução, mais rápido será a saída
do túnel escuro da depressão.
Jesus, de modo indireto, validou o trabalho dos
médicos quando disse, em Mateus 9.12, que os sãos não necessitavam de médico, e
sim os doentes. Se você se encontra oprimido pela depressão, procure ajuda de
um médico imediatamente e ore a Deus, pedindo-lhe que oriente seu tratamento e
o abençoe com a cura.
Isso não significa que Deus não possa intervir e curar
integralmente a pessoa depressiva. É claro que Ele pode e tem poder para isso!
Contudo, também pode usar a medicina, os médicos e os medicamentos, como
instrumentos de cura para as pessoas depressivas.
Em suma, sempre é bom combinar o tratamento
espiritual, com o emocional e o físico. Isso é indispensável à nossa saúde
integral!
SUGESTÕES
DE LEITURA:
1 Reis 18—19; Salmos 38; 116; Eclesiastes 9.2; Tiago
5.17
Pr. Silas Malafaia
Por Litrazini
Graça e Paz
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