A salvação não é uma conquista humana, mas uma dádiva
de Deus. Não a alcançamos por mérito, mas recebemo-la por graça. A salvação não
é um troféu que erguemos como fruto do nosso labor nem uma medalha de honra ao
mérito, mas um presente imerecido. Concernente à salvação, como dom inefável de
Deus, destacamos três verdades sublimes:
Em primeiro, a
graça, o fundamento da salvação.
"Porque
pela graça sois salvos…" (Ef 2.8aa). A graça de Deus é seu amor
imerecido, endereçado a pecadores perdidos e arruinados. Deus amou-nos quando
éramos fracos, ímpios, pecadores e inimigos. Amou-nos não por causa dos nossos
méritos, mas apesar dos nossos deméritos. Amou-nos não por causa das nossas
virtudes, mas apesar das nossas mazelas. Amou-nos não porque éramos seus
amigos, mas apesar de ser seus inimigos. Amou-nos e deu-nos seu Filho
Unigênito. Amou-nos e deu-nos tudo. Deu-se a si mesmo. Deu seu Filho único.
Deu-o não para ser servido, mas para servir. Não para ser aplaudido entre os
homens, mas morrer pelos pecadores.
Esse amor incomparável, incompreensível e
indescritível a pecadores indignos é a expressão mais eloquente de sua graça. Assim,
não somos salvos pela obra que realizamos para Deus, mas pela obra que Deus
realizou por nós, na cruz do Calvário.
A cruz de Cristo é o palco onde refulge com todo o
esplendor a graça de Deus. Aqui está a causa meritória da nossa redenção, o
fundamento da nossa salvação.
Em segundo
lugar, a fé, o instrumento da nossa salvação.
"…
mediante a fé, e isto não vem de vós; é dom de Deus. Não de obras, para que
ninguém se glorie" (Ef 2.8b,9). Não somos salvos por causa da fé, mas
mediante a fé. A fé não é a causa meritória, mas a causa instrumental da nossa
salvação. Apropriamos da salvação pela graça, mediante a fé.
A fé é a mão estendida de um mendigo para receber o
presente de um rei. Deus nos oferece a salvação gratuitamente e apropriamo-nos
dela pela fé. A própria fé não vem do homem, vem de Deus; não é resultado de
esforço ou mérito humano, mas presente de Deus.
A fé salvadora não é apenas um assentimento
intelectual nem uma confiança passageira apenas para as questões desta vida. A
fé salvadora é plantada em nosso coração pelo Espírito de Deus e então,
transferimos nossa confiança daquilo que fazemos para o que Cristo fez por nós
na cruz. A fé não apenas toma posse da salvação, mas, também, descansa na
suficiente obra de Cristo. Somos justificados pela fé, vivemos pela fé, andamos
de fé em fé e vencemos o mundo pela fé.
Em terceiro
lugar, as boas obras, o propósito da nossa salvação.
"Pois
somos feitura dele, criados em Cristo Jesus, para as boas obras, as quais Deus
de antemão preparou para que andássemos nelas" (Ef 2.10). Não
somos salvos pelas boas obras, mas para as boas obras. As boas obras não são a
causa da salvação, mas sua consequência. Não fazemos boas obras com o propósito
de sermos salvos; fazemo-las porque já fomos salvos pela graça, mediante a fé.
É importante destacar que se as boas obras não
encontram lugar como causa meritória ou instrumental da salvação, elas precisam
ser vistas como a evidência da salvação. A fé e as boas obras não estão em
conflito. A fé sem as obras é morta; as obras sem a fé não são boas. A fé
produz obras e as obras provam a fé.
A salvação é só pela fé independente das obras, mas a
fé salvadora nunca vem só. Vem acompanhada das obras que glorificam a Deus e
abençoam os homens. Essas obras foram preparadas de antemão para que andássemos
nelas. Tudo provém de Deus, pois é ele quem opera em nós, tanto o querer como o
realizar.
A salvação é um
dom inefável de Deus. Foi planejada por Deus Pai, executada pelo Deus Filho e
aplicada pelo Deus Espírito Santo. Foi planejada na eternidade, é executada na
história e será consumada na segunda vinda de Cristo. Fomos salvos pela graça,
mediante a fé e para as boas obras!
Rev. Hernandes Dias Lopes
Por Litrazini
Graça e Paz
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