Como o Evangelho molda e dirige nossa busca pela
santidade? Como podemos trazer o Evangelho às várias facetas de nossas vidas de
forma prática, para que possamos conduzir nossas vidas de uma maneira digna do
Evangelho?
Vamos considerar 12 virtudes bíblicas diferentes e
demonstrar como o Evangelho traça uma linha direta a cada uma delas.
1. AMOR POR DEUS
Amor pelo próprio Deus na pessoa de Cristo que se
manifesta em um desejo contagiante pela comunhão com Ele por meio de oração e
leitura da Bíblia. 1 Pedro 3.18 nos diz que o propósito da obra de Cristo foi “para conduzir-vos a Deus;” – para que
Ele pudesse restaurar-nos à comunhão com nosso Pai. Da mesma forma, 2 Coríntios
4.4-6 ensina que o Evangelho abre nossos olhos para finalmente enxergarmos a “glória de Deus, na face de Cristo”. Se,
então, meus olhos foram abertos para ver tal beleza, quão incongruente seria se
eu me apartasse de vê-Lo revelado em Sua Palavra, e de experimentar seu cuidado
e seu poder em minhas orações? Se o objetivo do Evangelho era o de me levar a
Deus, como eu posso deixar de buscar Sua face na adoração pessoal regular?
2. AMOR PELOS OUTROS CRISTÃOS
Se Deus demonstrou Seu amor pelo Seu povo ao entregar
Seu amado Filho à morte para assegurar a salvação dos crentes, como podemos não
amá-los? De fato, como podemos professar que amamos Cristo mas não amamos Sua
noiva?
1 João 5.1 diz: “Todo
aquele que crê que Jesus é o Cristo é nascido de Deus; e todo aquele que ama ao
que o gerou também ama ao que dele é nascido”. Seus irmãos e irmãs são
filhos do seu Pai. Eles, juntamente com você, são a noiva de Cristo. E, porque
nós fomos servidos tão fielmente pela obra de Cristo no Evangelho, estamos
prontos e ansiosos para servir um ao outro. Fomos resgatados do domínio das
trevas por Aquele que voluntariamente entregou sua vida para nos redimir. Por
conta disso, deveríamos estar dispostos a voluntariamente abrir mão de nossas
vidas em serviço sacrificial e altruísta pelos nossos irmãos e irmãs.
3. UNIDADE
Bem perto disso está a questão da unidade. Se o Evangelho
nos une a Cristo pela fé de forma que somos um com Ele, isso significa que
também estamos unidos a todos aqueles que estão unidos com Ele. Assim, podemos
buscar ansiosa e humildemente resolver divisões ao lembrarmos que já fomos
unidos pela obra objetiva de Cristo em nosso favor.
Após chamar os Filipenses a conduzirem suas vidas de
uma maneira digna do Evangelho, uma das primeiras coisas que Paulo diz é que
espera encontrá-los “firmes em um só
espírito, como uma só alma, lutando juntos pela fé evangélica”. O Evangelho
nos faz um, objetivamente, e assim deveríamos andar, de forma prática, nessa
unidade.
4. HUMILDADE
A forma com que essa unidade pode ser alcançada é por
meio da humildade. A unidade é cultivada quando se vive humildemente “considerando cada um os outros superiores a
si mesmo” (Filipenses 2.3). E eu não sei se há uma resposta mais
consistente com um Evangelho de uma graça soberana do que humildade. Não fomos
escolhidos por Deus para a salvação com base em qualquer coisa em nós mesmos
(Efésios 1.5; Romanos 9.11, 16). Se fomos salvos por um Evangelho pelo qual não
podemos fazer nada para merecer, isso significa que em cada experiências,
estamos recebendo mais do que merecemos. O Evangelho deveria nos fazer um povo
humilde.
5. ALEGRIA
O Evangelho é boas novas! Paulo chama o Evangelho de
“coisas boas” (Romanos 10.15)! O Evangelho pela qual fomos resgatados de nosso
pecado, perdoados, libertos da punição e trazidos à novidade de vida para
vivermos para a glória de Deus traz a maior alegria imaginável! Quando
desbalanceado e impróprio seria se fôssemos desanimados, entediados ou sempre
reclamando. O Evangelho é a maior motivação no mundo para “regozijarmos sempre”
(Filipenses 3.10, 4.4; 1 Tessalonicenses 5.16).
6. GENEROSIDADE
Quando Paulo busca impulsionar os Coríntios a
ofertarem sacrificialmente pelos santos de Jerusalém, ele os lembra do próprio
“dom inefável” de Deus a eles na pessoa de Jesus Cristo (2 Coríntios 9.15). Em
2 Coríntios 8.9 ele diz, “pois conheceis
a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de
vós, para que, pela sua pobreza, vos tornásseis ricos”. Para nós, para quem
o viver é Cristo e o morrer é lucro (Filipenses 1.21) – para quem Cristo
satisfaz mais do que tudo que o dinheiro pode comprar – deveria ser a coisa
mais natural do mundo sermos radicalmente generosos. Ambição, cobiça e
descontentamento não fazem qualquer sentido para o Cristão, que possui todas as
coisas em Cristo (Hebreus 13.5; 1 Coríntios 3.21-23).
