“Ora, na igreja em
Antioquia havia profetas e mestres, a saber: Barnabé, Simeão, chamado Níger,
Lúcio de Cirene, Manaém, colaço de Herodes o tetrarca, e Saulo. Enquanto eles
ministravam perante o Senhor e jejuavam, disse o Espírito Santo: Separai-me a
Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, depois que
jejuaram, oraram e lhes impuseram as mãos, os despediram. Estes, pois, enviados
pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre”. (At 13.1-4)
Vemos
três níveis distintos de ministério sendo exercido pelos irmãos da igreja em
Antioquia. Observe:
1) Ministravam ao Senhor;
2)
Ministravam uns aos outros (o que vemos na ministração profética);
3)
Ministravam aos perdidos (o que vemos na viagem missionária).
A
maioria dos crentes em Jesus foi treinada desde o início de sua conversão a
colocar o evangelismo (ministério ao mundo) como a prioridade número um da
igreja. Ouvimos que esta é a tarefa número um da Igreja, que todos os esforços,
sacrifício e dedicação devem se dirigir a este ministério. Mas o que
encontramos na igreja em Antioquia, é este tipo de ministério vindo depois de
outros dois. E o que quero expor neste capítulo, é que esta é a ordem bíblica
dos ministérios da Igreja. Veremos o ministério aos perdidos aparecendo depois
dos dois primeiros não por não ter importância, mas pelo fato de que se torna
mais eficaz quando vêm como uma consequência dos demais.
Cada crente isoladamente, bem como a Igreja coletivamente, deve entender que
não há nada mais importante do que ministrar ao Senhor. Fomos criados para
isto, para ter comunhão com Deus! É certo que o problema do pecado, com a queda
de Adão, atrapalhou isto, mas este era o propósito desde o início. E a salvação
oferecida pelo Pai Celeste não é um fim em si mesma, mas a maneira de nos
devolver ao propósito primário da comunhão e intimidade consigo mesmo.
A
obra da cruz visa reconciliar o homem com Deus para que este possa ministrar ao
Senhor. O evangelismo é o meio de trazer o homem para Deus, e devemos
realiza-lo. Mas a adoração que este homem (agora convertido) oferece a Deus é o
verdadeiro propósito de tudo.
Temos
invertido nossas prioridades! Só porque o evangelismo seja o ponto de partida
ao lidarmos com o perdido, não quer dizer que seja tudo, ou que tenha um fim em
si mesmo, mas é a forma de reaproximar o homem e Deus. Mas o relacionamento
entre ambos está acima do evangelismo em si.
Observe
isto no ensino de Jesus:
“Aproximou-se dele um
dos escribas que o ouvira discutir e, percebendo que lhes havia respondido bem,
perguntou-lhe: Qual é o primeiro de todos os mandamentos? Respondeu-lhe Jesus:
O primeiro é: Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás, pois,
ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu
entendimento e de todas as tuas forças. E o segundo é este: Amarás ao teu
próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que esses.” (Mc 12.30,31)
Toda
a lei se resume em dois mandamentos
1)
Amar a Deus;
2)
Amar aos homens.
Podemos
destacar aqui o amor vertical (do homem para com Deus) que vem primeiro, antes
de qualquer outra coisa em nossas vidas. Depois, vemos o amor horizontal (para
com os homens) aparecendo. De modo semelhante podemos afirmar que o ministério
ao Senhor vem antes do ministério aos homens.
Mas
também vemos neste texto que o ministério aos homens se subdivide em outros
dois: “ao teu próximo como a ti mesmo”. O amor que expressamos para outros está
relacionado ao amor que expressamos para nós mesmos. Quem não se ama não irá
amar aos outros!
Luciano
Subirá
Por
Litrazini
Graça
e Paz
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