A
restauração não é algo que ocorre de maneira instantânea, antes o Oleiro
submete as nossas vidas a um processo de modelagem. Quando aceitamos a necessidade
de sermos restaurados e nos pomos em suas mãos, Deus leva a sério nossa
intenção e começa a nos modelar, Se nossa entrega for absoluta, o resultado não
se limitará a reconstruir um só aspecto de nossa vida, e sim toda a nossa
existência será restaurada.
Em
II Cr.33, encontramos a história do Rei de Judá, Manassés; começou a reinar
ainda adolescente com 12 anos de idade, manteve-se no poder por 55 anos. O seu
reinado de divide em duas partes. Na primeira, Manassés foi um verdadeiro
arsenal de pecados e maldades. O escrito bíblico sintetiza esse período
dizendo: “Ele fez o que o Senhor
reprova, imitando as práticas detestáveis das nações que o Senhor havia
expulsado de diante dos israelitas”(2Cr. 33.2).
Manasses
sucedeu no trono seu pai Ezequias. Depois de Davi, Ezequias foi o rei mais
piedosos de todos os reis de Judá. Em contraste, Manassés chegou a ser o mais
ímpio de todos os reis. O reinado de Manassés representa a expressão do mais
vergonhoso paganismo “Reconstruiu os
altares idólatras que seu pai Ezequias
havia demolido, ergueu altares para os baalins e fez postes sagrados.
Inclinou-se diante de todos os exércitos celestes e lhes prestou culto” (2Cr.
33.3). Manassés superou todos os limites da maldade. Ele não só levou ao
extremo sua maldade, mas também desencaminhou Judá e o povo de Jerusalém. Em
lugar de ouvir a exortação profética, afogou em sangue esses protestos
(2Rs.21.16). A tradição conta que entre as vítimas inocentes de seu furor
diabólico estava Isaías, que foi cerrado ao meio por ordem do rei (Hb.11.37).
Depois
de tanta maldade e desobediência, Deus perdeu a paciência com Manassés e enviou
contra ele os comandantes do exército do rei da Assíria, que prenderam-no e
colocaram-lhe um gancho no nariz, algemas de bronze e o levaram para a Babilônia
(2Cr.33.11).
No
pior momento da vida de um homem, Deus estende-lhe a sua mão e lhe dá uma nova
oportunidade. Dá-se então inicio o processo de restauração.
O PRIMEIRO
PASSO NESTE PROCESSO É A RESTAURAÇÃO DO DESEJO E DISPONIBILIDADE DE OUVIR A VOZ
DE DEUS.
Manassés conhecia a Deus, mas não queria ouvir o que Ele lhe dizia, se afastou
da instrução recebida de seu pai e começou a andar por seu próprio caminho. É
muito importante descobrir qual foi o momento em que nos afastamos da direção
de Deus. Onde caímos? Precisamos voltar ao lugar da queda e começar de novo a
ouvir a voz de Deus.
O SEGUNDO
PASSO NO PROCESSO DE RECONSTRUÇÃO É A RESTAURAÇÃO DA ORAÇÃO. Manassés finalmente
deixou de lado sua auto-suficiência e orou a Deus. “Em sua angústia, ele buscou o favor do Senhor, o seu Deus, e
humilhou-se muito diante do Deus dos seus antepassados” (2Cr.33.12).
Finalmente ele se humilhou diante do Senhor. Quando viu-se no cativeiro
acorrentado pelo inimigo, cheio de angústia em seu coração, deixou de lado o
orgulho, voltou-se para Deus e orou.
Quem
orou foi o rei mais ímpio da história de Judá. Aquele que mais pecou. O que
mais se envolveu em cultos satânicos e ocultismo. O que chegou a matar os
próprios filhos em rituais babilônicos. Aquele que não só pecou, mas que fez
com que todo o povo se desviasse dos caminhos do Senhor. Aquele que orou nesse
momento havia acendido a ira de Deus como nenhum outro havia acendido em seu
tempo. Porém, qual foi o resultado de sua oração: “Quando ele orou, o Senhor o ouviu e atendeu o seu pedido e o trouxe de
volta a Jerusalém e ao seu reino. Assim Manassés reconheceu que o Senhor é Deus
(2Cr.33.13).
