"Quem
intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem
os condenará? Pois é Cristo quem morreu ou, antes, quem ressuscitou dentre os
mortos, o qual está a direita de Deus, e também intercede por nós" (Rm 8.33,34).
Algum tempo atrás, li a história de um
menino que estava atirando pedras com um estilingue. Ele nunca conseguia
acertar o alvo. Quando retornou ao quintal da vovó, avistou o pato de estimação
da velha senhora. Num impulso, fez pontaria e mandou ver. A pedra atingiu o
pato, e este morreu. Apavorado, o menino escondeu a ave na pilha de lenha,
apenas para levantar os olhos e descobrir que sua irmã estava observando.
Após o almoço daquele dia, vovó pediu a
Sally que a ajudasse com a louça. Sally respondeu:
-- Johnny me disse que queria ajudá-la na
cozinha hoje, não foi Johnny? -- E ela cochichou pra ele: -- Lembre-se do pato!
Então Johnny lavou a louça.
Que escolha tinha ele? Pelas próximas
semanas, esteve na pia muitas vezes. Algumas vezes por seu dever; outras, por
seu pecado.
-- Lembra do pato? -- cochichava Sally,
quando ele objetava.
Cansado da tarefa, o menino decidiu que
qualquer punição seria melhor que lavar mais louças. E então confessou haver
matado o pato.
-- Eu sei, Johnny -- contou a vovó,
dando-lhe um abraço. -- Eu estava na janela e vi tudo. Porque amo você,
perdoei-o. Eu me perguntava até quando você deixaria Sally fazer de você um
escravo.
Ele tinha sido perdoado, mas pensava que
fosse culpado. Por que? Tinha ouvido as palavras do seu acusador.
Você tem sido igualmente acusado. Você tem
sido acusado de desonestidade. Você tem sido acusado de imoralidade. Você tem
sido acusado de ganância, ira e arrogância.
A cada momento de sua vida, seu acusador
está arquivando acusações contra você. Ele tem anotado cada erro, e marcado
cada escorregão. Negligencie suas prioridades, e ele tomará nota disso.
Abandone suas promessas, ele registrará tudo. Tente esquecer seu passado; ele o
lembrará. Tente desfazer seus erros; ele o frustrará.
Essa testemunha experiente não tem maior
meta que levá-lo à corte, e apresentar acusações. Até seu nome -- diabolos --
significa "caluniador". Ele é o diabo. Ele é "o acusador de nossos irmãos, que, diante de nosso Deus, os
acusa de dia e de noite" (Ap 12.10). Consegue vê-lo? Andando de um
lado para o outro perante a mesa do Juiz. Pode ouvi-lo? Chamando seu nome,
alistando suas faltas.
Ele dispara:
-- Esse a quem você chama de seu filho, Deus.
Ele não merece. A ganância mora nele. Quando ele fala, freqüentemente pensa que
é de si mesmo. Passa dias sem uma oração honesta. Porque, mesmo esta manhã, ele
preferiu dormir a despender tempo com você. Eu o acuso de preguiça, egoísmo,
preocupação, desconfiança...
Enquanto ele fala, você pende a cabeça.
Você não tem defesa. Suas acusações são verdadeiras.
-- Confesso-me culpado, Vossa Senhoria --
sussurra você.
-- A sentença? -- inquire Satanás.
-- O salário do pecado é a morte -- explana
o Juiz. -- Mas neste caso, a morte já ocorreu. Ele já morreu com Cristo.
De repente, Satanás silencia. E você
jubila. Você compreende que Satanás não pode acusá-lo. Ninguém pode acusar
você! Apontem para mim e gritem acusações. Todas elas desviar-se-ão como
flechas atingindo um escudo. Lavar louça, nunca mais! Nunca mais penitência.
Irmãs resmungonas, nunca mais. Você esteve perante o Juiz, e o ouviu declarar:
"Inocente".
"Porque
o Senhor Jeová me ajuda, pelo que não me confundo; por isso, pus o rosto como
um seixo e sei que não serei confundido. Perto está o que me justifica; quem
contenderá comigo? Compareçamos juntamente; quem é meu adversário? Chegue-se
para mim" (Is 50.7,8).
Uma vez que o Juiz o tenha livrado, você
não precisa temer a corte.
Max Lucado
Por Litrazini
Graça e Paz
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