“Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando
Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, ela se achou ter
concebido do Espírito Santo. [...] E, projetando ele isso, eis que em sonho lhe
apareceu um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber a
Maria, tua mulher [...] E José, tendo despertado do sono, fez como o anjo do
Senhor lhe ordenara, e recebeu sua mulher; e não a conheceu enquanto ela não
deu à luz um filho; e pôs-lhe o nome de JESUS.” (Mateus 1.18-25).
José representa todas aquelas pessoas que nem
sempre tem o talento que o reino precisa, mas tem disposição de abrigar, cuidar
e sustentar aqueles outros servos de Deus a quem já foi confiado um ministério,
dom ou missão.
José foi o principal mantenedor de Jesus. Ele
trabalhou arduamente na sua carpintaria para que Jesus tivesse o que comer ou
vestir. Ele se doou para sustentar a Jesus, um filho que não era seu, uma causa
que não era sua.
A missão de José consistia não em falar da
salvação de Deus, ele não foi um grande pregador, operador de milagres ou
referencial de liderança, mas entregou tudo o que tinha para que os planos de
Deus que iriam se concretizar no Filho de Deus se cumprisse com excelência. Ele
sustentou, educou e protegeu Àquele que seria o Salvador. Ao contrário do que a
religião romana diz, José fez tudo o que soube e o que pode para promover a
Jesus.
Talvez o leitor não tenha recebido o chamado de
Deus para fazer missões no exterior, mas será que Deus não lhe tem abençoado
financeiramente de modo que hoje você possa custear os missionários
transculturais?
Talvez você não seja um grande pregador, mas
será que você não poderia ser a pessoa que transporta os pregadores para
lugares longínquos a fim de que eles preguem o evangelho da graça de Deus?
Talvez você não tenha o chamado pastoral, mas
você pode evangelizar as pessoas que serão pastoreadas por outro. A mulher de
Samaria ainda não conhecia o bastante para evangelizar sua vizinhança, mas
trouxe toda a cidade para ouvir a pregação de Jesus. Paulo disse que lançou o
fundamento para que outro construísse sobre ele.
A igreja é uma missão com muitas missões. No
reino de Deus há lugar para todos os servos. Um problema comum é que todos
querem fazer a mesma coisa. No reino de Deus todas as pessoas são necessárias e
todas as ações são importantes.
A democratização da ideia de que todos têm um
chamado, introduziu na mente da maioria dos crentes a impressão de que todos
foram chamados para exercer alguma das funções ministeriais, o que não é
verdade. Tecnicamente todos têm um chamado, mas esse chamado não diz respeito a
uma função ministerial e sim uma função avulsa no Corpo de Cristo que é a sua
igreja.
Para ser útil no reino de Deus não é obrigado
ser um pastor ou evangelista. Há muitas áreas onde a igreja carece de pessoas
para auxiliar, mas a visão de que todos têm uma unção ministerial tem feito com
que muitos ignorem as demais ações que também são necessárias na igreja de
Deus.
O fator José vem justamente para nos mostrar a
nobreza que há em tudo o que é feito para a promoção da obra divina. Muitos
crentes ficam deprimidos quando veem outros irmãos que tem o mesmo tempo ou
menos de conversão que eles estão exercendo as funções pastorais ou qualquer
outra de impacto semelhante enquanto eles ainda não sentem que poderiam fazer
as mesmas coisas. Esse sentimento não é saudável. Pois quem chama é Deus e “cada um tem de Deus o seu próprio dom, uns
de um jeito, outros de outro” Por essa razão sentimentos de inveja ou
complexos de inferioridade não devem ocupar a mente dos cristãos. O que cada um
precisa é se posicionar frente ao serviço e trabalhar na seara e na vinha do
Senhor. Se cada um tomasse a iniciativa de agir mais e falar menos veríamos o
fator José se manifestando ricamente em nossos dias.
O fator José ocorre quando os irmãos ajudam aos
líderes, quando todos trabalham para promover os projetos e quando os crentes
não ficam disputando espaço na igreja. Quando todo mundo se ajuda. Em outras
palavras o fator José fala de um ministério de apoio, de suporte. Como já falei
antes José aceitou trabalhar arduamente na execução de um projeto que não era
dele, ele se arriscou e foi à luta até as ultimas consequências. O fator José é
um antídoto contra o egoísmo e contra a prepotência. Esse fator promove o amor
incondicional. O fator José leva os crentes a se esforçarem em áreas que são as
suas.
Muitas vezes é preciso fazer coisas no reino que
talvez você não concorde, mas se é bíblico e se alguém está fazendo é seu dever
agir e ajudar. Você pode não gostar da cor da tinta que vão pintar a igreja,
mas mesmo assim você deve ajudar na pintura. Você pode não gostar de trabalhar
com o ministério infantil, mas você deve dá uma mãozinha quando vir que ninguém
se dispôs. O fator José nos ensina que devemos fazer não apenas o que gostamos,
mas o que sabemos que não pode deixar de ser feito.
No desenrolar do plano de salvação do mundo, o
fator José foi de fundamental importância. Sem ele Maria teria de enfrentar os
obstáculos que se ergueram sem qualquer ajuda ou proteção (a não ser a ajuda e
proteção do alto). José teve um papel de suma importância sendo hoje um fator
digno de ser imitado. O reino de Deus ainda precisa do fator José para
continuar se desenvolvendo. A Igreja ainda precisa de pessoas capazes de fazer
não o que querem ou o que gostam, mas o que é certo, o que deve ser feito.
Que os pastores e líderes se dediquem na tarefa
de ensinar os crentes a serem servos e não apenas consumidores ou clientes dos
serviços da igreja. Todos precisam se ver como parte deste grande povo que é o
povo de Deus. Quando os crentes se veem como clientes e veem os ministros como
garçons, além da identidade da igreja ser distorcida, as pessoas não crescem,
não amadurecem e não se tornam participante do Corpo, mas apenas frequentadores
da igreja e usuários dos serviços que lá são oferecidos. Não é correto e nem
saudável quando as pessoas veem a igreja como uma empresa ou um projeto social.
A igreja é um povo e o serviço é uma marca inegociável desse povo.
A Bíblia chama os crentes de servos de Deus, o
que é um servo sem serviço? Jesus mesmo confrontou o conceito de servo sem
serviço quando disse: “E por que me
chamais: Senhor, Senhor, e não fazeis o que eu vos digo? ”. Se a igreja é a
comunidade dos servos de Deus, o fator José é presente e atuante.
Missionário Rosivaldo
Por Litrazini
http://www.kairosministeriomissionario.com/
Graça e Paz
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