Espero
visitá-los [em Roma] de passagem e dar-lhes a oportunidade de me ajudarem em
minha viagem para lá [Espanha]. [Romanos 15.24]
Os capítulos 27 e 28 de Atos são importantes porque nos falam da
providência de Deus e ilustram a seguinte verdade: “Não há sabedoria alguma, nem discernimento algum, nem plano algum que
possa opor-se ao Senhor” (Pv 21.30). A providência de Deus pode ser
constatada nestes capítulos de duas maneiras: ao trazer Paulo a Roma e ao
fazê-lo prisioneiro, em uma combinação inesperada de circunstâncias.
Primeiramente, Lucas pretende nos deixar tão admirados quanto ele com o
salvo-conduto obtido por Paulo para ir a Roma. Jesus havia dito a ele, em
Jerusalém: “Coragem! Assim como você
testemunhou a meu respeito em Jerusalém, deverá testemunhar também em Roma”
(At 23.11). Contudo, as circunstâncias pareciam indicar que isso seria
impossível. Paulo foi arrastado para a prisão, ameaçado de morte, quase se
afogou no Mediterrâneo, quase foi executado pelos soldados e foi picado por uma
serpente.
Por trás de todos esses incidentes, havia a ação de forças demoníacas
(representadas pelo mar bravio) tentando evitar que Paulo realizasse o
propósito de Deus, o plano que Deus havia reservado para ele. Mas Deus impediu
que o diabo obstruísse seu plano.
A cena é empolgante! Conseguirá Paulo realizar o propósito de Deus? Sim,
ele vai conseguir! Mas como? Paulo chegou a Roma como um prisioneiro. Como isso
poderia ser compatível com a providência de Deus? Deus havia dito a Paulo que
ele testemunharia em Roma, diante de César (At 27.24), e isso seria impossível,
a não ser que Paulo chegasse a Roma como prisioneiro, para ser julgado.
Entretanto, a prisão de Paulo também contribuiu para enriquecer seu
testemunho de uma outra forma. Enquanto ele estava na prisão ele escreveu três
importantes cartas, Filipenses, Efésios e Colossenses, como um legado à
posteridade. Não que ele precisasse passar um tempo na prisão para escrever!
Mas, na providência de Deus, há algo de notável nessas cartas da prisão. Elas
expressam de forma mais poderosa que qualquer outro texto o senhorio supremo,
soberano, inigualável e incomparável de Jesus Cristo.
A pessoa e a obra de Cristo passam a ter uma dimensão cósmica, pois,
através de Cristo, Deus criou e redimiu todas as coisas. Além disso, tendo se
humilhado até a cruz, ele foi exaltado por Deus ao mais alto lugar, e Deus
colocou todas as coisas debaixo de seus pés.
A experiência de Paulo na prisão ajustou sua perspectiva, ampliou seus
horizontes, esclareceu sua visão e enriqueceu seu testemunho.
O qual é
imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; Porque nele foram
criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis,
sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi
criado por ele e para ele. E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas
subsistem por ele. E ele é a cabeça do corpo, da igreja; é o princípio e o
primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência. (Colossenses
1.15-18)
Retirado de A Bíblia Toda, o Ano Todo [John Stott]. Editora Ultimato.
Por Litrazini
Graça e Paz
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