Deus
tem nos equipado com toda a sorte de instrumentos necessários para vencermos
este mundo, seja física, moral ou espiritualmente. Deus, o Pai, com Dons
Naturais; Jesus, o Filho, com Dons Ministeriais, e do Espírito Santo, o
Condutor, recebemos os Dons Espirituais.
Queremos
falar dos Dons Naturais, os talentos inerentes que Deus tem dado a todas as
pessoas desde o nascimento. Não há uma só pessoa que venha ao mundo sem possuir
pelo menos um dom, um talento especial. Muitas vezes parece-nos que não é
assim, e julgamos o nosso semelhante como um inútil para as mais simples
coisas.
Na
parábola dos Dez Talentos (Mateus 25:14-30), Jesus nos fala sobre o caráter de
três servos. Parece-nos fácil julgá-los, afinal, receberam talentos. Apesar
disso, na oportunidade de desenvolvê-los, dois deles se mostraram fiéis e um
revelou-se infiel e incapaz.
Contudo,
essa parábola é mais abrangente. Ela fala da totalidade da vida de qualquer um
de nós, sendo ou não, aprovada pelo bom uso do talento recebido. O problema da
infidelidade no uso dos talentos está, por vezes, no fato de muitos não saberem
que possuem talento. Ou ainda, quando sabem que possuem, mas não sabem
como expressá-lo, e por isso o enterram; pois Deus não lhes apareceu num
clarão, para dizer audivelmente o que deveriam fazer, mas dotou-os desde o
ventre materno.
E
faz parte do aprendizado da vida o esforço dessa descoberta, que é prova de fé
e caráter para se usar os talentos confiados por Deus. Quantos filhos
tornaram-se médicos sem vocação para agradar aos pais que acham ser essa uma
profissão muito bonita? Quantos profissionais frustrados por não ousarem enfrentar
os desafios da vocação, preferindo um emprego fácil e rotineiro, pela segurança
de um salário garantido no fim do mês?
Um
dos personagens bíblicos que mais admiro é Bezaleel, o artífice do tabernáculo.
Imagino o grande espanto quando, tocada a trombeta de Santa convocação, no meio
de todo aquele povo reunido, Moisés anunciou que era chegada a hora desse moço
revelar o seu talento e vocação.
Imagino
o orgulho de Uri, seu pai, ao ouvir o testemunho divino: “Eis que Eu tenho chamado por nome a Bezaleel… e o enchi do
espírito de Deus, de sabedoria, e de entendimento, e de ciência, em todo o
artifício, para inventar invenções, e trabalhar em ouro, em prata, e em cobre,
e em lavramento de pedras para engastar, e em artifício de madeira, para obrar
em todo lavor… e tenho posto com ele a Aoliabe… para que façam tudo o que tenho
ordenado” (Êxodo 31:2-6).
Nesse
dia, seu pai e todo o Israel descobriram que Deus tinha se provido de um grande
artífice para uma obra única em todo o mundo. Uri entendeu, então, porque
muitas vezes Bezaleel era displicente com as tarefas da casa. Seu coração não
estava no pastoreio das ovelhas, nem na cultura das hortas, nem no treinamento
militar.
Deus
lhe dera um coração e habilidades diferentes das de seus irmãos. Imagino que
muitas vezes fosse repreendido pelo pai por gastar tempo e material para
esculpir objetos sem sentido ou utilidade, numa teimosia difícil de entender
para a mente formal dos demais. Nesse dia foi revelado a todos, e ao moço, o
especial trabalho para o qual Deus o havia separado. É possível que esse fosse
o seu único talento, mas ele não o enterrou.
Querido
irmão e irmã, não sei qual é a habilidade, a sabedoria, a ciência, a arte ou
ofício que Deus lhe tem dado. Seja jovem, adulto ou idoso, nunca é tarde para buscar
a vontade de Deus em nossas vidas. É possível que muitos irmãos ainda estejam
sendo enganados em suas causas na justiça, porque você ainda não se decidiu a
estudar e ser um advogado com a unção de Deus.
É
possível que o terreno comprado pela igreja fique, por anos, tomado de capim,
esperando pelo engenheiro com a visão do que Deus quer para a construção do
novo templo. Ou ainda, quantas crianças, jovens ou novos convertidos estão sem
professor na Escola Bíblica Dominical por você ainda relutar em assumir o seu
dom de mestre?
Que
possamos sempre estar atentos na casa de Deus, nas santas convocações, para
ouvir o Seu chamado, e responder no momento oportuno. A consciência de que Deus
nos chama, capacita e aprova, na busca da vocação, no uso dos talentos
recebidos, é o primeiro passo de uma trajetória vitoriosa. Procure descobrir o
dom de Deus que está em você, não apenas pela realização pessoal, não porque
seremos honrados em vida pela família, sociedade e igreja, mas principalmente
porque, no santo dia, Deus nos dirá: “entra
no gozo do teu Senhor” (MT 25:23).
Luiz
Fernando Monteiro
Por
Litrazini
Graça
e Paz
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