Que a língua se me grude ao céu da boca, se eu não me lembrar de ti, e
não considerar Jerusalém a minha maior alegria! (Sl
137.6.)
Para
quem está morrendo de sede, a maior alegria é um copo d’água.
Para
quem está morrendo de fome, é um prato de comida.
Para
quem está entre a vida e a morte, é a cura.
Para
quem está em processo de falência, é a descoberta de uma receita extra.
A
maior alegria da vida não é sempre a mesma. Varia de acordo com a
circunstância, com o aperto pelo qual se passa.
Quando
o salmista promete se amaldiçoar caso não faça da cidade de Jerusalém a sua
maior alegria, ele está absolutamente correto.
Depois
da tomada e destruição de Jerusalém pelos babilônios, o salmista estava entre
os judeus deportados para a longínqua Babilônia. Não era possível trocar
Jerusalém pela Babilônia por motivos históricos, culturais, políticos e
sobretudo religiosos.
Jerusalém
era a cidade de Deus, a cidade do povo de Deus. Babilônia era a cidade profana,
a cidade do inimigo.
Fora
de Jerusalém, os exilados choravam de saudade, penduravam suas harpas nos
salgueiros e se recusavam a cantar: “Como
poderíamos cantar as canções do Senhor em terra estrangeira?” (Sl 137.4).
Eles
não queriam se acomodar, aceitar a nova situação, secularizar-se na Babilônia,
abandonar o primeiro amor. As harpas eram instrumentos de alegria e as canções
eram hinos de alegria, impróprios para aquela ocasião e para aquele lugar.
Era
necessário ficar de espreita contra qualquer processo de esquecimento de
Jerusalém. Daí o voto do salmista: “Que
a língua se me grude ao céu da boca, seu eu não me lembrar de ti, e não
considerar Jerusalém a minha maior alegria!” (Sl 137.6).
Retirado
de Refeições Diárias com o Sabor dos Salmos. Editora Ultimato.
Por
Litrazini
Graça
e Paz
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