Mc
3.27 "Ninguém pode roubar os bens
do valente, entrando-lhe em sua casa, se primeiro não manietar o valente; e,
então, roubará a sua casa".
Um dos
destaques principais do Evangelho segundo Marcos é o propósito firme de Jesus:
derrotar Satanás e suas hostes demoníacas. Em 3.27, isto é descrito como
"manietar o valente" (i.e., Satanás) e, "roubará a sua
casa" (i.e., libertar os escravos de Satanás). O poder de Jesus sobre
Satanás fica claramente demonstrado na expulsão de demônios (gr. daimonion) ou
espíritos malignos.
OS DEMÔNIOS
(1) O
NT menciona muitas vezes pessoas sofrendo de opressão ou influência maligna de
Satanás, devido a um espírito maligno que neles habita; menciona também o
conflito de Jesus com os demônios. O Evangelho segundo Marcos, descreve
muitos desses casos: 1.23-27, 32, 34, 39; 3.10-12, 15; 5.1-20; 6.7, 13;
7.25-30; 9.17-29; 16.17.
(2) Os
demônios são seres espirituais com personalidade e inteligência. Como súditos
de Satanás, inimigos de Deus e dos seres humanos (Mt 12.43-45), são malignos,
destrutivos e estão sob a autoridade de Satanás (ver Mt 4.10).
(3) Os
demônios são a força motriz que está por trás da idolatria, de modo que adorar
falsos deuses é praticamente o mesmo que adorar demônios (ver 1Co 10.20.
(4) O
NT mostra que o mundo está alienado de Deus e controlado por Satanás (ver Jo
12.31 ; 2Co 4.4; Ef 6.10-12. Os demônios são parte das potestades malignas; o
cristão tem de lutar continuamente contra eles (ver Ef 6.12).
(5) Os
demônios podem habitar no corpo dos incrédulos, e, constantemente, o fazem (ver
Mc 5.15; Lc 4.41; 8.27,28; At 16.18) e falam através das vozes dessas pessoas.
Escravizam tais indivíduos e os induzem à iniquidade, à imoralidade e à
destruição.
(6) Os
demônios podem causar doenças físicas (Mt 9.32,33; 12.22; 17.14-18; Mc 9.17-27;
Lc 13.11,16), embora nem todas as doenças e enfermidades procedam de espíritos
maus (Mt 4.24; Lc 5.12,13).
(7)
Aqueles que se envolvem com espiritismo e magia (i.e., feitiçaria) estão
lidando com espíritos malignos, o que facilmente leva à possessão demoníaca
(cf. At 13.8-10; 19.19; Gl 5.20; Ap 9.20,21).
(8) Os
espíritos malignos estarão grandemente ativos nos últimos dias desta era, na
difusão do ocultismo, imoralidade, violência e crueldade; atacarão a Palavra de
Deus e a sã doutrina (Mt 24.24; 2Co 11.14,15; 1Tm 4.1). O maior surto de
atividade demoníaca ocorrerá através do Anticristo e seus seguidores (2Ts 2.9;
Ap 13.2-8; 16.13,14).
JESUS E OS DEMÔNIOS
(1)
Nos seus milagres, Jesus frequentemente ataca o poder de Satanás e o demonismo
(Mc 1.25,26, 34, 39; 3.10,11; 5.1-20; 9.17-29; cf. Lc 13.11,12,16). Um dos seus
propósitos ao vir à terra foi subjugar Satanás e libertar seus escravos (Mt
12.29; Mc 1.27; Lc 4.18).
(2)
Jesus derrotou Satanás, em parte pela expulsão de demônios e, de modo pleno,
através da sua morte e ressurreição (Jo 12.31; 16.17; Cl 2.15; Hb 2.14). Deste
modo, Ele aniquilou o domínio de Satanás e restaurou o poder do reino de Deus.
(3) O
inferno (gr. Gehenna), o lugar de tormento, está preparado para o diabo e seus
demônios (Mt 8.29; 25.41). Exemplos do termo Gehenna no grego: Mc 9.43,45,47;
Mt 10.28; 18.9.
O CRENTE E OS DEMÔNIOS
(1) As
Escrituras ensinam que nenhum verdadeiro crente, em quem habita o Espírito
Santo, pode ficar endemoninhado; o Espírito e os demônios nunca poderão habitar
no mesmo corpo (ver 2Co 6.15,16). Os demônios podem, no entanto, influenciar os
pensamentos, emoções e atos dos crentes que não obedecem aos ditames do
Espírito Santo (Mt 16.23; 2Co 11.3,14).
(2)
Jesus prometeu aos genuínos crentes autoridade sobre o poder de Satanás e das
suas hostes. Ao nos depararmos com eles, devemos aniquilar o poder que querem
exercer sobre nós e sobre outras pessoas, confrontando-os sem trégua pelo poder
do Espírito Santo (ver Lc 4.14-19). Desta maneira, podemos nos livrar dos
poderes das trevas.
(3)
Segundo a parábola em Mc 3.27, o conflito espiritual contra Satanás envolve
três aspectos:
(a)
declarar guerra contra Satanás segundo o propósito de Deus (ver Lc 4.14-19);
(b) ir
onde Satanás está (qualquer lugar onde ele tem uma fortaleza), atacá-lo e
vencê-lo pela oração e pela proclamação da Palavra, e destruir suas armas de
engano e tentação demoníacos (cf. Lc 11.20-22);
(c)
apoderar-se de bens ou posses, i.e., libertando os cativos do inimigo e
entregando-os a Deus para que recebam perdão e santificação mediante a fé em
Cristo (Lc 11.22; At 26.18).
(4)
Seguem-se os passos que cada um deve observar nesta luta contra o mal:
(a)
Reconhecer que não estamos num conflito contra a carne e o sangue, mas contra
forças espirituais do mal (Ef 6.12).
(b)
Viver diante de Deus uma vida fervorosamente dedicada à sua verdade e justiça
(Rm 12.1,2; Ef 6.14).
(c)
Crer que o poder de Satanás pode ser aniquilado seja onde for o seu domínio (At
26.18; Ef 6.16; 1Ts 5.8) e reconhecer que o crente tem armas espirituais
poderosas dadas por Deus para a destruição das fortalezas de Satanás (2Co
10.3-5).
(d)
Proclamar o evangelho do reino, na plenitude do Espírito Santo (Mt 4.23; Lc
1.15-17; At 1.8; 2.4; 8.12; Rm 1.16; Ef 6.15).
(e)
Confrontar Satanás e o seu poder de modo direto, pela fé no nome de Jesus (At
16.16-18), ao usar a Palavra de Deus (Ef 6.17), ao orar no Espírito (At 6.4; Ef
6.18), ao jejuar (ver Mt 6.16 nota; Mc 9.29) e ao expulsar demônios (ver Mt
10.1 nota; 12.28; 17.17-21; Mc 16.17; Lc 10.17; At 5.16; 8.7; 16.18; 19.12;).
(f)
Orar, principalmente, para que o Espírito Santo convença os perdidos, no
tocante ao pecado, à justiça e ao juízo vindouro (Jo 16.7-11).
(g)
Orar, com desejo sincero, pelas manifestações do Espírito, mediante os dons de
curar, de línguas, de milagres e de maravilhas (At 4.29-33; 10.38; 1Co
12.7-11).
Transcrito
Por Litrazini
Graça
e Paz
Nenhum comentário:
Postar um comentário