Ora, a fé é a certeza daquilo que
esperamos e a prova das coisas que não vemos. [Hebreus 11.1]
Há
duas grandes esferas de incertezas para todos os seres humanos. A primeira diz
respeito ao nosso desconhecimento do futuro e a segunda à realidade que está
presente, mas é invisível aos nossos olhos, pois nossa segurança está no
presente, não no futuro, e naquilo que vemos, não no que não vemos.
Quanto ao futuro, mesmo as previsões meteorológicas oficiais costumam
errar, e quanto ao que não podemos ver, nossa formação científica tem nos
induzido a adotar uma postura cética com relação a tudo que não pode ser
submetido a uma investigação empírica.
Portanto, ficamos chocados quando descobrimos que é exatamente nessas
duas esferas de incertezas (o futuro e o invisível) que a fé se especializa e
até mesmo floresce!
A fé envolve tanto a realidade presente, mas invisível, quanto o futuro
que ainda está por vir. Colocado
de forma mais simples, a fé é a certeza de que o futuro que antecipamos
acontecerá e que o presente que não vemos, mesmo assim é real.
É claro que os descrentes zombam da fé cristã. H. L. Mencken, conhecido como o sábio
de Baltimore, fez a seguinte afirmação: “A fé pode ser definida brevemente como
uma crença ilógica na ocorrência do improvável”. A frase é espirituosa, porém
incorreta.
Fé não é sinônimo de credulidade ou superstição. Nem é irracional ou
ilógica. Não, fé e razão nunca aparecem como antíteses nas Escrituras. O
contraste é entre fé e visão, não entre fé e razão. Ao contrário, “os que conhecem o teu nome confiam em ti” (Sl
9.10). Eles confiam porque conhecem. A fé se origina da credibilidade de seu
sujeito, e ninguém é mais confiável que Deus.
Os
exemplos citados em Hebreus 11 esclarecem essa questão. Em cada caso, a fé é
uma resposta àquilo que Deus disse.
Noé construiu a arca porque Deus o alertou sobre o dilúvio. Abraão deixou sua terra e
sua parentela porque Deus lhe prometeu um lar alternativo e uma numerosa
descendência. Em ambos os casos, a ação foi precedida pela palavra de Deus
O
mesmo ocorre conosco. Não somos gigantes espirituais como Enoque, Abraão e
Moisés. Deus não costuma se dirigir diretamente a nós, mas ele continua falando
conosco através das Escrituras. Assim a fé é a nossa resposta à sua Palavra.
Ora, a fé é o firme fundamento das
coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem.
Porque por ela os antigos
alcançaram testemunho.Pela fé entendemos que os mundos pela palavra de Deus
foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente.
Pela fé Abel ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou
testemunho de que era justo, dando Deus testemunho dos seus dons, e por ela,
depois de morto, ainda fala.
Pela fé Enoque foi trasladado para não ver a morte, e não foi achado, porque
Deus o trasladara; visto como antes da sua trasladação alcançou testemunho de
que agradara a Deus. Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário
que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador
dos que o buscam.
Pela fé Noé, divinamente avisado das coisas que ainda não se viam, temeu e,
para salvação da sua família, preparou a arca, pela qual condenou o mundo, e
foi feito herdeiro da justiça que é segundo a fé. Pela fé Abraão, sendo
chamado, obedeceu, indo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu,
sem saber para onde ia.Pela fé habitou na terra da promessa, como em terra
alheia, morando em cabanas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma
promessa. Porque esperava a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e
construtor é Deus. (Hebreus
11:1-10)
Retirado de A Bíblia Toda, o Ano Todo [John Stott]. Editora
Ultimato.
Por Litrazini
Graça e Paz
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