A primeira vez que a palavra ‘cristão’ que quer dizer
‘seguidor de Cristo’ aparece na Bíblia é em Atos 11.26. Os
antioquinos chamaram os discípulos de Jesus de ‘cristãos’ pelo fato de terem
vivido juntos com eles por todo um ano.
A
vida simples, amorosa e totalmente submissa a Deus que os discípulos
cultivavam, só podia ser descrita como ‘cristã’ ou semelhante a Cristo. Essa
definição nos obriga a entender que cristãos não são pessoas que fazem adesão
por uma igreja local que se denomine cristã. Ser cristão é adotar o mesmo
estilo de vida de Jesus Cristo.
No contexto de Atos 11.26 o testemunho de outras
pessoas foi o que deu veracidade a fé cristã daqueles primeiros discípulos. Os
apóstolos não puseram placas no local onde se reuniam chamando de cristã aquela
igreja. Os antioquinos ouviam o testemunho de Jesus Cristo,
como Ele andava, seu amor para com o próximo, sua rendição total ao Pai e viram
que os seus servos reproduziam aquele mesmo estilo de vida de seu Mestre. Então
ao pensar em cristianismo devemos pensar em IMITAÇÃO DE CRISTO.
Ainda
que as coisas tenham mudado muito desde que os primeiros servos receberam essa
definição, o principio ainda é o mesmo. Mesmo que a sociedade tenha usado termo
‘cristão’ para diferenciar a fé protestante das demais religiões, não é
adequado pensar que ‘cristão’ é qualquer pessoa que acredita em Deus ou que simpatiza
com a vida dos que servem a Jesus. Não é certo denominar de cristão uma pessoa
que lê a Bíblia ou que vai aos cultos cristãos aos domingos. Não é correto
pensar que cristãos sejam àquelas pessoas que decidiram se submeter ao batismo
praticado pelos cristãos, ou optaram por dar 10% de sua renda mensal a uma
igreja local. Pessoas fazem adesão por uma igreja local por inúmeras razões, e
nem todas são nobres o bastante para classificarmos tal pessoa de cristã.
O
apóstolo João parece querer nos dá uma noção correta sobre o significado de ser
cristão ao afirmar: “E nisto sabemos que
o conhecemos; se guardamos os seus mandamentos. Aquele que diz: Eu o conheço, e
não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade; mas
qualquer que guarda a sua palavra, nele realmente se tem aperfeiçoado o amor de
Deus. E nisto sabemos que estamos nele; aquele que diz estar nele, também deve
andar como ele andou.
João
especifica que a mera confissão de uma pessoa não faz dela cristã, ela precisa
guardar as palavras de Jesus e imitá-lo no seu modo de viver. Permanecer em
Jesus e andar segundo seu exemplo é a verdadeira credencial do cristão. Em
outras palavras não é possível alguém ser cristão sem que antes esteja
totalmente ligado a Ele pela obediência e pela imitação. Jesus ratificou o
maior mandamento ao dizer quer era dever de todos os cristãos amarem a Deus
sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
Ser cristão
de verdade, é amar a Deus com o máximo de intensidade possível e traduzir este
amor ao próximo através de atos de cuidado, respeito e perdão incondicional.
O verdadeiro cristão é marcado pela santidade, essa
santidade não é possível senão pelo amor incondicional a Deus e ao próximo. Imitar a
Jesus é a marca vital do cristão. Se alguém não o faz este tal não é cristão. O
autentico cristão evita o pecado não por legalismo, mas por medo de entristecer
o Espírito que lhe selou. Ele vive as virtudes de Cristo em seu dia a dia e o
faz por ser de fato habitado pela presença viva e dinâmica do Espírito de
Cristo em sua vida.
