Não sejam iguais a eles [os pagãos],
porque o seu Pai sabe do que vocês precisam, antes mesmo de o pedirem. Mateus 6.8
A
razão pela qual os cristãos não devem orar como os pagãos é que cremos no Deus
vivo e verdadeiro. Não devemos fazer como eles fazem porque não devemos pensar
como eles pensam.
Pelo
contrário, “o seu Pai sabe do que vocês
precisam, antes mesmo de o pedirem”. Ele nãocerca de suas necessidades nem
hesitante em atendê-las.
POR QUE, ENTÃO, DEVEMOS ORAR?
QUAL A UTILIDADE DA ORAÇÃO?
Deixemos
Calvino responder às nossas perguntas com sua costumeira clareza:
Crentes
não oram com o objetivo de informar a Deus sobre coisas que lhe sejam
desconhecidas, ou de instigá-lo a cumprir sua obrigação, ou de conclamá-lo,
como se estivesse relutante. Pelo contrário, eles oram a fim de que possam
despertar a si mesmos com o intuito de buscá-lo, exercitar sua fé na meditação
em suas promessas, aliviar-se de suas ansiedades ao derramar-se em seu seio; em
uma palavra, que possam declarar que têm esperança e esperam dele somente, para
si mesmos e para os outros, todas as coisas boas.
Se a
oração dos fariseus era hipócrita e a dos pagãos mecânica, a oração dos
cristãos por sua vez deve ser verdadeira — sincera em oposição à hipocrisia,
reflexiva em oposição à mecânica.
A
chamada oração do Pai-Nosso foi dada por Jesus como um modelo de como deve ser
a oração genuína do cristão. De acordo com Mateus, ele a deu como um padrão a
ser copiado (“Vocês, orem assim…”, v. 9); de acordo com Lucas, como uma forma a
ser usada (“Quando vocês orarem, digam…, Lc 11.2). Na verdade, podemos usar a
oração de ambas as maneiras.
Jesus
nos ensinou a nos dirigirmos a Deus como “Pai
nosso, que estás nos céus” (v. 9). Isso implica, PRIMEIRAMENTE, QUE ELE É PESSOAL.
Ele talvez esteja na famosa expressão de C. S. Lewis, “para além da
personalidade”, mas, com certeza, não se encontra aquém.
EM SEGUNDO LUGAR, ELE É
AMOROSO. Não
é o tipo de pai de que ouvimos às vezes — autocrata, playboy, beberrão — mas
alguém que preenche os ideais de paternidade no cuidado amoroso para com seus
filhos.
EM TERCEIRO LUGAR, ELE É PODEROSO. Aquilo que o seu amor
indica, seu poder é capaz de realizar. É sempre sábio, antes de orarmos, passar
um tempo lembrando quem é aquele a quem estamos nos dirigindo.
E, orando, não useis de vãs repetições,
como os gentios, que pensam que por muito falarem serão ouvidos. Não vos
assemelheis, pois, a eles; porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes
de vós lho pedirdes. Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos
céus, santificado seja o teu nome; Venha o teu reino, seja feita a tua vontade,
assim na terra como no céu; O pão nosso de cada dia nos dá hoje; E perdoa-nos
as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores; E não nos
conduzas à tentação; mas livra-nos do mal; porque teu é o reino, e o poder, e a
glória, para sempre. Amém.
(Mateus 6.7-13)
Retirado
de A Bíblia Toda, o Ano Todo [John Stott]. Editora Ultimato
Por
Litrazini
Graça e Paz
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