PODEMOS
e devemos. O relato de Judas 9 não é motivo para entendermos que os espíritos
malignos não podem ser repreendidos pela igreja.
Está escrito: “Mas o arcanjo Miguel,
quando contendia com o diabo, e disputava a respeito do corpo de Moisés, não
ousou pronunciar juízo de maldição contra ele; mas disse: O Senhor te
repreenda” (Judas 9).
Um leitor apressado concluirá que os crentes não devem repreender Satanás, uma
vez que o arcanjo Miguel, superior em poder, não o fez.
Há uma diferença fundamental entre ver e enxergar; entre ouvir e escutar; entre
ler e meditar. Para enxergar e escutar, os sentidos da audição devem estar bem
apurados, focados no que se deseja ver e ouvir.
A Bíblia diz que
são felizes e prósperos – não se confunda aqui prosperidade com
riqueza material – os que meditam na lei do Senhor (Sl 1). Pela meditação, com
ajuda do Espírito Santo, o estudante da Bíblia penetra fundo na verdade
revelada. Na meditação, pensamos, repensamos, indagamos. Qual a
essência da verdade que o texto revela? Essa verdade está de conformidade com
outras passagens da Bíblia, ou está conflitante?
O homem poderá
até conhecer toda a Bíblia, decorar tudo. Terá um conhecimento intelectual e
será admirado por muitos. Porém, sem meditação, ficará sujeito a cometer muitos
erros de interpretação.
O arcanjo “não
se atreve a pronunciar juízo de maldição contra o diabo”. Para passar à segunda
parte do versículo, precisa o leitor, antes, entender o que significa “juízo de
maldição”. Vejamos o que dizem algumas bíblias:
(1) Bíblia de Jerusalém, escrita por teólogos católicos e evangélicos: “O arcanjo não se atreveu a pronunciar uma
sentença injuriosa contra Satanás”;
(2) Bíblia de Estudo Pentecostal, comentários: O arcanjo não intentou
insultar Satanás com palavra (juízo) difamatória;
(3) Testemunhas de Jeová: “O arcanjo Miguel não se atreveu a lançar um
julgamento contra ele, em termos ultrajantes, e disse: Jeová te censure”.
Entende-se que
o arcanjo Miguel não se atreve a repreender o diabo com injúrias, difamações,
insultos, desafios e palavras abusivas de ódio, de condenação, ou com gracejos
e piadas. Portanto, a igreja, em suas palavras de ordem contra o Maligno, não
deve usar esse tipo de repreensão.
Em segundo lugar, convém conhecermos o significado de “repreender”. Do grego
`epitamao´, significa “advertir”, “reprovar”. A repreensão pode ser severa,
difamatória, agressiva e até com violência física, como alguns pais fazem com
seus filhos. Ou pode ser uma repreensão branda, tolerante e persuasiva. É
exemplo a recomendação em 2 Timóteo 4.2, que ordena repreender com
longanimidade (paciência).
Vejamos dois
casos em que Jesus “repreendeu” demônios:
(1) “E repreendeu-o Jesus,
dizendo: Cala-te, e sai dele” (Mc 1.25).
(2) “E repreendeu Jesus o
demônio, que saiu dele [do lunático], e desde aquela hora o menino sarou”
(Mt 17.18).
Usando os
poderes que nos foram outorgados por Jesus, conforme Marcos 16.17, a igreja
repreende os espíritos malignos com palavras de ordem. Em nome de Jesus,
ordenamos que fiquem calados, ajoelhados, com as mãos para trás e finalmente os
expulsamos. Admito que a maior repreensão lançada contra o diabo é expulsá-lo
de uma pessoa por ele escravizada.
Os demônios ficam em situação confortável em igrejas que os tratam
respeitosamente. Sabem que podem entrar e sair delas com suas vítimas, sem
serem incomodados.
Portanto, podemos e devemos repreender Satanás com palavras de ordem, em nome
de Jesus, sem necessidade de insultos, difamação e outras atitudes abusivas
Pr.
Airton Evangelista da Costa
Por Litrazini
Graça
e Paz
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