Ao
criar o homem Deus o fez segundo a sua imagem e semelhança, mas o pecado o
maculou e agora por meio do Espírito Santo, Deus quer que cada crente seja
novamente transformado na sua imagem: Mas todos nós, com rosto descoberto,
refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em
glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor . A ideia aqui é a
seguinte: uma pessoa se olhando num espelho e enquanto se observa, percebe
pouco a pouco seu rosto se transformando no rosto do próprio Deus. Deus quer
que cada um de seus filhos tenha traços de caráter como os dele. Há diversas
citações no Novo Testamento que nos mostram o empenho dos líderes do primeiro
século em manter na consciência dos primeiros cristãos a ideia da imitação de
Cristo:
“Rogo-vos, portanto, que sejais meus imitadores.” (I
Coríntios 4.16)
“Sede meus
imitadores, como também eu o sou de Cristo.” (I Coríntios 11.1)
“Sede, pois
imitadores de Deus, como filhos amados;” (Efésios 5.1)
“Irmãos, sede meus
imitadores, e atentai para aqueles que andam conforme o exemplo que tendes em
nós;”
(Filipenses 3.17)
“E vós vos tornastes
imitadores nossos e do Senhor, tendo recebido a palavra em muita tribulação,
com gozo do Espírito Santo.” (I Tessalonicenses 1.6)
“Pois vós, irmãos,
vos haveis feito imitadores das igrejas de Deus em Cristo Jesus que estão na
Judéia; porque também padecestes de vossos próprios concidadãos o mesmo que
elas padeceram dos judeus;” (I Tessalonicenses 2.14)
“Para que não vos
torneis indolentes, mas sejais imitadores dos que pela fé e paciência herdam as
promessas.” (Hebreus 6.12).
Vemos nestas palavras que o fim último do evangelho é
tornar cada crente um verdadeiro imitador de Cristo. O apostolo Pedro diz
que os cristãos possuem a natureza do próprio Deus: “Dessa maneira, ele nos deu as suas grandiosas e preciosas promessas,
para que por elas vocês se tornassem participantes da natureza divina e
fugissem da corrupção que há no mundo, causada pela cobiça” .
João diz alguma coisa semelhante: “Aquele que pratica o pecado é do Diabo, porque o Diabo vem pecando
desde o princípio. Para isso
o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do Diabo. Todo aquele que
é nascido de Deus não pratica o pecado , porque a semente de Deus permanece
nele; ele não pode estar no pecado, porque é nascido de Deus.”
Então os verdadeiros cristãos estão capacitados a
viverem em imitação verdadeira da pessoa e do caráter de Cristo porque eles têm
a natureza divina correndo por sua alma bem como tem a semente de Deus em suas
vidas. A
palavra “semente” é um antropomorfismo , no original grego João usa a palavra
“sperma” que é a semente que dá vida aos homens. Em outras palavras, João está
dizendo que ao ser regenerado pelo Espírito Santo, o cristão é gerado pelo
próprio Deus afim de que possa viver como Deus em questões morais.
O verdadeiro cristão não se torna imitador de Deus por
mera disciplina, mas por um processo natural do Espírito de Deus que trás para
o crente o “DNA” de Deus. Esse “DNA” faz do crente um filho de Deus e
suas ações atestam esse fato. Esses recursos divinos lhe permitem reproduzir
com o poder do Espírito Santo uma vida de imitação da pessoa de Jesus Cristo.
No capitulo três da sua primeira carta, João enfatiza
características das pessoas que possuem o DNA de Deus e características de
pessoas que possuem o DNA do Diabo. O apóstolo do amor ensina-nos que as
pessoas que tem o DNA de Deus são capacitadas para não vivem suas vidas
diferentes daquela escolhida pelo próprio Deus. Enquanto que aqueles que têm o
DNA do inimigo, são incapazes de produzirem obras que agradam a Deus.
Mas qual é o DNA
de Deus? Quais são os traços de caráter que os cristãos devem ter por serem
filhos de Deus?
Ora,
os traços de caráter que Deus quer que seus filhos tenham são simplesmente o
fruto do Espírito: “Mas o fruto do
Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade,
mansidão e domínio próprio” . O que vem da semente é o fruto, nada mais
lógico do que isso! Um verdadeiro cristão produzirá esse fruto em sua vida de
modo que não haja diferença entre sua vida cristã e sua conduta diária.
Autor:
Missionário Rosivaldo
Por Litrazini
http://www.kairosministeriomissionario.com/
Graça e Paz
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