a. O que quer dizer justificação?
É uma palavra forense. Refere-se a uma pessoa acusada
que é declarada justa e publicamente absolvida. Quando Deus justifica uma
pessoa, declara a pessoa justa e olha para ela como se não tivesse pecado.
b. Qual a fonte da justificação?
A causa, ou o motivo interior que a estimula ou a base
da justificação é a livre graça de Deus: “Sendo
justificados livremente por sua graça”. Ambrósio, expondo sobre a
justificação, diz que ela não é “da graça produzida internamente por nós, mas
da livre graça de Deus”.
A primeira engrenagem que põe todo o restante em
funcionamento é o amor e o favor de Deus, assim como um rei livremente perdoa
um delinquente. A justificação é uma misericórdia provinda das entranhas da
livre graça. Deus não nos justifica porque temos valor, mas ao nos justificar
nos faz de grande valor.
c. Qual é o fundamento pelo qual o pecador é justificado?
O fundamento de nossa justificação é a satisfação que
Cristo proporciona às exigências de Deus Pai. Pode-se perguntar: “Como se
relacionam a justiça e a santidade de Deus quando ele nos declara inocentes
visto que somos culpados?” A resposta é: “Quando Cristo satisfez nossas faltas,
Deus pôde, em equidade e em justiça, declarar-nos justos”. É uma coisa justa um
credor perdoar alguém que deve uma grande quantia quando ela é paga por um
fiador.
d. A satisfação obtida por Cristo tem mérito suficiente para
justificar?
Sim, plenamente na natureza divina de Cristo. Como
homem, Cristo sofreu, como Deus, satisfez. Pela morte e pelos méritos de
Cristo, a justiça de Deus foi mais abundantemente satisfeita do que se
tivéssemos sofrido as dores do inferno para sempre.
e. Qual é o método de nossa justificação?
Pela imputação da justiça de Cristo em nós: “Será este o seu nome, com que será
chamado: SENHOR, Justiça Nossa” (Jr 23.6). “Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou, da parte de
Deus, sabedoria, e justiça” (1 Co 1.30). Essa justiça de Cristo, que nos
justifica, é melhor que a dos anjos, pois a justiça deles é das criaturas e
essa é de Deus.
f. Qual é o meio ou instrumento de nossa justificação?
O instrumento é a fé. “Justificados… mediante a fé” (Rm 5.1). A dignidade não está na fé
como uma graça, mas de modo relativo, na medida em que se apega aos méritos de
Cristo.
g. Qual é a causa eficiente de nossa justificação?
Toda a Trindade, visto que todas as pessoas da bendita
Trindade participam da justificação de um pecador: Deus, o Pai, justifica: “É Deus quem os justifica” (Rm 8.33).
Deus, o Filho, justifica: “E, por meio
dele, todo o que crê é justificado” (At 13.39).
Deus, o Santo Espírito, justifica: “Mas fostes justificados em o nome do Senhor
Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus” (1 Co 6.11). Deus, o Pai,
justifica ao nos declarar retos; Deus, o Filho, justifica ao impor sobre nós
sua justiça; e Deus, o Espírito Santo, justifica ao esclarecer nossa
justificação e nos selar até o dia da redenção.
h. Qual é o propósito de nossa justificação?
I. A glorificação eterna de Deus
A finalidade é que Deus receba louvores: “Para louvor da glória de sua graça”
(Ef 1.6). Pela justificação, Deus levanta os eternos troféus de sua própria
honra. Como o pecador justificado proclamará o amor de Deus e fará os céus a
ressoarem com os louvores ao nome do Senhor!
II. A glorificação eterna do justificado.
O fim de nossa justificação é que a pessoa justificada
receba a glória. “Aos que chamou, a
esses também justificou” (Rm 8.30). Deus, quando justifica, não somente
absolve a alma culpada, mas dignifica. Como José, que não foi somente solto da
prisão, mas feito senhor do reino, a justificação é coroada com a glorificação.
POR THOMAS WATSON / Traduzido por André Lima |
Reforma21
Por Litrazini
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Graça e Paz
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