7. PUREZA SEXUAL
O Evangelho nos traz as boas novas de mesmo quando
éramos pecadores, fomos declarados justos aos olhos do santo e trino Deus. Como
poderíamos nós, que fomos purificados pelo inestimável sangue de Cristo –
unidos a Ele, que é perfeitamente puro – nos entregarmos à imoralidade e
impureza sexual? “Não sabeis que os
vossos corpos são membros de Cristo? E eu, porventura, tomaria os membros de
Cristo e os faria membros de meretriz? Absolutamente, não. [...] Porque fostes
comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo.” (1
Coríntios 6.15, 20).
Nossos corpos não são nossos; pertencem a Cristo. Ele
os comprou pelo preço inimaginável de Seu sangue. Não consideremos o sangue de
Cristo tão pouco nos envolvendo com imoralidade.
8. PUREZA NO FALAR
Algo relacionado a isso é a pureza no falar. Nós, que
fomos beneficiados pela obra de Cristo, também chamado de Verdade (João 14.6),
somos chamados a que “não saia da vossa
boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação,
conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem” (Efésios
4.29). Paulo prossegue e diz em Efésios 5.4 que não deve haver conversação
torpe, nem palavras vãs ou chocarrices, pois não é apropriado para aquele que
foi declarado justo. Insinuações de duplo sentido, palavrões e piadas baixas
não tem qualquer lugar nos lábios que já foram purificados pelas brasas do
Evangelho (Isaías 6.6-7).
9. LIDERANÇA E SUBMISSÃO NO CASAMENTO
Na gloriosa seção final do capítulo 5 de Efésios,
Paulo nos diz que o casamento foi criado para nos apontar para o Evangelho – o
relacionamento entre Cristo e Sua Noiva, a Igreja.
Maridos: sua vida é marcada pela liderança amorosa e
de serviço à sua esposa? Você está tomando a responsabilidade proativa de
pastorear sua esposa como Cristo nutre e cuida da igreja?
Esposas: seu caráter é marcado pela submissão alegre à
autoridade de seu marido, como imagem da alegre submissão da igreja ao próprio
Cristo?
10. EDUCAÇÃO BÍBLICA DOS FILHOS
Pais, como poderíamos nós, que fomos adotados por um
Pai tão amoroso, sermos frios, brutos e não dispostos a perdoar e demonstrar
graça aos nossos filhos (Efésios 6.4)? Por outro lado, como poderíamos nos
importar tão pouco com o bem estar de nossas crianças a ponto de deixar de
discipliná-los e repreendê-los fielmente (Provérbios 19.18), mesmo que seja de
forma dura, quando necessário, da mesma forma que o nosso Pai é fiel em fazê-lo
com Seus filhos (Hebreus 12.5-8)?
11.
INTEGRIDADE NO TRABALHO
Novamente, se servimos Àquele que foi chamado de
Verdade, como poderíamos lidar desonestamente com as pessoas no trabalho?
Para o bem ou para o mal, seus amigos e colegas de trabalho não crentes olham
para você e formam opiniões sobre Cristo e Sua igreja. O que você está
comunicando sobre Cristo e sobre o cristianismo com sua vida, seu discurso e
suas atitudes?
Você está negando com sua vida o que você afirma com
seus lábios? Sua vida confirma a verdade sobre a mensagem que você proclama?
Deveria ser claro para aqueles que trabalham com você, pelo seu discurso e
pelas suas ações, que você é uma pessoa honesta – que você trabalha oito horas
por dia para receber por essas oito horas, e que você está trabalhando para
Aquele que é infinitamente mais importante que o seu supervisor (Colossenses
3.22-24).
12. EVANGELISMO
E, finalmente, como podemos confessar amarmos a glória
de Deus revelada na face de Cristo e não ficarmos inquietos para proclamar as
Boas Novas dessa glória para os outros? Para que eles possam amar e se
regozijar naquilo que já sabemos ser infinitamente satisfatório e para que Deus
receba a glória e a adoração que Lhe é devida por tantas pessoas quanto for
possível. Simplesmente não é possível que nós, beneficiados por um Evangelho
tão glorioso, possamos permanecer calados em dias de tão Boas Novas (2 Reis
7.9).
O Evangelho não é meramente a mensagem que te “leva
até a porta” do cristianismo; é a mensagem que fortalece e sustém todos os seus
esforços pela santidade por toda a vida cristã. Os tentáculos do Evangelho de
Jesus Cristo tocam todas as facetas de sua vida.
MIKE RICCARDI / Traduzido por Filipe Schulz |
Reforma21.
Por Litrazini:
Graça e Paz
Nenhum comentário:
Postar um comentário