Não
importa qual seja a sua situação diante de Deus, sua graça e misericórdia
restaurarão sua vida. Não é suficiente alguém reconhecer que está mal e pedir a
Deus que o livre, que o abençoe, que o cure. Junto com o reconhecimento e o
pedido é necessário disposição para mudar. Quando fizermos isso, Deus, em vez
de olhar para trás, olhará para diante. Manassés foi restaurado a Jerusalém e a
seu reino; não só foi liberto o cativeiro em Babilônia, mas também foi feito
novamente rei. Isto é o que Deus faz com nossas vidas. Ele não somente nos
livra do mal, mas também nos restaura à nossa posição de reis.
NO TERCEIRO
PASSO PRECISAMOS FAZER A RESTAURAÇÃO DO MURO. Manassés foi restaurado por Deus e
restaurou o muro “Depois disto ele
reconstruiu e aumentou a altura do muro externo...” (2Cr.33.14); Ele sabia
que o inimigo atacaria novamente; por isso elevou muito alto o muro. Quando
Deus realiza a libertação em nossas vidas, é necessário levantarmos em seguida
uma muralha espiritual que nos proteja contra todo ataque do inimigo. Essa
muralha não deve ter buracos por onde o inimigo possa penetrar. Paulo escreve
aos efésios: Não dêem lugar ao diabo”
(Ef. 4.27).
O QUARTO
PASSO DE MANASSÉS FOI RESTAURAR O ALTAR “Depois
restaurou o altar do Senhor e ...”(2Cr.33.16). Deus não restaurará o nosso
altar. Somos nós quem devemos faze-lo. Não nos movemos por desejos e sensações.
Ter comunhão com Deus não é uma questão de desejo e sim de exercício de nossa
vontade e de submissão a Deus. Necessitamos orar, ler a Bíblia, adorar e
congregar. Nossa vida tornará a se enfraquecer se não consertarmos o altar.
APÓS
RESTAURAR O ALTAR, MANASSÉS RESTAUROU SUA ENTREGA. Ele apresentou
sacrifícios e ofertas. A importância de oferta nas nossas vidas consiste em
adoração e louvor ao Senhor e, não apenas para ser utilizada nas despesas da
igreja ou de um ministério.
MANASSÉS
RESTAUROU TAMBÉM O LOUVOR. O louvor é fundamental nesse processo de restauração. Além
da finalidade de reconhecermos a soberania de Deus e de lhe agradecer ou
glorificar, o louvor opera em nosso próprio interior, ele modifica
substancialmente a maneira de enfrentarmos a vida. O louvor nos enche de
alegria ao reconhecermos que Deus tem operado com amor em nossos corações, nos
enche de esperança ao sabermos que Deus operará em nossas vidas e
circunstâncias, nos enche de segurança ao sabermos que Deus que nos ama estará
conosco.
POR FIM A
RESTAURAÇÃO DO SERVIÇO A DEUS: “...
ordenando a Judá que servisse o Senhor, o Deus de Israel” (2Cr.33.16). A
ociosidade da vida cristã é o espaço que o inimigo necessita para colocar sua
obra. Quando somos restaurados por Deus, devemos também restaurar nosso serviço
a Ele. É uma questão de ordem. Precisamos restaurar os muros e também o serviço
a Deus.
Ninguém
foi pior que Manassés, ninguém foi tão orgulhosos, tão desobediente, tão
malvado e tão usado pelo inimigo. Ele terminou se quebrantando. Porém, Manassés
teve a sabedoria de erguer as mãos para Deus.
Transcrito
Por Litrazini
Graça
e Paz
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