Pois
Deus, que disse: “Das trevas resplandeça
a luz”, ele mesmo brilhou em nossos corações, para iluminação do
conhecimento da glória de Deus na face de Cristo. [2 Coríntios 4.6]
Os
capítulos 3 e 4 da Segunda Carta aos Coríntios constituem uma passagem clássica
sobre o ministério pastoral. Paulo introduz aqui as dimensões sobrenaturais do
evangelismo.
“O deus desta
era [o diabo]”, ele nos diz, “cegou o entendimento dos descrentes” (4.4). Somos impotentes diante de
tal cegueira, pois não nos é dado abrir os olhos aos cegos. Um véu espesso
paira sobre suas mentes para que não vejam a luz do evangelho de Cristo.
Somente Deus, o Criador, pode abrir os olhos que o diabo cegou. Assim, Paulo nos conduz de
volta ao começo de tudo, ao Gênesis, e nos recorda que a voz de Deus ecoou em
meio às trevas, dizendo: “Haja luz”.
Assim como na criação a luz resplandeceu das trevas, na nova criação
Deus mesmo resplandece em nossos corações. A regeneração é um ato criador divino
tanto quanto a ordem original de Deus na criação.
Vemos aqui de um lado, o “deus desta era” (v. 4), e do outro, “o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo”
(1.3). O texto é claro em relação à atitude característica de cada um. O diabo
cega a mente dos descrentes, enquanto Deus resplandece nos corações
obscurecidos (v. 6).
Diante desse conflito sobrenatural, nós nos perguntamos se poderíamos
contribuir de alguma maneira. Se o diabo cega e Deus resplandece, não seria
mais prudente nos retirarmos do campo de batalha.
De fato, muitos cristãos pensam assim, mas não Paulo. Leia o versículo 5, que eu
deliberadamente omiti até aqui. Se colocarmos os três versículos juntos,
descobriremos que o diabo cega (v. 4), Deus resplandece (v. 6) e nós pregamos
Cristo Jesus como Senhor (v. 5).
Ou seja, o evangelismo (a proclamação do evangelho de Cristo), longe de
ser supérfluo, é na verdade indispensável.
Se a luz por meio da qual Deus resgata as pessoas da escuridão é o
evangelho, temos mais é que pregá-lo! Através da pregação fiel do evangelho o
príncipe das trevas é derrotado e Deus resplandece sua luz nos corações
humanos.
Por isso,
tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não
desfalecemos;Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com
astúcia nem falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à
consciência de todo o homem, na presença de Deus, pela manifestação da verdade.
Mas, se ainda
o nosso evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto. Nos
quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes
não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus.
Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus, o Senhor; e nós
mesmos somos vossos servos por amor de Jesus.
Porque Deus,
que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos
corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus
Cristo. (2 Coríntios 4.1-6)
Retirado
de A Bíblia Toda, o Ano Todo [John Stott]. Editora Ultimato.
Por
Litrazini
Graça
e Paz
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