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segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Podemos repreender Satanás?

PODEMOS e devemos. O relato de Judas 9 não é motivo para entendermos que os espíritos malignos não podem ser repreendidos pela igreja. 

Está escrito: “Mas o arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo, e disputava a respeito do corpo de Moisés, não ousou pronunciar juízo de maldição contra ele; mas disse: O Senhor te repreenda” (Judas 9).

Um leitor apressado concluirá que os crentes não devem repreender Satanás, uma vez que o arcanjo Miguel, superior em poder, não o fez.

Há uma diferença fundamental entre ver e enxergar; entre ouvir e escutar; entre ler e meditar. Para enxergar e escutar, os sentidos da audição devem estar bem apurados, focados no que se deseja ver e ouvir. 

A Bíblia diz que são felizes e prósperos – não se confunda aqui prosperidade com riqueza material – os que meditam na lei do Senhor (Sl 1). Pela meditação, com ajuda do Espírito Santo, o estudante da Bíblia penetra fundo na verdade revelada. Na meditação, pensamos, repensamos, indagamos. Qual a essência da verdade que o texto revela? Essa verdade está de conformidade com outras passagens da Bíblia, ou está conflitante?

O homem poderá até conhecer toda a Bíblia, decorar tudo. Terá um conhecimento intelectual e será admirado por muitos. Porém, sem meditação, ficará sujeito a cometer muitos erros de interpretação. 

O arcanjo “não se atreve a pronunciar juízo de maldição contra o diabo”. Para passar à segunda parte do versículo, precisa o leitor, antes, entender o que significa “juízo de maldição”. Vejamos o que dizem algumas bíblias:
(1) Bíblia de Jerusalém, escrita por teólogos católicos e evangélicos: “O arcanjo não se atreveu a pronunciar uma sentença injuriosa contra Satanás”;
(2) Bíblia de Estudo Pentecostal, comentários: O arcanjo não intentou insultar Satanás com palavra (juízo) difamatória;
(3) Testemunhas de Jeová: “O arcanjo Miguel não se atreveu a lançar um julgamento contra ele, em termos ultrajantes, e disse: Jeová te censure”.

Entende-se que o arcanjo Miguel não se atreve a repreender o diabo com injúrias, difamações, insultos, desafios e palavras abusivas de ódio, de condenação, ou com gracejos e piadas. Portanto, a igreja, em suas palavras de ordem contra o Maligno, não deve usar esse tipo de repreensão. 

Em segundo lugar, convém conhecermos o significado de “repreender”. Do grego `epitamao´, significa “advertir”, “reprovar”. A repreensão pode ser severa, difamatória, agressiva e até com violência física, como alguns pais fazem com seus filhos. Ou pode ser uma repreensão branda, tolerante e persuasiva. É exemplo a recomendação em 2 Timóteo 4.2, que ordena repreender com longanimidade (paciência). 

Vejamos dois casos em que Jesus “repreendeu” demônios:
(1) “E repreendeu-o Jesus, dizendo: Cala-te, e sai dele” (Mc 1.25).
(2) “E repreendeu Jesus o demônio, que saiu dele [do lunático], e desde aquela hora o menino sarou” (Mt 17.18). 

Usando os poderes que nos foram outorgados por Jesus, conforme Marcos 16.17, a igreja repreende os espíritos malignos com palavras de ordem. Em nome de Jesus, ordenamos que fiquem calados, ajoelhados, com as mãos para trás e finalmente os expulsamos. Admito que a maior repreensão lançada contra o diabo é expulsá-lo de uma pessoa por ele escravizada. 

Os demônios ficam em situação confortável em igrejas que os tratam respeitosamente. Sabem que podem entrar e sair delas com suas vítimas, sem serem incomodados.

Portanto, podemos e devemos repreender Satanás com palavras de ordem, em nome de Jesus, sem necessidade de insultos, difamação e outras atitudes abusivas

Pr. Airton Evangelista da Costa

Por Litrazini

Graça e Paz


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